Todo mundo deveria ler no Estadão de domingo o artigo do estatístico Bart Kosko sobre guerra no Iraque ("Ameaça terrorista talvez seja um grande blefe"). Olha o exemplo do sr. Bart: se você está fazendo compras numa loja e se dá conta que suas chaves sumiram (típico do rapaz aqui), em quantos lugares precisa procurar para chegar à conclusão de que as chaves não estão na loja? Quanto mais você procurar e não achar, mais aumenta o que ele chama de evidência negativa, ou seja, não é que elas certamente estão lá, só que bem escondidinhas. Muito mais provável que elas não estejam. E isso vale para as armas de destruição em massa que os caras insistem em procurar no Iraque e não acham... Foi das coisas mais interessantes que li sobre a guerra.
Me faz lembrar um livro que eu nunca li mas adoro citar ("The Mathematician Reads The Newspaper"), de um americano chamado John Allen Paulos. Ele destrói os repórteres que adoram enfiar uns números no Excel e chegar a conclusões assustadoras. No caso mais divertido, ele cita uma reportagem alarmante sobre as possibilidades de o uso de celulares causar câncer de ouvido. Distorcendo os números de outra forma, diz ele, você conclui, tão irrefutavelmente quanto na primeira hipótese, que o uso dos telefones móveis na verdade previne a doença... Como dizia meu irmão, "número é assim: tortura que ele fala".
Volta, Heródoto
Nos dias em que acordo cedo (atualmente, todos, vejam só), faz parte da minha felicidade matinal, junto com um banho, um pãozinho com manteiga e litros de café com leite, ouvir notícias no rádio. Na CBN, especificamente. Com o Heródoto Barbeiro, mais especificamente. Só que não bastasse ele ter saído de férias, botaram no lugar o animal do cara que apresenta o programa da tarde, aquele que eu xingava (de verdade) no caminho pro trabalho quando entrava às 14h. Não consigo ouvir a voz dele por 10 segundos. Das alternativas, a menos pior é a Eldorado, que é meio sem graça porque repete várias notícias do Estadão, que neste momento já está me acompanhando no café da manhã. Volta, Heródoto, please?
Ok, com essa esgotei minha cota de manias usualmente atribuídas a pessoas com mais de 65 anos. E olha que eu tenho ela desde uns... 19. Putz.
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