Depois de finalmente dirigir o Fusca azul que minha mãe tem no sítio, juro que pensei seriamente em ter um pra mim. Custa uns R$ 3.000, não paga IPVA e qualquer mecânico sabe mexer. É bem pequeno, e valente.
A experiência ao dirigir beeem bacana. É um carro visceral: você se sente realmente conduzindo a máquina. Tudo treme e você percebe no volante. A cabine é mínima, o teto quase bate na cabeça. O volante, menor que o normal, fica colado no painel, que só tem velocímetro e medidor do tanque e fica colado no minúsculo pára-brisa.
Pra frear, pelo menos nesse Fusca, tem que enfiar o pé lá no fundo, o que proporcionou alguns momentos emocionantes no começo. O câmbio é duro e você erra fácil. Fora que o jeito de segurar a alavanca é totalmente diferente.
No fim, quando aprendi a colocar a ré, já fazia até baliza e retorno no meio da rua. E acelerei até 100 km/h sem (muita) dificuldade. Tirando onda de Fusca 1.500 azul metálico no centro de Guararema. Com seu Tonico, o pedreiro do sítio, no banco do passageiro, agarrado na lataria.
O Fusquinha fica ali numa zona cinzenta entre o cool e o brega, mas acho que pendendo bem mais pro lado do brega. Claro que ia ser engraçado entregar um Fusca pro Evandro, o manobrista do Filial. Mas tenho a impressão de que precisa ser uma menina muito especial pra achar engraçado eu chegar de Fusca na porta da casa dela. E vai confiar num Fusca pra chegar até São Sebastião, ou Floripa...
Depois de pensar só mais um pouquinho, decidi que é melhor eu cobiçar mesmo o outro carro da minha mãe, um Corsa ajeitadinho com ar condicionado e direção hidráulica, e um décimo dos 31 anos de idade do Fusca. Esse fica só pra diversão nos finais de semana na roça.
Desespero
Estava no meio do cochilo pós-churrasco, quando a confusão me acordou. Uma, duas, três pessoas vieram me avisar: "sua sobrinha se trancou no banheiro". Quando me dei conta da choradeira, levantei da rede e vi o povo amontoado na porta do banheiro. Enquanto uns tentavam abrir, o resto tentava acalmar a Carol, a filha mais nova do meu irmão mais velho. Dureza: a coitadinha só berrava e não se mexia pra abrir a porta. Sem sucesso, a parte salva-vidas do grupo correu pro lado de fora. O barulho do vidro quebrando fez um silêncio na sala, e eu finalmente acordei de vez. Todo mundo voltou a respirar quando meu outro irmão começou a falar com ela, e abriu a porta. Óbvio que ninguém imaginaria um desfecho diferente, mas mesmo entre as risadas, aqueles minutos foram de puro desespero.
domingo, outubro 24
sexta-feira, outubro 22
Eu, Marcella e o risoto
Quando eu resolvi fazer risoto a primeira vez, uns cinco anos atrás, quem me salvou foi a Marcella Hazan, autora de uns livros clássicos sobre culinária italiana que minha mãe tem. Ela explicava direitinho porque tem que colocar o caldo aos poucos, porque não pode parar de mexer... E eu, que não sabia nem fazer um arrozinho branco do dia-a-dia, fiz um risoto de funghi maravilhoso.
Tentei outras vezes, não deu tão certo. Resolvi fazer de novo ontem. E ficou, modéstia às favas, sensacional. Mesmo sem o livro de receitas na mão e confiando em uma ou outra dica da internet e de amigos, lembrei dos ensinamentos dela e ficou tudo espantosamente maravilhoso.
Pra quem quiser, tá aqui a receita. Eu achei todos os ingredientes no PDA perto da minha casa, que é ainda um daqueles mais tosquinhos (nem 24 horas é, pra vocês verem). Dica: do instante em que eu cheguei em casa com as compras até botar os pratos na mesa, levou mais ou menos uma hora e meia.
Tentei outras vezes, não deu tão certo. Resolvi fazer de novo ontem. E ficou, modéstia às favas, sensacional. Mesmo sem o livro de receitas na mão e confiando em uma ou outra dica da internet e de amigos, lembrei dos ensinamentos dela e ficou tudo espantosamente maravilhoso.
Pra quem quiser, tá aqui a receita. Eu achei todos os ingredientes no PDA perto da minha casa, que é ainda um daqueles mais tosquinhos (nem 24 horas é, pra vocês verem). Dica: do instante em que eu cheguei em casa com as compras até botar os pratos na mesa, levou mais ou menos uma hora e meia.
Risoto de funghi secchiO melhor é que, dessa vez, tô muito mais metido na cozinha. Nas outras vezes, o tal arroz arborio simplesmente estragou depois. Agora já tô maquinando que outros risotos vou inventar. Lingüiça é o próximo, mas quero fazer também de açafrão pra comer com filé mignon. Ops, babei.Logo que chegar em casa, corre pra botar os cogumelos pra hidratar. É só cobrir com água quente. É bom que ficar pelo menos uma meia horinha.
- Duas xícaras de arroz arborio (comprei a marca mais baratinha - La Pastina -, não fez nenhuma diferença)
- 30 g de cogumelos secos italianos (funghi, ok?)
- manteiga e azeite
- cebola picada (eu usei meia cebola grande)
- parmesão ralado (pelamordedeus, compra o pedaço e rala em casa; aquele pó de queijo do saquinho é muito trash)
- um cálice de vinho branco (pode ser o mais tosco; usei Chalise, 5 pilas a garrafa).
- 1,5 litro de caldo de galinha ou carne (3 cubinhos)
- é bom ter um tanto de água quente fervendo à mão pra qualquer emergência
Antes de começar o risoto, é preciso ter certeza de que tudo, tudo mesmo, está absolutamente à mão. É que um dos grandes segredos da coisa é não parar de mexer nem um segundinho.
Escorre os cogumelos sem jogar fora a água. Joga a manteiga (uma colher dá) e um pouco de azeite numa panelona, e refoga a cebola por um tempo. Depois joga o arroz e dá aquela fritada, mexendo bem.
Aí começa a trabalheira. É jogar o líquido na panela, esperar que seja absorvido pelo arroz, e repetir isso sem parar de mexer nunca. A Marcella disse que o ideal é por 200 ml de cada vez. Pra evitar qualquer chance de fracasso, uso um copinho americano como medida.
Primeiro, a água do funghi. Uns dois copos. Joga na panela, mexe, mexe, quando tiver absorvido (você começa a ver o fundo da panela ao mexer), mais um copinho, mexe, mexe... E assim sucessivamente.
Depois dos dois copos da água do funghi, comece com o caldo. Um copinho, mexe, absorve... ad infinitum. Quando o caldo estiver chegando no fim, o risoto deve estar quase pronto. O melhor jeito de saber é que nem com macarrão: provar um pouquinho. Está bom quando estiver al dente, ou seja, nem duro, nem desmanchando.
É a hora de jogar o funghi. Mete na panela, e mistura tudo. Quando o arroz estiver bom, desliga o fogo, e joga uma colher de manteiga e um punhado de parmesão por cima. Fecha a panela e deixa uns minutinhos pra manteiga derreter.
É a hora de correr pra por a mesa, as taças de vinho, guardanapos... e voilà!! Dá pra umas três pessoas. Com educação, dá pra quatro.
quinta-feira, outubro 21
Superstar DJs
1999, véspera de Natal, 22h. Saindo de carro da garagem, rumo à ceia na casa de um irmão. [Tum tum tum] Hey girls... Primeiro portão subindo. [Tum tum tum] Hey boys... Primeiro portão fechando, segundo abrindo. Superstar DJs... Engato a primeira, testo o acelerador. Here we go! Uma acelerada, dois segundos, um solavanco. Transtornado pelo som do Chemical Brothers, bati meu carro na véspera de Natal, e todo mundo (eu e o casal bonzinho do outro carro) passou a noite na delegacia.
Até hoje essa música me causa algo parecido com um transe. É a fina arte da expectativa na música eletrônica. Aumenta, diminui, anda, para... Quando a hora do show estava chegando, fiquei tenso, esperando o momento do [tum tum tum].
Depois de abrir o show com essa, já mandaram o outro mega hit "Block Rockin Beats" (é assim?). Parece que eles queriam tirar logo isso da frente, "curte os hits aí, moçada, depois a gente vai fazer nosso som".
O que veio depois foi sensacional. Costumo dizer que um DJ é bom se consegue me fazer dançar com músicas que eu não conheço. Pulei muito mesmo. O visual nos telões quase compensou o fato de não dar pra ver os caras. Um som astral, pra cima, flores e muitas coisas coloridas. Uma viagem do bem.
O fim, à meia-noite em ponto, pareceu festa de adolescente, quando o pai chega e desliga o som (o meu já fez isso, ainda bem que não comigo).
Investimento
Fiquei muito pobre esse mês, mas já vi David Byrne, Chemical Brothers, e ainda tem o TIM. Mas parece que o ingresso pra PJ Harvey/Primal Scream tá valendo uma grana no black market. Eu comprei no embalo mesmo, mas, sinceramente, conheço muito pouco, não sei se o suficiente pra curtir. Alguém quer comprar? Tem que ter carteirinha de estudante.
Nova aquisição
Sempre que ouço uma música boa que eu não conheço (na rádio, numa festa ou num show), fico gravando um pedaço da letra pra poder enfiar depois no Google e baixar. Óbvio que sempre esqueço. Mas dessa vez eu consegui! E descobri a ótima "Golden Path", que saiu no disco de melhores singles deles no ano passado. Vocal do cara do Flaming Lips, refrão épico. Muuito bom.
Até hoje essa música me causa algo parecido com um transe. É a fina arte da expectativa na música eletrônica. Aumenta, diminui, anda, para... Quando a hora do show estava chegando, fiquei tenso, esperando o momento do [tum tum tum].
Depois de abrir o show com essa, já mandaram o outro mega hit "Block Rockin Beats" (é assim?). Parece que eles queriam tirar logo isso da frente, "curte os hits aí, moçada, depois a gente vai fazer nosso som".
O que veio depois foi sensacional. Costumo dizer que um DJ é bom se consegue me fazer dançar com músicas que eu não conheço. Pulei muito mesmo. O visual nos telões quase compensou o fato de não dar pra ver os caras. Um som astral, pra cima, flores e muitas coisas coloridas. Uma viagem do bem.
O fim, à meia-noite em ponto, pareceu festa de adolescente, quando o pai chega e desliga o som (o meu já fez isso, ainda bem que não comigo).
Investimento
Fiquei muito pobre esse mês, mas já vi David Byrne, Chemical Brothers, e ainda tem o TIM. Mas parece que o ingresso pra PJ Harvey/Primal Scream tá valendo uma grana no black market. Eu comprei no embalo mesmo, mas, sinceramente, conheço muito pouco, não sei se o suficiente pra curtir. Alguém quer comprar? Tem que ter carteirinha de estudante.
Nova aquisição
Sempre que ouço uma música boa que eu não conheço (na rádio, numa festa ou num show), fico gravando um pedaço da letra pra poder enfiar depois no Google e baixar. Óbvio que sempre esqueço. Mas dessa vez eu consegui! E descobri a ótima "Golden Path", que saiu no disco de melhores singles deles no ano passado. Vocal do cara do Flaming Lips, refrão épico. Muuito bom.
segunda-feira, outubro 18
O bom clichê
Cláudio Torres (diretor de "Redentor"), no Estadão de ontem:
Gostei muito do novo Estadão. Mudou o que precisava mudar. E agora tem guia de bolso na sexta. Agora que não preciso mesmo da Folha pra nada.
Quais os piores clichês do cinema? E os clichês indispensáveis?"Carrinho in" é técnico demais, num tenho certeza se entendi. Mas música "de ressurgimento da esperança" é sensacional.
Os piores: Final feliz, criança amigo do herói e bandido que morre por ordem de cachê. Os indispensáveis: ‘Carrinho in’ para cenas de suspense,
cena de amor e música de ressurgimento da esperança.
Gostei muito do novo Estadão. Mudou o que precisava mudar. E agora tem guia de bolso na sexta. Agora que não preciso mesmo da Folha pra nada.
Bom mau gosto
Sabe aquela música ruim, mas ruinzinha mesmo, sem vergonha, que você, por algum motivo, gosta pra caramba? Esse final de semana coloquei mais uma na lista. Depois que todo mundo encheu a cara de um jantar delicioso, mais champagne e morangos, a dona da festinha para seleto grupo de economistas (que vem a ser minha atual futura cunhada) afastou o tapete branco da sala e aumentou o som.
Não sei se era superstição, mas cada música tocava umas três vezes. E essa tocou várias vezes, com aquele refrão ruim que dá dó, mas que gruda: "pode ser a qualquer hora, pode ser qualquer lugar..." (só piora). Aditivos mentais a mais, luzes a menos, e virou a trilha sonora da noite.
Google me ajudou a descobrir que o rapaz cantando era Toni Platão, celebridade B dos anos 80 que depois de um tempão lançou um disco chamado Calígula Freejack (hein?), e emplacou a música título na trilha da novela "Agora é que são elas" (hein?).
A música em questão chama-se Pode Ser, e encanei tanto nela que abri uma conta no iMusica e comprei a danada por R$ 0,99. Depois conto o que eu fiz com os outros R$ 4 de crédito que eu tenho agora.
PS: Tinha pensado em apresentar meu top 10 de músicas ruins, mas depois concluí que queimação de filme tem limite.
Não sei se era superstição, mas cada música tocava umas três vezes. E essa tocou várias vezes, com aquele refrão ruim que dá dó, mas que gruda: "pode ser a qualquer hora, pode ser qualquer lugar..." (só piora). Aditivos mentais a mais, luzes a menos, e virou a trilha sonora da noite.
Google me ajudou a descobrir que o rapaz cantando era Toni Platão, celebridade B dos anos 80 que depois de um tempão lançou um disco chamado Calígula Freejack (hein?), e emplacou a música título na trilha da novela "Agora é que são elas" (hein?).
A música em questão chama-se Pode Ser, e encanei tanto nela que abri uma conta no iMusica e comprei a danada por R$ 0,99. Depois conto o que eu fiz com os outros R$ 4 de crédito que eu tenho agora.
PS: Tinha pensado em apresentar meu top 10 de músicas ruins, mas depois concluí que queimação de filme tem limite.
quinta-feira, outubro 14
Invenção do século
Lingüiça, maminha, espeto de queijo coalho, vinagrete, Itaipava gelada. Tudo isso na minha cozinha, graças à minha novíssima Mister Grill Light. Muita diversão por apenas R$ 26 (no Extra). Que não faz fumaça não é totalmente verdade, fica aquele cheirão de churrasco no apartamento todo. Mas vale totalmente a pena, mal pude acreditar quando comi aquelas coisas sem sair de casa. To fazendo vários planos: churrascada com amigos, franguinho light grelhado, legumes grelhados! Problema é limpar... ugh!
Eu sou impressionante
Toda essa diversão do churrasco rolou depois de uma hora e meia trancado pra fora do apartamento, esperando o chaveiro 24 horas chegar, passando mal de fome (das pouquíssimas situações em que fico mau-humorado). Tudo isso pra chegar na redação hoje e encontrar a chave em cima da mesa. R$ 80 jogados no lixo! Que ódio!
Eu sou impressionante
Toda essa diversão do churrasco rolou depois de uma hora e meia trancado pra fora do apartamento, esperando o chaveiro 24 horas chegar, passando mal de fome (das pouquíssimas situações em que fico mau-humorado). Tudo isso pra chegar na redação hoje e encontrar a chave em cima da mesa. R$ 80 jogados no lixo! Que ódio!
quarta-feira, outubro 13
Irmão consciência
Depois que ele veio morar em São Paulo, tenho tido muito mais oportunidades de bater papo com meu irmão mais velho. E muitas vezes sinto ele como uma consciência minha. Quero passar um tempo morando em Londres. "Você precisa primeiro garantir sua independência financeira", ele diz. Preciso encontrar a mulher de minha vida. "É preciso ser pragmático nos relacionamentos." Eu puxo de um lado, ele de outro. Esse jeitão... pragmático (palavra muito usada nesse feriadão) certamente foi o que fez ele não quebrar se ferrar na vida, porque sempre achei que ele era o que tinha mais chance de se dar mal. Hoje ele sustenta quatro filhos, numa boa. Mas será que eu quero mesmo?
Obrigado, São Longuinho
Fiquei muito triste quando fechou, pouquíssimo tempo de abrir, a Itiriki da avenida Aclimação. Era uma filial daquela padoca japonesa/chinesa da Liberdade, onde eu adorava torrar meu dinheirinho em pães de comer ajoelhado, pedindo perdão. Mas agora abriu por ali a Bienal, uma daquelas padocas alto nível: funcionários uniformizados, fotos antigas de São Paulo na parede, chopp bacana, cardápio de lanches especiais... Só pra eu gostar ainda mais desse bairro (todo mundo sabe que eu aaaamo uma padoca). Ainda bem que a outra, mais simplesinha, que eu vou sempre, fica ao lado da minha casa. Ou eu ia ficar pobre de marré marré.
Tio Patinhas
Me dei conta que posso estar virando um muquirana mala. Mas gastar R$ 5 em deslocamentos de aeroporto daqui para Floripa, enquanto meu irmão gastou R$ 100, foi sensacional.
Atrasado
Depois de falar em tom de descoberta sobre Paula Morelembaum, descobrir que a primeira música do CD tá na abertura da novela das sete foi frustrante. Melhor, talvez, ficar sabendo depois, porque gostei mesmo do disco.
Obrigado, São Longuinho
Fiquei muito triste quando fechou, pouquíssimo tempo de abrir, a Itiriki da avenida Aclimação. Era uma filial daquela padoca japonesa/chinesa da Liberdade, onde eu adorava torrar meu dinheirinho em pães de comer ajoelhado, pedindo perdão. Mas agora abriu por ali a Bienal, uma daquelas padocas alto nível: funcionários uniformizados, fotos antigas de São Paulo na parede, chopp bacana, cardápio de lanches especiais... Só pra eu gostar ainda mais desse bairro (todo mundo sabe que eu aaaamo uma padoca). Ainda bem que a outra, mais simplesinha, que eu vou sempre, fica ao lado da minha casa. Ou eu ia ficar pobre de marré marré.
Tio Patinhas
Me dei conta que posso estar virando um muquirana mala. Mas gastar R$ 5 em deslocamentos de aeroporto daqui para Floripa, enquanto meu irmão gastou R$ 100, foi sensacional.
Atrasado
Depois de falar em tom de descoberta sobre Paula Morelembaum, descobrir que a primeira música do CD tá na abertura da novela das sete foi frustrante. Melhor, talvez, ficar sabendo depois, porque gostei mesmo do disco.
sexta-feira, outubro 8
Dancing Byrne
As dancinhas do David Byrne quase foram a melhor coisa do show. Quis até prestar atenção pra aprender todos os passos, mas depois a gente concluiu que na verdade ele imita a gente, então não precisa.
Foi muito bacana. Sensacional. "Road to Nowhere" ele mandou na primeira metade do show, e foi emocionante. Pena que não tive a manha de levantar nessa hora e sair pulando. Absurdo ter que ver um show como esse apertado numa cadeira daquelas mesas desajeitadas.
Ainda mais que ele emendou em "Nothing But Flowers", que foi triplamente sensacional: primeiro porque é uma das músicas mais bacanas do Talking Heads, depois pelo alívio de que eram realmente infundados os boatos de que o Caetano subiria no palco, e pra completar pela versão forró (!) maravilhosa, com direito a gringos loirinhos tocando zabumba e triângulo. Queria muito ter levantado e dançado o forrozinho do David Byrne.
Em "The Great Intoxication", a minha preferida dos últimos dois discos, eu achei que ia chorar de emoção. De verdade. Primeiro, ele contou que tinha feito essa música pra duas pessoas da firma dele que estavam começando a sair, o que me fez adorar ainda mais. É a intoxicação de quando você está começando a achar que gosta de alguém. Põe o som na maior altura, faz besteira, fica bêbado... E ele mudou o arranjo, cheio de cordas, uma coisa linda.
Teve dois bis, e vários momentos engraçadinhos. O melhor foi quando um cara na platéia pediu, gritando, "Burning down the house", e ele: "Não vamos tocar essa, tá? Então pode economizar sua voz".
Fui obrigado a tomar uns chopps depois pra acalmar. Ufs.
Campanha
Tem músicas que eu gosto tanto que não consigo me conformar com a indiferença dos outros por ela. Acho que todo mundo deveria ouvir e gostar, simplesmente seria melhor pra todo mundo. Assim é "Road to Nowhere", que estou achando uma música perfeita. Então vou fazer campanha: ouça, e melhore sua vida. Saia por aí marchando e imitando os gritinhos do final. Satisfação garantida. Pra facilitar (ou forçar a barra mesmo), tá aqui a música, pra todo mundo baixar:
Road to Nowhere (Talking Heads)
Perigo!
Vou voltar de Florianópolis como responsável legal pelos meus dois sobrinhos (8 e 11 anos) e meu irmão menor (11). Medo!
Foi muito bacana. Sensacional. "Road to Nowhere" ele mandou na primeira metade do show, e foi emocionante. Pena que não tive a manha de levantar nessa hora e sair pulando. Absurdo ter que ver um show como esse apertado numa cadeira daquelas mesas desajeitadas.
Ainda mais que ele emendou em "Nothing But Flowers", que foi triplamente sensacional: primeiro porque é uma das músicas mais bacanas do Talking Heads, depois pelo alívio de que eram realmente infundados os boatos de que o Caetano subiria no palco, e pra completar pela versão forró (!) maravilhosa, com direito a gringos loirinhos tocando zabumba e triângulo. Queria muito ter levantado e dançado o forrozinho do David Byrne.
Em "The Great Intoxication", a minha preferida dos últimos dois discos, eu achei que ia chorar de emoção. De verdade. Primeiro, ele contou que tinha feito essa música pra duas pessoas da firma dele que estavam começando a sair, o que me fez adorar ainda mais. É a intoxicação de quando você está começando a achar que gosta de alguém. Põe o som na maior altura, faz besteira, fica bêbado... E ele mudou o arranjo, cheio de cordas, uma coisa linda.
Teve dois bis, e vários momentos engraçadinhos. O melhor foi quando um cara na platéia pediu, gritando, "Burning down the house", e ele: "Não vamos tocar essa, tá? Então pode economizar sua voz".
Fui obrigado a tomar uns chopps depois pra acalmar. Ufs.
Campanha
Tem músicas que eu gosto tanto que não consigo me conformar com a indiferença dos outros por ela. Acho que todo mundo deveria ouvir e gostar, simplesmente seria melhor pra todo mundo. Assim é "Road to Nowhere", que estou achando uma música perfeita. Então vou fazer campanha: ouça, e melhore sua vida. Saia por aí marchando e imitando os gritinhos do final. Satisfação garantida. Pra facilitar (ou forçar a barra mesmo), tá aqui a música, pra todo mundo baixar:
Road to Nowhere (Talking Heads)
Perigo!
Vou voltar de Florianópolis como responsável legal pelos meus dois sobrinhos (8 e 11 anos) e meu irmão menor (11). Medo!
quinta-feira, outubro 7
Moda municipal
Que mané casaquinho da Adidas comprado no shopping... Fashion mesmo são os abrigos do uniforme escolar da prefeitura. Hoje vi o modelo azul, e tem um vermelho também, os dois com uma listra branca na manga, e no peito uma bola amarela com aquela estrela disfarçada de bonequinho vermelho do logo do governo. Dá pra conseguir um? Ou vou ter que atacar uma criancinha na saída do colégio?
Berimbaum
Tirando esse nome trocadilho quase engraçado, é uma delícia o disco da Paula Morelenbaum, que deve ser filha/neta/sobrinha do Jacques (preguiça de pesquisar). É aquele básico eletro-bossa, umas novas, umas regravações. Bem interessante. A voz é bacana, e pra me ganhar (tenho certeza), gravou Insensatez, que já foi a música da minha vida por muito tempo. É das poucas músicas bacanas do ponto de vista de quem deu o pé na bunda, que também fica muito triste, sim sr.. Mais aqui
Berimbaum
Tirando esse nome trocadilho quase engraçado, é uma delícia o disco da Paula Morelenbaum, que deve ser filha/neta/sobrinha do Jacques (preguiça de pesquisar). É aquele básico eletro-bossa, umas novas, umas regravações. Bem interessante. A voz é bacana, e pra me ganhar (tenho certeza), gravou Insensatez, que já foi a música da minha vida por muito tempo. É das poucas músicas bacanas do ponto de vista de quem deu o pé na bunda, que também fica muito triste, sim sr.. Mais aqui
domingo, outubro 3
Music for life
Além de Chico Buarque e João Gilberto, ela teve o dom de me apresentar David Byrne também. E uma lista de outras coisas. Comprei um monte de CDs, descobri que ele descobriu o Tom Zé (e descobri junto), adoro a voz do cara, acho genial tudo o que ele faz. Por um tempo, era um trio de amigos pra tudo, e ele dizia isso mesmo: "ele [o David Byrne] é um gênio".
Pobre coitado do cara que comprar o quarto ingresso da mesa que esse trio vai ocupar no Tom Brasil na quinta, show do próprio mr. Byrne. For the sake of old times.
Britpop e eu
Foi lendo a matéria da NME sobre os dez anos do primeiro disco do Oasis, e tudo o que aconteceu no rock britânico naquele ano e depois, que me ocorreu a tosca comparação.
Voltei da Europa em 96 ouvindo Blur, Oasis, e algumas coisas mais trash. Foi também o ano que saiu (e eu comprei) Everything Must Go, do Manics, um dos discos mais sensacionais de todos os tempos. De uma hora pra outra, tinha 18 anos, um carro, tinha saído do colégio e fazia faculdade. Com um monte de gente bacana, totalmente diferente dos manés do Dante (eu incluso). A namorada de adolescência não combinava mais, e precisei pela primeira vez pensar em como se terminam as coisas.
Corta a cena pra 2004, vou terminar minha faculdade e tentar viver de um jeito um pouco diferente. Ah, se quiser carregar na simbologia, não tenho mais carro, nem namorada.
Ok, não deu dez anos, meu sobrenome não é Gallagher e minha vida não é a trajetória do rock britânico (ainda bem, talvez), mas deu aquela sensação de que algo que começou bem nessa época vai ser concluído.
Putz, e acabei de me tocar que arrumei mais um ótimo motivo pra me mandar pra Londres no final do ano. Isso sim seria uma conclusão.
Urna
Acho que nunca vou transferir meu título pra Aclimação. A cada dois anos, posso voltar no Dante, e agora já dá pra relevar as besteiras que eles fazem com crianças lá, e só ficar botando reparo. Esse ano a novidade era uma cobertura na entrada, mas o resto está lá igual, o pátio, a escadaria, os vitrôs. E voto na mesma sala que eu fiz o 3º colegial. Quer dizer, tenho quase certeza que é a mesma, mas é no máximo a do lado. Acho que redividiram as classes. Mas é muito mais bacana achar que foi realmente naquela sala que eu dormi babando na carteira, tomei bronca de professor, anotei as aulas mais bestas e distribuí livrinhos de poemas.
Votei tão rápido que fiquei com medo de ter votado errado. Quando levantei da urna, dei uma olhada em volta da sala. É lá sim.
Pobre coitado do cara que comprar o quarto ingresso da mesa que esse trio vai ocupar no Tom Brasil na quinta, show do próprio mr. Byrne. For the sake of old times.
Britpop e eu
Foi lendo a matéria da NME sobre os dez anos do primeiro disco do Oasis, e tudo o que aconteceu no rock britânico naquele ano e depois, que me ocorreu a tosca comparação.
Voltei da Europa em 96 ouvindo Blur, Oasis, e algumas coisas mais trash. Foi também o ano que saiu (e eu comprei) Everything Must Go, do Manics, um dos discos mais sensacionais de todos os tempos. De uma hora pra outra, tinha 18 anos, um carro, tinha saído do colégio e fazia faculdade. Com um monte de gente bacana, totalmente diferente dos manés do Dante (eu incluso). A namorada de adolescência não combinava mais, e precisei pela primeira vez pensar em como se terminam as coisas.
Corta a cena pra 2004, vou terminar minha faculdade e tentar viver de um jeito um pouco diferente. Ah, se quiser carregar na simbologia, não tenho mais carro, nem namorada.
Ok, não deu dez anos, meu sobrenome não é Gallagher e minha vida não é a trajetória do rock britânico (ainda bem, talvez), mas deu aquela sensação de que algo que começou bem nessa época vai ser concluído.
Putz, e acabei de me tocar que arrumei mais um ótimo motivo pra me mandar pra Londres no final do ano. Isso sim seria uma conclusão.
Urna
Acho que nunca vou transferir meu título pra Aclimação. A cada dois anos, posso voltar no Dante, e agora já dá pra relevar as besteiras que eles fazem com crianças lá, e só ficar botando reparo. Esse ano a novidade era uma cobertura na entrada, mas o resto está lá igual, o pátio, a escadaria, os vitrôs. E voto na mesma sala que eu fiz o 3º colegial. Quer dizer, tenho quase certeza que é a mesma, mas é no máximo a do lado. Acho que redividiram as classes. Mas é muito mais bacana achar que foi realmente naquela sala que eu dormi babando na carteira, tomei bronca de professor, anotei as aulas mais bestas e distribuí livrinhos de poemas.
Votei tão rápido que fiquei com medo de ter votado errado. Quando levantei da urna, dei uma olhada em volta da sala. É lá sim.
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