Os nomes acima, pra quem não sabe (e eu também não sabia até hoje) são de diferentes tipos de rapé ("pó resultante de folhas de tabaco torradas e moídas, por vezes misturadas a outros componentes, especialmente aromáticos, usado para inalação, e que provoca espirros", diz o Houaiss).
Eu já tinha achado bem bacana aquele balcão que vende todo tipo de fumo na praça João Mendes. É o meu caminho pro trabalho, todos os dias. Fica dentro da padaria Santa Tereza, aquela fundada em 1872, vizinha da Igreja de São Gonçalo, que dava nome à praça antes de virar João Mendes (quem convive comigo não aguenta mais pequenos fatos extraídos do livro A Capital da Solidão, leitura de busão do momento).
No final de semana deu vontade, e parei lá pela primeira vez pra ver se vendia Piracanjuba, o cigarro de palha que meu irmão fez o maior esforço pra importar de Goiás e que agora vende em todo lugar. Enquanto pagava, chega um senhor e pede um "bergamota", ou um "tulipa". O senhor velhinho do outro lado do balcão abre uma gavetinha cheia de pequenos potes metálicos, mais ou menos do tamanho de um Vick Vaporub. Consegui enxergar de longe a palavra "rapé".
Não tinha nenhum dos dois, o freguês acabou levando um "eucalipto" e um "cristal". Fiquei morrendo de vontade de comprar um, mas fiquei sem coragem. Minha lembrança de rapé é de Brasília, alguém tinha esse treco, eu botei no nariz e espirrei que nem louco e jurei nunca mais usar. O cara que trabalha comigo, mais ou menos da minha idade, nunca tinha ouvido falar.
Ainda segundo Houaiss, "o hábito de cheirar rapé atingiu o ápice nos séculos XVIII e XIX, e decaiu na primeira metade do século XX, tendendo a desaparecer". Se vai desaparecer, acho melhor comprar logo uns potinhos. Se eu não resolver cheirar, pelo menos acho que vai ficar bem bacana em algum lugar da minha sala.
Nenhum comentário:
Postar um comentário