domingo, outubro 24

Quase quis um Fusquinha

Depois de finalmente dirigir o Fusca azul que minha mãe tem no sítio, juro que pensei seriamente em ter um pra mim. Custa uns R$ 3.000, não paga IPVA e qualquer mecânico sabe mexer. É bem pequeno, e valente.

A experiência ao dirigir beeem bacana. É um carro visceral: você se sente realmente conduzindo a máquina. Tudo treme e você percebe no volante. A cabine é mínima, o teto quase bate na cabeça. O volante, menor que o normal, fica colado no painel, que só tem velocímetro e medidor do tanque e fica colado no minúsculo pára-brisa.

Pra frear, pelo menos nesse Fusca, tem que enfiar o pé lá no fundo, o que proporcionou alguns momentos emocionantes no começo. O câmbio é duro e você erra fácil. Fora que o jeito de segurar a alavanca é totalmente diferente.

No fim, quando aprendi a colocar a ré, já fazia até baliza e retorno no meio da rua. E acelerei até 100 km/h sem (muita) dificuldade. Tirando onda de Fusca 1.500 azul metálico no centro de Guararema. Com seu Tonico, o pedreiro do sítio, no banco do passageiro, agarrado na lataria.

O Fusquinha fica ali numa zona cinzenta entre o cool e o brega, mas acho que pendendo bem mais pro lado do brega. Claro que ia ser engraçado entregar um Fusca pro Evandro, o manobrista do Filial. Mas tenho a impressão de que precisa ser uma menina muito especial pra achar engraçado eu chegar de Fusca na porta da casa dela. E vai confiar num Fusca pra chegar até São Sebastião, ou Floripa...

Depois de pensar só mais um pouquinho, decidi que é melhor eu cobiçar mesmo o outro carro da minha mãe, um Corsa ajeitadinho com ar condicionado e direção hidráulica, e um décimo dos 31 anos de idade do Fusca. Esse fica só pra diversão nos finais de semana na roça.

Desespero
Estava no meio do cochilo pós-churrasco, quando a confusão me acordou. Uma, duas, três pessoas vieram me avisar: "sua sobrinha se trancou no banheiro". Quando me dei conta da choradeira, levantei da rede e vi o povo amontoado na porta do banheiro. Enquanto uns tentavam abrir, o resto tentava acalmar a Carol, a filha mais nova do meu irmão mais velho. Dureza: a coitadinha só berrava e não se mexia pra abrir a porta. Sem sucesso, a parte salva-vidas do grupo correu pro lado de fora. O barulho do vidro quebrando fez um silêncio na sala, e eu finalmente acordei de vez. Todo mundo voltou a respirar quando meu outro irmão começou a falar com ela, e abriu a porta. Óbvio que ninguém imaginaria um desfecho diferente, mas mesmo entre as risadas, aqueles minutos foram de puro desespero.

Nenhum comentário: