"Na calmaria da noite, enquanto olho a lua pela janela, meus pensamentos se desviam para você. Na calmaria da noite (...), quantas vezes eu te digo: 'você me ama? será você a minha vida, meu sonho a se realizar?" Ou irá este meu sonho desaparecer como a lua se esvaindo atrás da colina, na fria calmaria da noite?"(Tradução bem livre de "In The Still Of The Night", do Cole Porter, que eu nunca ouvi sem ser com um cara chamado Aaron Neville, no sensacional Red, Hot + Blue, disco-tributo ao Porter que tem ainda David Byrne, Sinead O'Connor, Fine Young Cannibals e U2)
É que agora dei pra prestar atenção em letras de músicas em inglês. Essa foi a trilha sonora da lavação geral de louça que rolou aqui em casa hoje (sim, é verdade, me acostumei a lavar louça; estou virando uma dona de casa). O normal mesmo é eu decorar a letra e nem me dar conta, pode ser a bobagem que for, ou até um primor de poesia, que eu presto atenção mesmo é na sonoridade (palavra bonita, né? Estou me achando depois que tive 8,5 no trabalho mais cascata do século, que era nada menos que uma *análise* de "Como uma onda". A música, não a novela).
Acho que a última que eu tinha reparado mesmo era "Build", dos Housemartins, quem lembra? Por esse nome, acho que ninguém, mas aposto que todo mundo lembra da música do "pa pa pa pel"... Pois essa baladinha besta, que muito casal de namorados deve ter escutado em doces momentos, é sobre a construção de uma casa. Operários que chegam, tijolos, isso mesmo. (Dois detalhes importantes: 1. Norman Cook, o baixista dessa banda é hoje mais conhecido como Fatboy Slim; 2. O resto do disco é muito bom, eu tinha, e me dei conta agora que perdi faz muito tempo).
Acho que esse disco do Cole Porter é um bom começo. Com o Google, fica bem fácil. Estou lendo a letra pela primeira vez agora: "Love For Sale". Uma espécie de anúncio classificado, quem quer comprar meu amor? Amor jovem, fresquinho, novo, verdadeiro amor? Hmmm... melhor deixar em inglês mesmo, maybe. (Último detalhe, e juro que paro com os parênteses: o cara era muito bom, não merecia virar o Kevin Kline num filme)
Parrilla
Enquanto faço planos de finalmente ir a Buenos Aires em janeiro, me ocupo com esse monte de restaurantes argentinos que estão abrindo na cidade. Ok, por enquanto, me ocupo mesmo com um só, o Martin Fierro, que já virou tradição de sábado à tarde. Martin Fierro era o nome do Empanadas antes de passar a ser definitivamente conhecido pelo nome do tal pastelzinho assado. O dono desencanou do boteco e abriu o restaurante ali perto, na rua Aspicuelta, e depois vendeu esse também. Os atuais proprietários mantêm a qualidade lá em cima, e o preço bem decente. Empanada continua sendo a melhor entrada, pra esperar o bife de chorizo sangrando, com batata e cebola assada, e muita salada verde. Dá pra secar algumas garrafas de vinho, mas num dia quente como ontem, teve que ser cerveja. Só pra experimentar (e admirar a garrafa de quase um litro), vale pedir a uruguaia Norteña, mas a Bohemia faz mais o meu gosto.
Se conseguirmos vencer a tradição (e o preconceito com o bairro), da próxima vez a gente tenta um argentino bem elogiado da Vila Olímpia. A desvantagem (ou seria vantagem?) é que não fica duas quadras do Filial, pra tomar uns choppinhos saideira com o dia ainda claro.
PS: Dicas
» Gim Tones voltou. É genial.
» No embalo do Gim e da pancadaria de sexta: Fotogarrafa, do Marcelo Min, o fotógrafo da Folha agredido pelo segurança do vizinho do Maluf. Vale muita a pena.
» A cada duas ou três semanas, tem Ricardo Freire na última página do Guia do Estadão. O desta semana, sobre a praga do sushi frito, está de gargalhar. Sim, eu sou tiete do cara. Só um trecho:
Hoje em dia o sushi quente é uma realidade, senão nua e crua, pelo menos nua e bem passada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário