Os nomes acima, pra quem não sabe (e eu também não sabia até hoje) são de diferentes tipos de rapé ("pó resultante de folhas de tabaco torradas e moídas, por vezes misturadas a outros componentes, especialmente aromáticos, usado para inalação, e que provoca espirros", diz o Houaiss).
Eu já tinha achado bem bacana aquele balcão que vende todo tipo de fumo na praça João Mendes. É o meu caminho pro trabalho, todos os dias. Fica dentro da padaria Santa Tereza, aquela fundada em 1872, vizinha da Igreja de São Gonçalo, que dava nome à praça antes de virar João Mendes (quem convive comigo não aguenta mais pequenos fatos extraídos do livro A Capital da Solidão, leitura de busão do momento).
No final de semana deu vontade, e parei lá pela primeira vez pra ver se vendia Piracanjuba, o cigarro de palha que meu irmão fez o maior esforço pra importar de Goiás e que agora vende em todo lugar. Enquanto pagava, chega um senhor e pede um "bergamota", ou um "tulipa". O senhor velhinho do outro lado do balcão abre uma gavetinha cheia de pequenos potes metálicos, mais ou menos do tamanho de um Vick Vaporub. Consegui enxergar de longe a palavra "rapé".
Não tinha nenhum dos dois, o freguês acabou levando um "eucalipto" e um "cristal". Fiquei morrendo de vontade de comprar um, mas fiquei sem coragem. Minha lembrança de rapé é de Brasília, alguém tinha esse treco, eu botei no nariz e espirrei que nem louco e jurei nunca mais usar. O cara que trabalha comigo, mais ou menos da minha idade, nunca tinha ouvido falar.
Ainda segundo Houaiss, "o hábito de cheirar rapé atingiu o ápice nos séculos XVIII e XIX, e decaiu na primeira metade do século XX, tendendo a desaparecer". Se vai desaparecer, acho melhor comprar logo uns potinhos. Se eu não resolver cheirar, pelo menos acho que vai ficar bem bacana em algum lugar da minha sala.
segunda-feira, dezembro 13
Menino, como passou rápido!
Normalmente na hora de assinar um cheque, ou para quem não tem cheque (como eu), na hora de preencher qualquer outra data, as pessoas se dão conta que faltam poucos dias pro próximo ano.
Essa é aquela época do ano em que tudo é automaticamente adiado para o ano que vem. Natação, ginástica, regime? Ano que vem. Economizar dinheiro? 2005 eu vejo. Agora é se segurar pra tudo aterrisar bem no dia 1º, porque até lá é só balada e preparação pra balada. É tudo euforia. Aliás, foi descrevendo esse estado que eu me acostumei a chamar de "síndrome de final de ano" que virei bipolar na cabeça do psiquiatra supostamente muito sabido. Então tá. Vou ali comprar meu lítio e ver se fica bom com Red Bull.
- Menino, já é dezembro?Eu defendo que ano nenhum "passa rápido" ou "passa devagar". O ano passa em exatamente 365 dias, ou 52 semanas. Se não quiserem me achar mala demais, particularmente acho que o tempo passa bem devagar, ainda bem.
- Gente, já chegou o final do ano?
- Rapaz! Como passou rápido o ano!
Essa é aquela época do ano em que tudo é automaticamente adiado para o ano que vem. Natação, ginástica, regime? Ano que vem. Economizar dinheiro? 2005 eu vejo. Agora é se segurar pra tudo aterrisar bem no dia 1º, porque até lá é só balada e preparação pra balada. É tudo euforia. Aliás, foi descrevendo esse estado que eu me acostumei a chamar de "síndrome de final de ano" que virei bipolar na cabeça do psiquiatra supostamente muito sabido. Então tá. Vou ali comprar meu lítio e ver se fica bom com Red Bull.
domingo, novembro 28
Under My Skin
"Na calmaria da noite, enquanto olho a lua pela janela, meus pensamentos se desviam para você. Na calmaria da noite (...), quantas vezes eu te digo: 'você me ama? será você a minha vida, meu sonho a se realizar?" Ou irá este meu sonho desaparecer como a lua se esvaindo atrás da colina, na fria calmaria da noite?"(Tradução bem livre de "In The Still Of The Night", do Cole Porter, que eu nunca ouvi sem ser com um cara chamado Aaron Neville, no sensacional Red, Hot + Blue, disco-tributo ao Porter que tem ainda David Byrne, Sinead O'Connor, Fine Young Cannibals e U2)
É que agora dei pra prestar atenção em letras de músicas em inglês. Essa foi a trilha sonora da lavação geral de louça que rolou aqui em casa hoje (sim, é verdade, me acostumei a lavar louça; estou virando uma dona de casa). O normal mesmo é eu decorar a letra e nem me dar conta, pode ser a bobagem que for, ou até um primor de poesia, que eu presto atenção mesmo é na sonoridade (palavra bonita, né? Estou me achando depois que tive 8,5 no trabalho mais cascata do século, que era nada menos que uma *análise* de "Como uma onda". A música, não a novela).
Acho que a última que eu tinha reparado mesmo era "Build", dos Housemartins, quem lembra? Por esse nome, acho que ninguém, mas aposto que todo mundo lembra da música do "pa pa pa pel"... Pois essa baladinha besta, que muito casal de namorados deve ter escutado em doces momentos, é sobre a construção de uma casa. Operários que chegam, tijolos, isso mesmo. (Dois detalhes importantes: 1. Norman Cook, o baixista dessa banda é hoje mais conhecido como Fatboy Slim; 2. O resto do disco é muito bom, eu tinha, e me dei conta agora que perdi faz muito tempo).
Acho que esse disco do Cole Porter é um bom começo. Com o Google, fica bem fácil. Estou lendo a letra pela primeira vez agora: "Love For Sale". Uma espécie de anúncio classificado, quem quer comprar meu amor? Amor jovem, fresquinho, novo, verdadeiro amor? Hmmm... melhor deixar em inglês mesmo, maybe. (Último detalhe, e juro que paro com os parênteses: o cara era muito bom, não merecia virar o Kevin Kline num filme)
Parrilla
Enquanto faço planos de finalmente ir a Buenos Aires em janeiro, me ocupo com esse monte de restaurantes argentinos que estão abrindo na cidade. Ok, por enquanto, me ocupo mesmo com um só, o Martin Fierro, que já virou tradição de sábado à tarde. Martin Fierro era o nome do Empanadas antes de passar a ser definitivamente conhecido pelo nome do tal pastelzinho assado. O dono desencanou do boteco e abriu o restaurante ali perto, na rua Aspicuelta, e depois vendeu esse também. Os atuais proprietários mantêm a qualidade lá em cima, e o preço bem decente. Empanada continua sendo a melhor entrada, pra esperar o bife de chorizo sangrando, com batata e cebola assada, e muita salada verde. Dá pra secar algumas garrafas de vinho, mas num dia quente como ontem, teve que ser cerveja. Só pra experimentar (e admirar a garrafa de quase um litro), vale pedir a uruguaia Norteña, mas a Bohemia faz mais o meu gosto.
Se conseguirmos vencer a tradição (e o preconceito com o bairro), da próxima vez a gente tenta um argentino bem elogiado da Vila Olímpia. A desvantagem (ou seria vantagem?) é que não fica duas quadras do Filial, pra tomar uns choppinhos saideira com o dia ainda claro.
PS: Dicas
» Gim Tones voltou. É genial.
» No embalo do Gim e da pancadaria de sexta: Fotogarrafa, do Marcelo Min, o fotógrafo da Folha agredido pelo segurança do vizinho do Maluf. Vale muita a pena.
» A cada duas ou três semanas, tem Ricardo Freire na última página do Guia do Estadão. O desta semana, sobre a praga do sushi frito, está de gargalhar. Sim, eu sou tiete do cara. Só um trecho:
Hoje em dia o sushi quente é uma realidade, senão nua e crua, pelo menos nua e bem passada.
quinta-feira, novembro 18
Passa por cima!
Minhas desavenças com as buzinas começaram como um item menor das minha lista de preocupações cotidianas, ou talvez apenas como um subitem da categoria “trânsito”. Isso quando eu ainda dirigia. Na minha vida de pedestre, a pendenga está quase chegando às vias de fato.
Sempre achei uma enorme grosseria buzinar no trânsito, a não ser que fosse para evitar que um motorista distraído (como eu) causasse um desastre de grandes proporções. Achava que era o equivalente a gritar na orelha de alguém que parou na sua frente na escada rolante. Pode ser irritante, mas dá pra contornar e xingar a pessoa mentalmente. Minha mãe faz a buzina psicológica. Quando está dirigindo e se assusta com alguma coisa, levanta a mão como se fosse buzinar, mas para bem no meio. Acho que mente se satisfaz, algo como o fumante que quer parar e fica com o cigarro apagado na boca.
Infelizmente, nem todo mundo é como mamis. Acho que dá uma coceira, a pessoa nem se dá conta mais quando aciona a corneta. Me irrito por mim mesmo, pela grosseria das pessoas, mas também porque o infeliz barulhento não se dá conta que tem gente que mora naquela rua, e que inclusive se dá ao luxo de dormir de vez em quando, em geral na hora em que ele resolveu amolar a vizinhança toda porque o carro da frente demorou uma fração de segundo além do tolerado por sua paciência para avançar no farol verde.
Como se vê, ultimamente minha tolerância está chegando perto de zero. Começou com um xingamento baixinho, contido. Depois passou pra uma coisa mais efetiva, mas que não atingia o ignorante. Mais recentemente, comecei a tentar “olhar na cara do sujeito”, essa expressão tão familiar a quem passou a adolescência indo de carro com o pai para o colégio. E depois passei a desejar que a janela do carro estivesse aberta, para que ele pudesse também ouvir os impropérios.
Hoje me vi na situação perfeita. Na subida da rua do Paraíso, uma senhora (eu achava elas tão pacíficas) não se conforma que o farol abriu e o trânsito não anda, e despeja a raivinha na buzina, janela aberta, e eu na calçada do lado certo, ainda por cima. Quando eu me preparava para minha primeira incursão no tête-a-tête anti-buzina, o carro da frente (o pobre alvo da revoltada) estanca no meio do cruzamento, o motorista põe a cabeça pra fora, esforçando-se para virar para trás, e grita: “Tá com pressa?”. E repete, completando aquela frase que eu achava que era só uma lenda, uma brincadeira que a gente fazia dentro do carro. “Tá com pressa? Passa por cima!”
Obrigado, meu São Longuinho. Não foi dessa vez que precisei pagar o mico de xingar um motorista no meio da rua. Fizeram isso por mim, economizei uns minutos de estresse. E eu que vivo pregando sobre as maravilhas de não ter carro, estou me desiludindo. Dirigir está dando nos nervos até de pedestre.
Sempre achei uma enorme grosseria buzinar no trânsito, a não ser que fosse para evitar que um motorista distraído (como eu) causasse um desastre de grandes proporções. Achava que era o equivalente a gritar na orelha de alguém que parou na sua frente na escada rolante. Pode ser irritante, mas dá pra contornar e xingar a pessoa mentalmente. Minha mãe faz a buzina psicológica. Quando está dirigindo e se assusta com alguma coisa, levanta a mão como se fosse buzinar, mas para bem no meio. Acho que mente se satisfaz, algo como o fumante que quer parar e fica com o cigarro apagado na boca.
Infelizmente, nem todo mundo é como mamis. Acho que dá uma coceira, a pessoa nem se dá conta mais quando aciona a corneta. Me irrito por mim mesmo, pela grosseria das pessoas, mas também porque o infeliz barulhento não se dá conta que tem gente que mora naquela rua, e que inclusive se dá ao luxo de dormir de vez em quando, em geral na hora em que ele resolveu amolar a vizinhança toda porque o carro da frente demorou uma fração de segundo além do tolerado por sua paciência para avançar no farol verde.
Como se vê, ultimamente minha tolerância está chegando perto de zero. Começou com um xingamento baixinho, contido. Depois passou pra uma coisa mais efetiva, mas que não atingia o ignorante. Mais recentemente, comecei a tentar “olhar na cara do sujeito”, essa expressão tão familiar a quem passou a adolescência indo de carro com o pai para o colégio. E depois passei a desejar que a janela do carro estivesse aberta, para que ele pudesse também ouvir os impropérios.
Hoje me vi na situação perfeita. Na subida da rua do Paraíso, uma senhora (eu achava elas tão pacíficas) não se conforma que o farol abriu e o trânsito não anda, e despeja a raivinha na buzina, janela aberta, e eu na calçada do lado certo, ainda por cima. Quando eu me preparava para minha primeira incursão no tête-a-tête anti-buzina, o carro da frente (o pobre alvo da revoltada) estanca no meio do cruzamento, o motorista põe a cabeça pra fora, esforçando-se para virar para trás, e grita: “Tá com pressa?”. E repete, completando aquela frase que eu achava que era só uma lenda, uma brincadeira que a gente fazia dentro do carro. “Tá com pressa? Passa por cima!”
Obrigado, meu São Longuinho. Não foi dessa vez que precisei pagar o mico de xingar um motorista no meio da rua. Fizeram isso por mim, economizei uns minutos de estresse. E eu que vivo pregando sobre as maravilhas de não ter carro, estou me desiludindo. Dirigir está dando nos nervos até de pedestre.
segunda-feira, novembro 15
Ferimentos ridículos
Acho que está na temporada de me machucar de formas bem idiotas. Primeiro foi a vez da quina da bancada (que eu mesmo inventei na minha cozinha) se atirar na minha cabeça. Fiquei uns cinco minutos paralisado, antes de conseguir raciocinar e sentir o sangue com a ponta dos dedos. Maldita ponta de madeira deixou uma mancha gorbatcheviana na minha cabeça.
E agora tem três manchas bem ridículas no meu rosto, que eu mesmo consegui fazer com a unha do dedão, que escorregou no nariz molhado enquanto eu assoava o dito cujo. Acho que eu devia inventar alguma história diferente, algo envolvendo sexo selvagem, sei lá. Melhor que dizer "me arranhei assoando o nariz" após as inevitáveis perguntas que vou agüentar até esse treco cicatrizar. Ai.
Presenças inesperadas
Tem coisas e pessoas que passam pela sua vida uma vez, e depois voltam da forma mais surreal, por falta de palavra melhor. Foi assim com "Januária", que eu já tinha ouvido um tempão atrás e achado que a era música mais João Gilberto de todas do Chico, óbvio que pelo trechinho de vocalização "um-da-pa-tá, um-da-pa-tá". E outro dia fiquei na casa de uns amigos voltando essa música até decorar a letra. Apareceu de novo no feriado, e fui obrigado a roubar o disco da minha mãe, pra ouvir descontroladamente nos próximos dias. Pra quem quiser, vale muito a pena: tá no disco "Chico Buarque", de 1967.
E agora tem três manchas bem ridículas no meu rosto, que eu mesmo consegui fazer com a unha do dedão, que escorregou no nariz molhado enquanto eu assoava o dito cujo. Acho que eu devia inventar alguma história diferente, algo envolvendo sexo selvagem, sei lá. Melhor que dizer "me arranhei assoando o nariz" após as inevitáveis perguntas que vou agüentar até esse treco cicatrizar. Ai.
Presenças inesperadas
Tem coisas e pessoas que passam pela sua vida uma vez, e depois voltam da forma mais surreal, por falta de palavra melhor. Foi assim com "Januária", que eu já tinha ouvido um tempão atrás e achado que a era música mais João Gilberto de todas do Chico, óbvio que pelo trechinho de vocalização "um-da-pa-tá, um-da-pa-tá". E outro dia fiquei na casa de uns amigos voltando essa música até decorar a letra. Apareceu de novo no feriado, e fui obrigado a roubar o disco da minha mãe, pra ouvir descontroladamente nos próximos dias. Pra quem quiser, vale muito a pena: tá no disco "Chico Buarque", de 1967.
sexta-feira, novembro 12
Blumenau 1 x 0 Campos do Jordão
As cervejinhas Baden Baden, que habitavam minha geladeira antes da muquiranice tomar posse deste corpinho e já foram até presente num aniversário meu, estão correndo o risco de perder o lugar no meu coração. Hoje comprei seis garrafinhas de Eisenbahn, a cerveja feita em Blumenau que eu tomei outro dia na casa do Rodrigão e adorei. Comprei quatro da Dunkel, que é uma escura deliciosa, e duas da Pale Ale, uma vermelha que eu não me lembro se é boa ou não (detalhe que a moça da loja fala "pali ali" mesmo, fiquei com vergonha de falar "peio eio").
A loja fica na r. do Arouche e está vendendo a R$ 2,50 a garrafinha de 355 ml, segundo eles, na promoção. Parece bem razoável, ainda mais considerando que a outra cerveja, a de Campos do Jordão, custa uns R$ 7 ou R$ 8 a garrafa de 600 ml. Corre todo mundo pra lá.
Claro que é bem pior que a relação custo/ml das latinhas de Itaipava que agora moram na minha geladeira. Virou tradição no começo do mês imobilizar uma parte gorda do meu salário em gêneros alimentícios e uma ou duas dúzias de latas de Itaipava. Pelo preço que tá no Extra (e baixou um centavo), não tem como haver relação custo benefício melhor. E ter cervejas geladas em casa é quase tão obrigatório quanto ter água ou cebola (sério, descobri recentemente que uma cozinha funciona super bem se tiver sempre um pouco de alho e cebola. Melhora qualquer prato). Ainda mais se tomar Itaipava custa 5 vezes menos (na conta por ml, que eu tive a manha de fazer) que tomar chopp no Filial. O Aílton anda me perguntando porque eu sumi...
Traje de folga
Não basta não ter que trabalhar, precisa mostrar pra todos que nesse dia, você está flutuando um degrau acima de todo mundo: bermuda, camiseta azul-azul do golfinho rotador de Noronha, sandália (não é papete! me recuso!). Não tem um que escapa, o cara olha pra você e diz "que vida boa, hein?". Eu digo "sim" com um sorriso irritante. O dia de sol inacreditável só tornou tudo mais delicioso. E isso mesmo que seja pra ir no banco, no poupatempo, ou até passar na firrrma um pouquinho. Não ter que trabalhar em dia de semana está na listinha de coisas mais prazerosas da vida. Ah, espera que vou abrir uma cerveja pra completar. Talvez me jogar na banheira daqui a pouco.
A loja fica na r. do Arouche e está vendendo a R$ 2,50 a garrafinha de 355 ml, segundo eles, na promoção. Parece bem razoável, ainda mais considerando que a outra cerveja, a de Campos do Jordão, custa uns R$ 7 ou R$ 8 a garrafa de 600 ml. Corre todo mundo pra lá.
Claro que é bem pior que a relação custo/ml das latinhas de Itaipava que agora moram na minha geladeira. Virou tradição no começo do mês imobilizar uma parte gorda do meu salário em gêneros alimentícios e uma ou duas dúzias de latas de Itaipava. Pelo preço que tá no Extra (e baixou um centavo), não tem como haver relação custo benefício melhor. E ter cervejas geladas em casa é quase tão obrigatório quanto ter água ou cebola (sério, descobri recentemente que uma cozinha funciona super bem se tiver sempre um pouco de alho e cebola. Melhora qualquer prato). Ainda mais se tomar Itaipava custa 5 vezes menos (na conta por ml, que eu tive a manha de fazer) que tomar chopp no Filial. O Aílton anda me perguntando porque eu sumi...
Traje de folga
Não basta não ter que trabalhar, precisa mostrar pra todos que nesse dia, você está flutuando um degrau acima de todo mundo: bermuda, camiseta azul-azul do golfinho rotador de Noronha, sandália (não é papete! me recuso!). Não tem um que escapa, o cara olha pra você e diz "que vida boa, hein?". Eu digo "sim" com um sorriso irritante. O dia de sol inacreditável só tornou tudo mais delicioso. E isso mesmo que seja pra ir no banco, no poupatempo, ou até passar na firrrma um pouquinho. Não ter que trabalhar em dia de semana está na listinha de coisas mais prazerosas da vida. Ah, espera que vou abrir uma cerveja pra completar. Talvez me jogar na banheira daqui a pouco.
domingo, novembro 7
2 many stupid bands
Quase deu vontade de ir no Procon dos festivais. Quem foi o animal que pensou que as pessoas que compraram ingresso pra tenda MotoMix, do TIM Festival, estavam interessadas em ver aquelas duas grandes bobagens que vieram antes do set redentor do 2manyDJs?
Primeiro, Soulwax, que eram os prórios caras do 2manyDJs achando que podiam ser uma bandinha de britpop. Tá, vai botar pra fora a vontade em algum clube sujo de Londres, não na minha orelha. E eu estava até animado pra ver as minas do Cansei de Ser Sexy, depois do que tinha lido no Estado. Mas um amigo preveniu pouco antes: são umas malas gritando no microfone. Olha, pode até ter lugar num pocket show em algum clube de música indie (irc), but no thanks. Passei. Aliás, cansei. Culminou com o Supla (!!!) no palco, só pra dispensar mais comentários.
Quatro horas depois, finalmente. E a paradinha esperou bem a hora de começar o set deles pra bater, e eu fiquei alucinado. Foi sensacional, igualzinho tinha sido no Rio no ano passado. Eles são realmente os melhores que eu já vi na vida. Não param, uma atrás da outra. Um putza trampo só pra por 30 segundinhos de uma música sensacional. Nirvana, Song 2 (Blur), Chemical. Ufa. Quero mais.
Primeiro, Soulwax, que eram os prórios caras do 2manyDJs achando que podiam ser uma bandinha de britpop. Tá, vai botar pra fora a vontade em algum clube sujo de Londres, não na minha orelha. E eu estava até animado pra ver as minas do Cansei de Ser Sexy, depois do que tinha lido no Estado. Mas um amigo preveniu pouco antes: são umas malas gritando no microfone. Olha, pode até ter lugar num pocket show em algum clube de música indie (irc), but no thanks. Passei. Aliás, cansei. Culminou com o Supla (!!!) no palco, só pra dispensar mais comentários.
Quatro horas depois, finalmente. E a paradinha esperou bem a hora de começar o set deles pra bater, e eu fiquei alucinado. Foi sensacional, igualzinho tinha sido no Rio no ano passado. Eles são realmente os melhores que eu já vi na vida. Não param, uma atrás da outra. Um putza trampo só pra por 30 segundinhos de uma música sensacional. Nirvana, Song 2 (Blur), Chemical. Ufa. Quero mais.
sexta-feira, novembro 5
Nova velha paixão
Mesmo sem ter um puto no bolso, nem pra comprar um CD do Chumbawamba por R$ 7, entrei no sebo que fica no caminho pro escritório. No B do Pop Rock, por R$ 14, o CD que o Blur lançou depois que eu me apaixonei pelo som deles. Chama só "Blur" mesmo e tem Beetlebum, um momento bem clásico e sensacional não só do Blur como da minha vida mesmo. Fracotes que compraram o "best of" (o meu foi junto com outros 62 no roubo do meu pobre carrinho, v. milhares de posts no arquivo), ouçam a primeira música.
Depois de cantorolar Beetlebum pelos 10 minutos seguintes, cheguei no serviço determinado e baixar tudo o que eu visse de Blur pela frente. Me dei conta que poucas bandas são tão marcantes em pedaços diferentes da minha vidinha besta.
No fim, inteiro mesmo, consegui baixar o Parklife, um que eu nunca comprei mas sempre achei as partes que eu conhecia bem clássicas. E finalmente me dignei a ver as letras. Bom, um disco que abre com "Girls & Boys", possivelmente a melhor música de balada de todos os tempos, já é um clássico instantâneo.
Mas a paixão, no momento, é realmente por "End of a Century" e "To The End". A primeira é uma linda prévia de "The Universal", a clássica do CD seguinte. Épica, pra cantar de braço aberto gritando no trânsito, lembrando do final do século passado. E a segunda é (fui descobrir lendo a letra) uma fofa de amorzinho (ui). Ou eu entendi errado alguma ironia? Coisa fácil, em se tratando de Blur.
Testing service
Fazendo um simulado de IELTS (o teste de inglês que as universidades ingleses pedem), não parava de me lembrar daquele pedaço do exame do déficit de atenção que o cara do Einstein falava uma lista de palavras, ou contava uma história, e eu tinha que repetir, over and over again, e sempre faltava um pedaço. Numa das partes do IELTS (no simulado, só faz metade. OK, é de graça), você ouve uma fita e vai preenchendo respostas. Acho que acertei algumas das mais difíceis, mas no meio do treco, dei uma dispersada e perdi uma. Que era simplesmente... um ano! Tipo 1890. Na certa vão achar que eu colei o resto.
Depois de cantorolar Beetlebum pelos 10 minutos seguintes, cheguei no serviço determinado e baixar tudo o que eu visse de Blur pela frente. Me dei conta que poucas bandas são tão marcantes em pedaços diferentes da minha vidinha besta.
No fim, inteiro mesmo, consegui baixar o Parklife, um que eu nunca comprei mas sempre achei as partes que eu conhecia bem clássicas. E finalmente me dignei a ver as letras. Bom, um disco que abre com "Girls & Boys", possivelmente a melhor música de balada de todos os tempos, já é um clássico instantâneo.
Mas a paixão, no momento, é realmente por "End of a Century" e "To The End". A primeira é uma linda prévia de "The Universal", a clássica do CD seguinte. Épica, pra cantar de braço aberto gritando no trânsito, lembrando do final do século passado. E a segunda é (fui descobrir lendo a letra) uma fofa de amorzinho (ui). Ou eu entendi errado alguma ironia? Coisa fácil, em se tratando de Blur.
Testing service
Fazendo um simulado de IELTS (o teste de inglês que as universidades ingleses pedem), não parava de me lembrar daquele pedaço do exame do déficit de atenção que o cara do Einstein falava uma lista de palavras, ou contava uma história, e eu tinha que repetir, over and over again, e sempre faltava um pedaço. Numa das partes do IELTS (no simulado, só faz metade. OK, é de graça), você ouve uma fita e vai preenchendo respostas. Acho que acertei algumas das mais difíceis, mas no meio do treco, dei uma dispersada e perdi uma. Que era simplesmente... um ano! Tipo 1890. Na certa vão achar que eu colei o resto.
domingo, outubro 24
Quase quis um Fusquinha
Depois de finalmente dirigir o Fusca azul que minha mãe tem no sítio, juro que pensei seriamente em ter um pra mim. Custa uns R$ 3.000, não paga IPVA e qualquer mecânico sabe mexer. É bem pequeno, e valente.
A experiência ao dirigir beeem bacana. É um carro visceral: você se sente realmente conduzindo a máquina. Tudo treme e você percebe no volante. A cabine é mínima, o teto quase bate na cabeça. O volante, menor que o normal, fica colado no painel, que só tem velocímetro e medidor do tanque e fica colado no minúsculo pára-brisa.
Pra frear, pelo menos nesse Fusca, tem que enfiar o pé lá no fundo, o que proporcionou alguns momentos emocionantes no começo. O câmbio é duro e você erra fácil. Fora que o jeito de segurar a alavanca é totalmente diferente.
No fim, quando aprendi a colocar a ré, já fazia até baliza e retorno no meio da rua. E acelerei até 100 km/h sem (muita) dificuldade. Tirando onda de Fusca 1.500 azul metálico no centro de Guararema. Com seu Tonico, o pedreiro do sítio, no banco do passageiro, agarrado na lataria.
O Fusquinha fica ali numa zona cinzenta entre o cool e o brega, mas acho que pendendo bem mais pro lado do brega. Claro que ia ser engraçado entregar um Fusca pro Evandro, o manobrista do Filial. Mas tenho a impressão de que precisa ser uma menina muito especial pra achar engraçado eu chegar de Fusca na porta da casa dela. E vai confiar num Fusca pra chegar até São Sebastião, ou Floripa...
Depois de pensar só mais um pouquinho, decidi que é melhor eu cobiçar mesmo o outro carro da minha mãe, um Corsa ajeitadinho com ar condicionado e direção hidráulica, e um décimo dos 31 anos de idade do Fusca. Esse fica só pra diversão nos finais de semana na roça.
Desespero
Estava no meio do cochilo pós-churrasco, quando a confusão me acordou. Uma, duas, três pessoas vieram me avisar: "sua sobrinha se trancou no banheiro". Quando me dei conta da choradeira, levantei da rede e vi o povo amontoado na porta do banheiro. Enquanto uns tentavam abrir, o resto tentava acalmar a Carol, a filha mais nova do meu irmão mais velho. Dureza: a coitadinha só berrava e não se mexia pra abrir a porta. Sem sucesso, a parte salva-vidas do grupo correu pro lado de fora. O barulho do vidro quebrando fez um silêncio na sala, e eu finalmente acordei de vez. Todo mundo voltou a respirar quando meu outro irmão começou a falar com ela, e abriu a porta. Óbvio que ninguém imaginaria um desfecho diferente, mas mesmo entre as risadas, aqueles minutos foram de puro desespero.
A experiência ao dirigir beeem bacana. É um carro visceral: você se sente realmente conduzindo a máquina. Tudo treme e você percebe no volante. A cabine é mínima, o teto quase bate na cabeça. O volante, menor que o normal, fica colado no painel, que só tem velocímetro e medidor do tanque e fica colado no minúsculo pára-brisa.
Pra frear, pelo menos nesse Fusca, tem que enfiar o pé lá no fundo, o que proporcionou alguns momentos emocionantes no começo. O câmbio é duro e você erra fácil. Fora que o jeito de segurar a alavanca é totalmente diferente.
No fim, quando aprendi a colocar a ré, já fazia até baliza e retorno no meio da rua. E acelerei até 100 km/h sem (muita) dificuldade. Tirando onda de Fusca 1.500 azul metálico no centro de Guararema. Com seu Tonico, o pedreiro do sítio, no banco do passageiro, agarrado na lataria.
O Fusquinha fica ali numa zona cinzenta entre o cool e o brega, mas acho que pendendo bem mais pro lado do brega. Claro que ia ser engraçado entregar um Fusca pro Evandro, o manobrista do Filial. Mas tenho a impressão de que precisa ser uma menina muito especial pra achar engraçado eu chegar de Fusca na porta da casa dela. E vai confiar num Fusca pra chegar até São Sebastião, ou Floripa...
Depois de pensar só mais um pouquinho, decidi que é melhor eu cobiçar mesmo o outro carro da minha mãe, um Corsa ajeitadinho com ar condicionado e direção hidráulica, e um décimo dos 31 anos de idade do Fusca. Esse fica só pra diversão nos finais de semana na roça.
Desespero
Estava no meio do cochilo pós-churrasco, quando a confusão me acordou. Uma, duas, três pessoas vieram me avisar: "sua sobrinha se trancou no banheiro". Quando me dei conta da choradeira, levantei da rede e vi o povo amontoado na porta do banheiro. Enquanto uns tentavam abrir, o resto tentava acalmar a Carol, a filha mais nova do meu irmão mais velho. Dureza: a coitadinha só berrava e não se mexia pra abrir a porta. Sem sucesso, a parte salva-vidas do grupo correu pro lado de fora. O barulho do vidro quebrando fez um silêncio na sala, e eu finalmente acordei de vez. Todo mundo voltou a respirar quando meu outro irmão começou a falar com ela, e abriu a porta. Óbvio que ninguém imaginaria um desfecho diferente, mas mesmo entre as risadas, aqueles minutos foram de puro desespero.
sexta-feira, outubro 22
Eu, Marcella e o risoto
Quando eu resolvi fazer risoto a primeira vez, uns cinco anos atrás, quem me salvou foi a Marcella Hazan, autora de uns livros clássicos sobre culinária italiana que minha mãe tem. Ela explicava direitinho porque tem que colocar o caldo aos poucos, porque não pode parar de mexer... E eu, que não sabia nem fazer um arrozinho branco do dia-a-dia, fiz um risoto de funghi maravilhoso.
Tentei outras vezes, não deu tão certo. Resolvi fazer de novo ontem. E ficou, modéstia às favas, sensacional. Mesmo sem o livro de receitas na mão e confiando em uma ou outra dica da internet e de amigos, lembrei dos ensinamentos dela e ficou tudo espantosamente maravilhoso.
Pra quem quiser, tá aqui a receita. Eu achei todos os ingredientes no PDA perto da minha casa, que é ainda um daqueles mais tosquinhos (nem 24 horas é, pra vocês verem). Dica: do instante em que eu cheguei em casa com as compras até botar os pratos na mesa, levou mais ou menos uma hora e meia.
Tentei outras vezes, não deu tão certo. Resolvi fazer de novo ontem. E ficou, modéstia às favas, sensacional. Mesmo sem o livro de receitas na mão e confiando em uma ou outra dica da internet e de amigos, lembrei dos ensinamentos dela e ficou tudo espantosamente maravilhoso.
Pra quem quiser, tá aqui a receita. Eu achei todos os ingredientes no PDA perto da minha casa, que é ainda um daqueles mais tosquinhos (nem 24 horas é, pra vocês verem). Dica: do instante em que eu cheguei em casa com as compras até botar os pratos na mesa, levou mais ou menos uma hora e meia.
Risoto de funghi secchiO melhor é que, dessa vez, tô muito mais metido na cozinha. Nas outras vezes, o tal arroz arborio simplesmente estragou depois. Agora já tô maquinando que outros risotos vou inventar. Lingüiça é o próximo, mas quero fazer também de açafrão pra comer com filé mignon. Ops, babei.Logo que chegar em casa, corre pra botar os cogumelos pra hidratar. É só cobrir com água quente. É bom que ficar pelo menos uma meia horinha.
- Duas xícaras de arroz arborio (comprei a marca mais baratinha - La Pastina -, não fez nenhuma diferença)
- 30 g de cogumelos secos italianos (funghi, ok?)
- manteiga e azeite
- cebola picada (eu usei meia cebola grande)
- parmesão ralado (pelamordedeus, compra o pedaço e rala em casa; aquele pó de queijo do saquinho é muito trash)
- um cálice de vinho branco (pode ser o mais tosco; usei Chalise, 5 pilas a garrafa).
- 1,5 litro de caldo de galinha ou carne (3 cubinhos)
- é bom ter um tanto de água quente fervendo à mão pra qualquer emergência
Antes de começar o risoto, é preciso ter certeza de que tudo, tudo mesmo, está absolutamente à mão. É que um dos grandes segredos da coisa é não parar de mexer nem um segundinho.
Escorre os cogumelos sem jogar fora a água. Joga a manteiga (uma colher dá) e um pouco de azeite numa panelona, e refoga a cebola por um tempo. Depois joga o arroz e dá aquela fritada, mexendo bem.
Aí começa a trabalheira. É jogar o líquido na panela, esperar que seja absorvido pelo arroz, e repetir isso sem parar de mexer nunca. A Marcella disse que o ideal é por 200 ml de cada vez. Pra evitar qualquer chance de fracasso, uso um copinho americano como medida.
Primeiro, a água do funghi. Uns dois copos. Joga na panela, mexe, mexe, quando tiver absorvido (você começa a ver o fundo da panela ao mexer), mais um copinho, mexe, mexe... E assim sucessivamente.
Depois dos dois copos da água do funghi, comece com o caldo. Um copinho, mexe, absorve... ad infinitum. Quando o caldo estiver chegando no fim, o risoto deve estar quase pronto. O melhor jeito de saber é que nem com macarrão: provar um pouquinho. Está bom quando estiver al dente, ou seja, nem duro, nem desmanchando.
É a hora de jogar o funghi. Mete na panela, e mistura tudo. Quando o arroz estiver bom, desliga o fogo, e joga uma colher de manteiga e um punhado de parmesão por cima. Fecha a panela e deixa uns minutinhos pra manteiga derreter.
É a hora de correr pra por a mesa, as taças de vinho, guardanapos... e voilà!! Dá pra umas três pessoas. Com educação, dá pra quatro.
quinta-feira, outubro 21
Superstar DJs
1999, véspera de Natal, 22h. Saindo de carro da garagem, rumo à ceia na casa de um irmão. [Tum tum tum] Hey girls... Primeiro portão subindo. [Tum tum tum] Hey boys... Primeiro portão fechando, segundo abrindo. Superstar DJs... Engato a primeira, testo o acelerador. Here we go! Uma acelerada, dois segundos, um solavanco. Transtornado pelo som do Chemical Brothers, bati meu carro na véspera de Natal, e todo mundo (eu e o casal bonzinho do outro carro) passou a noite na delegacia.
Até hoje essa música me causa algo parecido com um transe. É a fina arte da expectativa na música eletrônica. Aumenta, diminui, anda, para... Quando a hora do show estava chegando, fiquei tenso, esperando o momento do [tum tum tum].
Depois de abrir o show com essa, já mandaram o outro mega hit "Block Rockin Beats" (é assim?). Parece que eles queriam tirar logo isso da frente, "curte os hits aí, moçada, depois a gente vai fazer nosso som".
O que veio depois foi sensacional. Costumo dizer que um DJ é bom se consegue me fazer dançar com músicas que eu não conheço. Pulei muito mesmo. O visual nos telões quase compensou o fato de não dar pra ver os caras. Um som astral, pra cima, flores e muitas coisas coloridas. Uma viagem do bem.
O fim, à meia-noite em ponto, pareceu festa de adolescente, quando o pai chega e desliga o som (o meu já fez isso, ainda bem que não comigo).
Investimento
Fiquei muito pobre esse mês, mas já vi David Byrne, Chemical Brothers, e ainda tem o TIM. Mas parece que o ingresso pra PJ Harvey/Primal Scream tá valendo uma grana no black market. Eu comprei no embalo mesmo, mas, sinceramente, conheço muito pouco, não sei se o suficiente pra curtir. Alguém quer comprar? Tem que ter carteirinha de estudante.
Nova aquisição
Sempre que ouço uma música boa que eu não conheço (na rádio, numa festa ou num show), fico gravando um pedaço da letra pra poder enfiar depois no Google e baixar. Óbvio que sempre esqueço. Mas dessa vez eu consegui! E descobri a ótima "Golden Path", que saiu no disco de melhores singles deles no ano passado. Vocal do cara do Flaming Lips, refrão épico. Muuito bom.
Até hoje essa música me causa algo parecido com um transe. É a fina arte da expectativa na música eletrônica. Aumenta, diminui, anda, para... Quando a hora do show estava chegando, fiquei tenso, esperando o momento do [tum tum tum].
Depois de abrir o show com essa, já mandaram o outro mega hit "Block Rockin Beats" (é assim?). Parece que eles queriam tirar logo isso da frente, "curte os hits aí, moçada, depois a gente vai fazer nosso som".
O que veio depois foi sensacional. Costumo dizer que um DJ é bom se consegue me fazer dançar com músicas que eu não conheço. Pulei muito mesmo. O visual nos telões quase compensou o fato de não dar pra ver os caras. Um som astral, pra cima, flores e muitas coisas coloridas. Uma viagem do bem.
O fim, à meia-noite em ponto, pareceu festa de adolescente, quando o pai chega e desliga o som (o meu já fez isso, ainda bem que não comigo).
Investimento
Fiquei muito pobre esse mês, mas já vi David Byrne, Chemical Brothers, e ainda tem o TIM. Mas parece que o ingresso pra PJ Harvey/Primal Scream tá valendo uma grana no black market. Eu comprei no embalo mesmo, mas, sinceramente, conheço muito pouco, não sei se o suficiente pra curtir. Alguém quer comprar? Tem que ter carteirinha de estudante.
Nova aquisição
Sempre que ouço uma música boa que eu não conheço (na rádio, numa festa ou num show), fico gravando um pedaço da letra pra poder enfiar depois no Google e baixar. Óbvio que sempre esqueço. Mas dessa vez eu consegui! E descobri a ótima "Golden Path", que saiu no disco de melhores singles deles no ano passado. Vocal do cara do Flaming Lips, refrão épico. Muuito bom.
segunda-feira, outubro 18
O bom clichê
Cláudio Torres (diretor de "Redentor"), no Estadão de ontem:
Gostei muito do novo Estadão. Mudou o que precisava mudar. E agora tem guia de bolso na sexta. Agora que não preciso mesmo da Folha pra nada.
Quais os piores clichês do cinema? E os clichês indispensáveis?"Carrinho in" é técnico demais, num tenho certeza se entendi. Mas música "de ressurgimento da esperança" é sensacional.
Os piores: Final feliz, criança amigo do herói e bandido que morre por ordem de cachê. Os indispensáveis: ‘Carrinho in’ para cenas de suspense,
cena de amor e música de ressurgimento da esperança.
Gostei muito do novo Estadão. Mudou o que precisava mudar. E agora tem guia de bolso na sexta. Agora que não preciso mesmo da Folha pra nada.
Bom mau gosto
Sabe aquela música ruim, mas ruinzinha mesmo, sem vergonha, que você, por algum motivo, gosta pra caramba? Esse final de semana coloquei mais uma na lista. Depois que todo mundo encheu a cara de um jantar delicioso, mais champagne e morangos, a dona da festinha para seleto grupo de economistas (que vem a ser minha atual futura cunhada) afastou o tapete branco da sala e aumentou o som.
Não sei se era superstição, mas cada música tocava umas três vezes. E essa tocou várias vezes, com aquele refrão ruim que dá dó, mas que gruda: "pode ser a qualquer hora, pode ser qualquer lugar..." (só piora). Aditivos mentais a mais, luzes a menos, e virou a trilha sonora da noite.
Google me ajudou a descobrir que o rapaz cantando era Toni Platão, celebridade B dos anos 80 que depois de um tempão lançou um disco chamado Calígula Freejack (hein?), e emplacou a música título na trilha da novela "Agora é que são elas" (hein?).
A música em questão chama-se Pode Ser, e encanei tanto nela que abri uma conta no iMusica e comprei a danada por R$ 0,99. Depois conto o que eu fiz com os outros R$ 4 de crédito que eu tenho agora.
PS: Tinha pensado em apresentar meu top 10 de músicas ruins, mas depois concluí que queimação de filme tem limite.
Não sei se era superstição, mas cada música tocava umas três vezes. E essa tocou várias vezes, com aquele refrão ruim que dá dó, mas que gruda: "pode ser a qualquer hora, pode ser qualquer lugar..." (só piora). Aditivos mentais a mais, luzes a menos, e virou a trilha sonora da noite.
Google me ajudou a descobrir que o rapaz cantando era Toni Platão, celebridade B dos anos 80 que depois de um tempão lançou um disco chamado Calígula Freejack (hein?), e emplacou a música título na trilha da novela "Agora é que são elas" (hein?).
A música em questão chama-se Pode Ser, e encanei tanto nela que abri uma conta no iMusica e comprei a danada por R$ 0,99. Depois conto o que eu fiz com os outros R$ 4 de crédito que eu tenho agora.
PS: Tinha pensado em apresentar meu top 10 de músicas ruins, mas depois concluí que queimação de filme tem limite.
quinta-feira, outubro 14
Invenção do século
Lingüiça, maminha, espeto de queijo coalho, vinagrete, Itaipava gelada. Tudo isso na minha cozinha, graças à minha novíssima Mister Grill Light. Muita diversão por apenas R$ 26 (no Extra). Que não faz fumaça não é totalmente verdade, fica aquele cheirão de churrasco no apartamento todo. Mas vale totalmente a pena, mal pude acreditar quando comi aquelas coisas sem sair de casa. To fazendo vários planos: churrascada com amigos, franguinho light grelhado, legumes grelhados! Problema é limpar... ugh!
Eu sou impressionante
Toda essa diversão do churrasco rolou depois de uma hora e meia trancado pra fora do apartamento, esperando o chaveiro 24 horas chegar, passando mal de fome (das pouquíssimas situações em que fico mau-humorado). Tudo isso pra chegar na redação hoje e encontrar a chave em cima da mesa. R$ 80 jogados no lixo! Que ódio!
Eu sou impressionante
Toda essa diversão do churrasco rolou depois de uma hora e meia trancado pra fora do apartamento, esperando o chaveiro 24 horas chegar, passando mal de fome (das pouquíssimas situações em que fico mau-humorado). Tudo isso pra chegar na redação hoje e encontrar a chave em cima da mesa. R$ 80 jogados no lixo! Que ódio!
quarta-feira, outubro 13
Irmão consciência
Depois que ele veio morar em São Paulo, tenho tido muito mais oportunidades de bater papo com meu irmão mais velho. E muitas vezes sinto ele como uma consciência minha. Quero passar um tempo morando em Londres. "Você precisa primeiro garantir sua independência financeira", ele diz. Preciso encontrar a mulher de minha vida. "É preciso ser pragmático nos relacionamentos." Eu puxo de um lado, ele de outro. Esse jeitão... pragmático (palavra muito usada nesse feriadão) certamente foi o que fez ele não quebrar se ferrar na vida, porque sempre achei que ele era o que tinha mais chance de se dar mal. Hoje ele sustenta quatro filhos, numa boa. Mas será que eu quero mesmo?
Obrigado, São Longuinho
Fiquei muito triste quando fechou, pouquíssimo tempo de abrir, a Itiriki da avenida Aclimação. Era uma filial daquela padoca japonesa/chinesa da Liberdade, onde eu adorava torrar meu dinheirinho em pães de comer ajoelhado, pedindo perdão. Mas agora abriu por ali a Bienal, uma daquelas padocas alto nível: funcionários uniformizados, fotos antigas de São Paulo na parede, chopp bacana, cardápio de lanches especiais... Só pra eu gostar ainda mais desse bairro (todo mundo sabe que eu aaaamo uma padoca). Ainda bem que a outra, mais simplesinha, que eu vou sempre, fica ao lado da minha casa. Ou eu ia ficar pobre de marré marré.
Tio Patinhas
Me dei conta que posso estar virando um muquirana mala. Mas gastar R$ 5 em deslocamentos de aeroporto daqui para Floripa, enquanto meu irmão gastou R$ 100, foi sensacional.
Atrasado
Depois de falar em tom de descoberta sobre Paula Morelembaum, descobrir que a primeira música do CD tá na abertura da novela das sete foi frustrante. Melhor, talvez, ficar sabendo depois, porque gostei mesmo do disco.
Obrigado, São Longuinho
Fiquei muito triste quando fechou, pouquíssimo tempo de abrir, a Itiriki da avenida Aclimação. Era uma filial daquela padoca japonesa/chinesa da Liberdade, onde eu adorava torrar meu dinheirinho em pães de comer ajoelhado, pedindo perdão. Mas agora abriu por ali a Bienal, uma daquelas padocas alto nível: funcionários uniformizados, fotos antigas de São Paulo na parede, chopp bacana, cardápio de lanches especiais... Só pra eu gostar ainda mais desse bairro (todo mundo sabe que eu aaaamo uma padoca). Ainda bem que a outra, mais simplesinha, que eu vou sempre, fica ao lado da minha casa. Ou eu ia ficar pobre de marré marré.
Tio Patinhas
Me dei conta que posso estar virando um muquirana mala. Mas gastar R$ 5 em deslocamentos de aeroporto daqui para Floripa, enquanto meu irmão gastou R$ 100, foi sensacional.
Atrasado
Depois de falar em tom de descoberta sobre Paula Morelembaum, descobrir que a primeira música do CD tá na abertura da novela das sete foi frustrante. Melhor, talvez, ficar sabendo depois, porque gostei mesmo do disco.
sexta-feira, outubro 8
Dancing Byrne
As dancinhas do David Byrne quase foram a melhor coisa do show. Quis até prestar atenção pra aprender todos os passos, mas depois a gente concluiu que na verdade ele imita a gente, então não precisa.
Foi muito bacana. Sensacional. "Road to Nowhere" ele mandou na primeira metade do show, e foi emocionante. Pena que não tive a manha de levantar nessa hora e sair pulando. Absurdo ter que ver um show como esse apertado numa cadeira daquelas mesas desajeitadas.
Ainda mais que ele emendou em "Nothing But Flowers", que foi triplamente sensacional: primeiro porque é uma das músicas mais bacanas do Talking Heads, depois pelo alívio de que eram realmente infundados os boatos de que o Caetano subiria no palco, e pra completar pela versão forró (!) maravilhosa, com direito a gringos loirinhos tocando zabumba e triângulo. Queria muito ter levantado e dançado o forrozinho do David Byrne.
Em "The Great Intoxication", a minha preferida dos últimos dois discos, eu achei que ia chorar de emoção. De verdade. Primeiro, ele contou que tinha feito essa música pra duas pessoas da firma dele que estavam começando a sair, o que me fez adorar ainda mais. É a intoxicação de quando você está começando a achar que gosta de alguém. Põe o som na maior altura, faz besteira, fica bêbado... E ele mudou o arranjo, cheio de cordas, uma coisa linda.
Teve dois bis, e vários momentos engraçadinhos. O melhor foi quando um cara na platéia pediu, gritando, "Burning down the house", e ele: "Não vamos tocar essa, tá? Então pode economizar sua voz".
Fui obrigado a tomar uns chopps depois pra acalmar. Ufs.
Campanha
Tem músicas que eu gosto tanto que não consigo me conformar com a indiferença dos outros por ela. Acho que todo mundo deveria ouvir e gostar, simplesmente seria melhor pra todo mundo. Assim é "Road to Nowhere", que estou achando uma música perfeita. Então vou fazer campanha: ouça, e melhore sua vida. Saia por aí marchando e imitando os gritinhos do final. Satisfação garantida. Pra facilitar (ou forçar a barra mesmo), tá aqui a música, pra todo mundo baixar:
Road to Nowhere (Talking Heads)
Perigo!
Vou voltar de Florianópolis como responsável legal pelos meus dois sobrinhos (8 e 11 anos) e meu irmão menor (11). Medo!
Foi muito bacana. Sensacional. "Road to Nowhere" ele mandou na primeira metade do show, e foi emocionante. Pena que não tive a manha de levantar nessa hora e sair pulando. Absurdo ter que ver um show como esse apertado numa cadeira daquelas mesas desajeitadas.
Ainda mais que ele emendou em "Nothing But Flowers", que foi triplamente sensacional: primeiro porque é uma das músicas mais bacanas do Talking Heads, depois pelo alívio de que eram realmente infundados os boatos de que o Caetano subiria no palco, e pra completar pela versão forró (!) maravilhosa, com direito a gringos loirinhos tocando zabumba e triângulo. Queria muito ter levantado e dançado o forrozinho do David Byrne.
Em "The Great Intoxication", a minha preferida dos últimos dois discos, eu achei que ia chorar de emoção. De verdade. Primeiro, ele contou que tinha feito essa música pra duas pessoas da firma dele que estavam começando a sair, o que me fez adorar ainda mais. É a intoxicação de quando você está começando a achar que gosta de alguém. Põe o som na maior altura, faz besteira, fica bêbado... E ele mudou o arranjo, cheio de cordas, uma coisa linda.
Teve dois bis, e vários momentos engraçadinhos. O melhor foi quando um cara na platéia pediu, gritando, "Burning down the house", e ele: "Não vamos tocar essa, tá? Então pode economizar sua voz".
Fui obrigado a tomar uns chopps depois pra acalmar. Ufs.
Campanha
Tem músicas que eu gosto tanto que não consigo me conformar com a indiferença dos outros por ela. Acho que todo mundo deveria ouvir e gostar, simplesmente seria melhor pra todo mundo. Assim é "Road to Nowhere", que estou achando uma música perfeita. Então vou fazer campanha: ouça, e melhore sua vida. Saia por aí marchando e imitando os gritinhos do final. Satisfação garantida. Pra facilitar (ou forçar a barra mesmo), tá aqui a música, pra todo mundo baixar:
Road to Nowhere (Talking Heads)
Perigo!
Vou voltar de Florianópolis como responsável legal pelos meus dois sobrinhos (8 e 11 anos) e meu irmão menor (11). Medo!
quinta-feira, outubro 7
Moda municipal
Que mané casaquinho da Adidas comprado no shopping... Fashion mesmo são os abrigos do uniforme escolar da prefeitura. Hoje vi o modelo azul, e tem um vermelho também, os dois com uma listra branca na manga, e no peito uma bola amarela com aquela estrela disfarçada de bonequinho vermelho do logo do governo. Dá pra conseguir um? Ou vou ter que atacar uma criancinha na saída do colégio?
Berimbaum
Tirando esse nome trocadilho quase engraçado, é uma delícia o disco da Paula Morelenbaum, que deve ser filha/neta/sobrinha do Jacques (preguiça de pesquisar). É aquele básico eletro-bossa, umas novas, umas regravações. Bem interessante. A voz é bacana, e pra me ganhar (tenho certeza), gravou Insensatez, que já foi a música da minha vida por muito tempo. É das poucas músicas bacanas do ponto de vista de quem deu o pé na bunda, que também fica muito triste, sim sr.. Mais aqui
Berimbaum
Tirando esse nome trocadilho quase engraçado, é uma delícia o disco da Paula Morelenbaum, que deve ser filha/neta/sobrinha do Jacques (preguiça de pesquisar). É aquele básico eletro-bossa, umas novas, umas regravações. Bem interessante. A voz é bacana, e pra me ganhar (tenho certeza), gravou Insensatez, que já foi a música da minha vida por muito tempo. É das poucas músicas bacanas do ponto de vista de quem deu o pé na bunda, que também fica muito triste, sim sr.. Mais aqui
domingo, outubro 3
Music for life
Além de Chico Buarque e João Gilberto, ela teve o dom de me apresentar David Byrne também. E uma lista de outras coisas. Comprei um monte de CDs, descobri que ele descobriu o Tom Zé (e descobri junto), adoro a voz do cara, acho genial tudo o que ele faz. Por um tempo, era um trio de amigos pra tudo, e ele dizia isso mesmo: "ele [o David Byrne] é um gênio".
Pobre coitado do cara que comprar o quarto ingresso da mesa que esse trio vai ocupar no Tom Brasil na quinta, show do próprio mr. Byrne. For the sake of old times.
Britpop e eu
Foi lendo a matéria da NME sobre os dez anos do primeiro disco do Oasis, e tudo o que aconteceu no rock britânico naquele ano e depois, que me ocorreu a tosca comparação.
Voltei da Europa em 96 ouvindo Blur, Oasis, e algumas coisas mais trash. Foi também o ano que saiu (e eu comprei) Everything Must Go, do Manics, um dos discos mais sensacionais de todos os tempos. De uma hora pra outra, tinha 18 anos, um carro, tinha saído do colégio e fazia faculdade. Com um monte de gente bacana, totalmente diferente dos manés do Dante (eu incluso). A namorada de adolescência não combinava mais, e precisei pela primeira vez pensar em como se terminam as coisas.
Corta a cena pra 2004, vou terminar minha faculdade e tentar viver de um jeito um pouco diferente. Ah, se quiser carregar na simbologia, não tenho mais carro, nem namorada.
Ok, não deu dez anos, meu sobrenome não é Gallagher e minha vida não é a trajetória do rock britânico (ainda bem, talvez), mas deu aquela sensação de que algo que começou bem nessa época vai ser concluído.
Putz, e acabei de me tocar que arrumei mais um ótimo motivo pra me mandar pra Londres no final do ano. Isso sim seria uma conclusão.
Urna
Acho que nunca vou transferir meu título pra Aclimação. A cada dois anos, posso voltar no Dante, e agora já dá pra relevar as besteiras que eles fazem com crianças lá, e só ficar botando reparo. Esse ano a novidade era uma cobertura na entrada, mas o resto está lá igual, o pátio, a escadaria, os vitrôs. E voto na mesma sala que eu fiz o 3º colegial. Quer dizer, tenho quase certeza que é a mesma, mas é no máximo a do lado. Acho que redividiram as classes. Mas é muito mais bacana achar que foi realmente naquela sala que eu dormi babando na carteira, tomei bronca de professor, anotei as aulas mais bestas e distribuí livrinhos de poemas.
Votei tão rápido que fiquei com medo de ter votado errado. Quando levantei da urna, dei uma olhada em volta da sala. É lá sim.
Pobre coitado do cara que comprar o quarto ingresso da mesa que esse trio vai ocupar no Tom Brasil na quinta, show do próprio mr. Byrne. For the sake of old times.
Britpop e eu
Foi lendo a matéria da NME sobre os dez anos do primeiro disco do Oasis, e tudo o que aconteceu no rock britânico naquele ano e depois, que me ocorreu a tosca comparação.
Voltei da Europa em 96 ouvindo Blur, Oasis, e algumas coisas mais trash. Foi também o ano que saiu (e eu comprei) Everything Must Go, do Manics, um dos discos mais sensacionais de todos os tempos. De uma hora pra outra, tinha 18 anos, um carro, tinha saído do colégio e fazia faculdade. Com um monte de gente bacana, totalmente diferente dos manés do Dante (eu incluso). A namorada de adolescência não combinava mais, e precisei pela primeira vez pensar em como se terminam as coisas.
Corta a cena pra 2004, vou terminar minha faculdade e tentar viver de um jeito um pouco diferente. Ah, se quiser carregar na simbologia, não tenho mais carro, nem namorada.
Ok, não deu dez anos, meu sobrenome não é Gallagher e minha vida não é a trajetória do rock britânico (ainda bem, talvez), mas deu aquela sensação de que algo que começou bem nessa época vai ser concluído.
Putz, e acabei de me tocar que arrumei mais um ótimo motivo pra me mandar pra Londres no final do ano. Isso sim seria uma conclusão.
Urna
Acho que nunca vou transferir meu título pra Aclimação. A cada dois anos, posso voltar no Dante, e agora já dá pra relevar as besteiras que eles fazem com crianças lá, e só ficar botando reparo. Esse ano a novidade era uma cobertura na entrada, mas o resto está lá igual, o pátio, a escadaria, os vitrôs. E voto na mesma sala que eu fiz o 3º colegial. Quer dizer, tenho quase certeza que é a mesma, mas é no máximo a do lado. Acho que redividiram as classes. Mas é muito mais bacana achar que foi realmente naquela sala que eu dormi babando na carteira, tomei bronca de professor, anotei as aulas mais bestas e distribuí livrinhos de poemas.
Votei tão rápido que fiquei com medo de ter votado errado. Quando levantei da urna, dei uma olhada em volta da sala. É lá sim.
domingo, setembro 26
Listmania
Top 10 músicas para ouvir de luz apagada, deitado na cama, percorrendo com a mão, quase sem encostar, todos os cantinhos de um corpo, quente de não ter que fazer nada pro resto da vida:
Não Vá Ainda - Zélia Duncan
Unravel - Björk
Pra Machucar Meu Coração - João Gilberto
Acabou Chorare - Novos Baianos
The Night I Heard Caruso Sing - Everything But The Girl
Waiting For That Day - George Michael
Ce Matin La - Air
To Sheila - Smashing Pumpkins
Fox In The Snow - Belle & Sebastian
Era Casa Era Jardim / Veja Margarida - Vital Farias e Geraldo Azevedo
Tem música pra ouvir sábado de manhã, tem música pra ouvir na estrada pra praia, pra cozinhar, pra tomar banho, pra se arrumar correndo atrasado, pra descer do avião... Montar CDzinhos perfeitos pra cada situação é uma daquelas muitas coisas que eu digo que vou fazer e nunca faço há muito tempo.
Não Vá Ainda - Zélia Duncan
Unravel - Björk
Pra Machucar Meu Coração - João Gilberto
Acabou Chorare - Novos Baianos
The Night I Heard Caruso Sing - Everything But The Girl
Waiting For That Day - George Michael
Ce Matin La - Air
To Sheila - Smashing Pumpkins
Fox In The Snow - Belle & Sebastian
Era Casa Era Jardim / Veja Margarida - Vital Farias e Geraldo Azevedo
Tem música pra ouvir sábado de manhã, tem música pra ouvir na estrada pra praia, pra cozinhar, pra tomar banho, pra se arrumar correndo atrasado, pra descer do avião... Montar CDzinhos perfeitos pra cada situação é uma daquelas muitas coisas que eu digo que vou fazer e nunca faço há muito tempo.
quinta-feira, setembro 23
The heat is on
Coisas para se fazer nesse calor do Congo©:
Ir trabalhar de bermuda. Combinamos de liberar no trabalho, com a condição de ter uma calça na mochila, pra eventualidades. Não é sensacional? Eu aaaamo a firrma. Só não precisava ter recebido visita surpresa do assessor de imprensa engravatado bem no dia que resolvi estrear meu visual escoteiro-mirim.
Matar a aula do chileno-tecla-sap-por-fabor pra jantar bifinho com arroz e feijão em casa, tomando Skol(s) gelada(s). Aaaaah...
Manter estoque permanente de pedaços gelados de melancia, pra comer a cada passagem pela frente da geladeira. E como é casa a minha e eu faço as regras, pode comer melancia sem prato, cuspindo a semente na pia e pingando caldinho cor de rosa pela casa.
Depois conto mais sobre complexo de Magali (paixão por melancia).
Depois conto mais sobre complexo de Magali (paixão por melancia).
terça-feira, setembro 21
Sede de economia
Obrigado, Quaker e São Longuinho: o preço do Gatorade baixou! Agora com apenas R$ 2, mais as duas Neosaldinas, sua ressaca está curada! Vem na semana apropriada: jacas e muito calor programados na mesma proporção.
Onde é que enfiei aquelas armas?
Todo mundo deveria ler no Estadão de domingo o artigo do estatístico Bart Kosko sobre guerra no Iraque ("Ameaça terrorista talvez seja um grande blefe"). Olha o exemplo do sr. Bart: se você está fazendo compras numa loja e se dá conta que suas chaves sumiram (típico do rapaz aqui), em quantos lugares precisa procurar para chegar à conclusão de que as chaves não estão na loja? Quanto mais você procurar e não achar, mais aumenta o que ele chama de evidência negativa, ou seja, não é que elas certamente estão lá, só que bem escondidinhas. Muito mais provável que elas não estejam. E isso vale para as armas de destruição em massa que os caras insistem em procurar no Iraque e não acham... Foi das coisas mais interessantes que li sobre a guerra.
Me faz lembrar um livro que eu nunca li mas adoro citar ("The Mathematician Reads The Newspaper"), de um americano chamado John Allen Paulos. Ele destrói os repórteres que adoram enfiar uns números no Excel e chegar a conclusões assustadoras. No caso mais divertido, ele cita uma reportagem alarmante sobre as possibilidades de o uso de celulares causar câncer de ouvido. Distorcendo os números de outra forma, diz ele, você conclui, tão irrefutavelmente quanto na primeira hipótese, que o uso dos telefones móveis na verdade previne a doença... Como dizia meu irmão, "número é assim: tortura que ele fala".
Volta, Heródoto
Nos dias em que acordo cedo (atualmente, todos, vejam só), faz parte da minha felicidade matinal, junto com um banho, um pãozinho com manteiga e litros de café com leite, ouvir notícias no rádio. Na CBN, especificamente. Com o Heródoto Barbeiro, mais especificamente. Só que não bastasse ele ter saído de férias, botaram no lugar o animal do cara que apresenta o programa da tarde, aquele que eu xingava (de verdade) no caminho pro trabalho quando entrava às 14h. Não consigo ouvir a voz dele por 10 segundos. Das alternativas, a menos pior é a Eldorado, que é meio sem graça porque repete várias notícias do Estadão, que neste momento já está me acompanhando no café da manhã. Volta, Heródoto, please?
Ok, com essa esgotei minha cota de manias usualmente atribuídas a pessoas com mais de 65 anos. E olha que eu tenho ela desde uns... 19. Putz.
Me faz lembrar um livro que eu nunca li mas adoro citar ("The Mathematician Reads The Newspaper"), de um americano chamado John Allen Paulos. Ele destrói os repórteres que adoram enfiar uns números no Excel e chegar a conclusões assustadoras. No caso mais divertido, ele cita uma reportagem alarmante sobre as possibilidades de o uso de celulares causar câncer de ouvido. Distorcendo os números de outra forma, diz ele, você conclui, tão irrefutavelmente quanto na primeira hipótese, que o uso dos telefones móveis na verdade previne a doença... Como dizia meu irmão, "número é assim: tortura que ele fala".
Volta, Heródoto
Nos dias em que acordo cedo (atualmente, todos, vejam só), faz parte da minha felicidade matinal, junto com um banho, um pãozinho com manteiga e litros de café com leite, ouvir notícias no rádio. Na CBN, especificamente. Com o Heródoto Barbeiro, mais especificamente. Só que não bastasse ele ter saído de férias, botaram no lugar o animal do cara que apresenta o programa da tarde, aquele que eu xingava (de verdade) no caminho pro trabalho quando entrava às 14h. Não consigo ouvir a voz dele por 10 segundos. Das alternativas, a menos pior é a Eldorado, que é meio sem graça porque repete várias notícias do Estadão, que neste momento já está me acompanhando no café da manhã. Volta, Heródoto, please?
Ok, com essa esgotei minha cota de manias usualmente atribuídas a pessoas com mais de 65 anos. E olha que eu tenho ela desde uns... 19. Putz.
domingo, setembro 19
Upgrade
Geladeira, duas semanas atrás:
- 10 Itapaivas geladas
- potinho de pepinos em conservas (2 meses)
- potinho de alcaparras (6, 7 meses?)
- mostarda Dijon (vencida)
- requeijão
- 3 salsichas
- meio sorvete de creme
- limão
Geladeira, domingo, 19/9:
- 2 Itapaivas, 5 Skols, 4 Bohemias (geladas)
- Guaraná 2 litros
- 1/4 de melancia
- 3 papayas
- uvas (lavadas)
- mandioquinhas
- 1 cenoura
- meio queijo direto do sítio
- marmitex de churrasco, arroz e vinagrete
- marmitex de afogado com arroz
- 2 potes de molho de tomate congelado
- 3 bifes congelados
- 3 peitos de frango congelados
- cuscuz marroquino com frango, congelados
- potinho de alcaparras (2 meses e 2 semanas)
- limão
Impressionante a diferença que fazem R$ 10 na mão da Jose pra ir na feira, mais uma passadinha no Extra pra aproveitar os preços de cerveja e um final de semana no sítio de mamis pra se abastecer de sobras do final de semana. Alguém precisa jogar essa alcaparra fora.
Se alguém ficou curioso, afogado é basicamente um cozidão de carne com batata, que sempre rola de graça nas festas comunitárias lá de Guararema. O cara do açougue doa um pouco de carne, outro doa batata, minha mãe deu uns temperos e levou umas bocas pra comer, e um tupperware cheio pra casa, porque foi só metade das 300 pessoas que o candidato tava esperando.
Amora season
A amoreira da minha mãe continua a expelir quantidades absurdas de amoras bem pretas e docinhas. Minha caipirosca não deu muito certo, mas esse final de semana teve geléia de amora no café da manhã, amora com suspiro e chantilly na sobremesa, e bolo de amora com o cafézinho depois do cochilo da tarde na rede. Hmmmm...
- 10 Itapaivas geladas
- potinho de pepinos em conservas (2 meses)
- potinho de alcaparras (6, 7 meses?)
- mostarda Dijon (vencida)
- requeijão
- 3 salsichas
- meio sorvete de creme
- limão
Geladeira, domingo, 19/9:
- 2 Itapaivas, 5 Skols, 4 Bohemias (geladas)
- Guaraná 2 litros
- 1/4 de melancia
- 3 papayas
- uvas (lavadas)
- mandioquinhas
- 1 cenoura
- meio queijo direto do sítio
- marmitex de churrasco, arroz e vinagrete
- marmitex de afogado com arroz
- 2 potes de molho de tomate congelado
- 3 bifes congelados
- 3 peitos de frango congelados
- cuscuz marroquino com frango, congelados
- potinho de alcaparras (2 meses e 2 semanas)
- limão
Impressionante a diferença que fazem R$ 10 na mão da Jose pra ir na feira, mais uma passadinha no Extra pra aproveitar os preços de cerveja e um final de semana no sítio de mamis pra se abastecer de sobras do final de semana. Alguém precisa jogar essa alcaparra fora.
Se alguém ficou curioso, afogado é basicamente um cozidão de carne com batata, que sempre rola de graça nas festas comunitárias lá de Guararema. O cara do açougue doa um pouco de carne, outro doa batata, minha mãe deu uns temperos e levou umas bocas pra comer, e um tupperware cheio pra casa, porque foi só metade das 300 pessoas que o candidato tava esperando.
Amora season
A amoreira da minha mãe continua a expelir quantidades absurdas de amoras bem pretas e docinhas. Minha caipirosca não deu muito certo, mas esse final de semana teve geléia de amora no café da manhã, amora com suspiro e chantilly na sobremesa, e bolo de amora com o cafézinho depois do cochilo da tarde na rede. Hmmmm...
quinta-feira, setembro 16
Política feijão com arroz
Entre aquelas que fazem você achar que tem uma vida decente, uma das mais bacanas é almoçar em casa. Chegue no trabalho às 13h e diga "almocei em casa". A reação de todo mundo (que não almoça em casa) é automática: "aaaai, que delícia. aaaai que inveja".
Tinha arroz, feijão preto e bife acebolado. E saladinha. Como rende uma xícara de feijão, né? Comi muito, e ainda tem dois potinhos na geladeira. Aliás, o que precisa pra meu feijão preto virar caldinho de feijão?
Parece que depois de quase quatro anos fora da casa de mamis, estou finalmente me entendendo com a geladeira e a despensa. Deixo um dinheiro pra Jose na quarta, ela vai na feira, compra frutas pra semana. Faz alguma comidinha, feijão, molhos, e meu congelador fica cheio de potinhos prontos pro jantar. Pra fazer companhia pras latinhas geladas de Itaipava.
Me acaberei três dias seguidos
Saiu a programação oficial do Tim Festival 2004. Pra morrer. De pular, e de gastar dinheiro. Soulwax e 2manyDJs, num dia, Primal Scream e Bebel Gilberto no outro, e Pet Shop Boys no último. Putz!
Tinha arroz, feijão preto e bife acebolado. E saladinha. Como rende uma xícara de feijão, né? Comi muito, e ainda tem dois potinhos na geladeira. Aliás, o que precisa pra meu feijão preto virar caldinho de feijão?
Parece que depois de quase quatro anos fora da casa de mamis, estou finalmente me entendendo com a geladeira e a despensa. Deixo um dinheiro pra Jose na quarta, ela vai na feira, compra frutas pra semana. Faz alguma comidinha, feijão, molhos, e meu congelador fica cheio de potinhos prontos pro jantar. Pra fazer companhia pras latinhas geladas de Itaipava.
Me acaberei três dias seguidos
Saiu a programação oficial do Tim Festival 2004. Pra morrer. De pular, e de gastar dinheiro. Soulwax e 2manyDJs, num dia, Primal Scream e Bebel Gilberto no outro, e Pet Shop Boys no último. Putz!
segunda-feira, setembro 13
$onar $ound
Foi a balada mais cara do século (R$ 100 só de taxi, putz...), mas valeu totalmente a pena. Quando começou a chover, deu medo de ser um novo Skol Mico, mas não demorou muito pra me convencer do contrário _ausência de fila na entrada, e também para comprar bebida a noite toda, banheiros decentes, caras bonitas...
Começou uma grande surpresa: DJ Dolores. Quando os jornais hyparam o cara, me deu preguiça. Mas é beeeem bacana. Um DJ animadão, uma negona cantando com um chocalho, seção de metais... "É som de preto, de favelado...". Só não pulei mais porque tava me preservando pro resto.
Ponto alto: Kid Koala. Não é que foi difícil o cara me ganhar: tocou músicas dos dois artistas que eu mais venero. Entrando na pista, ele terminou Boys Don't Cry e emendou Bachelorette, úma música épica, ultra-dramática e sensacional da Björk. Passei mal e saí correndo, derramando chopp na mão. O solo de scracth sobre Louis Armstrong foi lindo. Mas precisei correr pro banheiro, e ele tocou Idiothèque, do Radiohead, quando eu tava na fila (foi o grande não-momento da balada). Eu pensava, "droga, eu que sempre quis tocar isso na balada".
A maior decepção foi o Patife, anunciado pra tocar com Trio Mocotó. Esperei até quando pude pra ver a combinação, que me parecia muito bacana, mas enchi o saco do drum & bass mala e e fui terminar a noite no Laurent Garnier.
Que foi demais. Por Out of Space, do Prodigy, uma das minhas atuais all-time favorites. Pelos peguinhas de felicidade que eu dei na pista. Pela galera que eu achei (sempre bom ter um monte de gente pra pular junto). O cara é realmente bom, e eu com os pés já estourados, louco pra ver como aquilo ia terminar, mas às 8h não deu mais e fomos embora. Eu mal conseguia andar, o taxista praticamente me rolou pra fora do carro. Só deu pra comer umas bisnaguinhas com requeijão e zzzz....
Temporada prejuízo
Vou torrar todo o dinheiro que eu não tenho em shows este ano: já começou com o Sonar, em outubro tem David Byrne imperdível, depois vem TIM Festival e Chemical Brothers. Preciso de linha de crédito especial para shows. Pra completar, tem show do Moby (aaah) no Rio, mas é numa festa fechada, então nem adianta me preocupar.
Lombriga feliz
Passei muito bem esse final de semana. Começou com um cozidão de frango com legumes e cuscus marroquino na casa da minha mãe. Pra comer de joelhos pedindo perdão a deus. E ela ainda veio com o sorvete de amoras catadas ali mesmo. Acho que vou babar. De noite, Erikinha providenciou homus, arroz com castanhas e saladinha do Almanara, amo ela pra sempre. Almoço do domingo no Acrópoles, moussaka e lula perfeitos. Jantar em casa de noite: macarrão com o molho de tomate gostosinho que a Jose deixou congelado. Depois dessa sequência fenomenal, posso passar a semana toda comendo hamburguer com catchup e arroz sem reclamar.
Cuscus marroquino é uma das coisas que mais gosto de cozinhar, é bem gostoso e facinho de impressionar. Mas agora aprendi com mamis como faz pra ele ficar ainda mais gostoso (refoga com um pouco de cebola e tomate). Me aguardem!
A amoreira foi o momento volta à infância do final de semana. Perdi horas catando, tingindo de roxo os pés, as mãos e quase todo o resto do corpo. Trouxe umas pra casa com uma idéia maligna: caiproska de amora. Que tal?
Começou uma grande surpresa: DJ Dolores. Quando os jornais hyparam o cara, me deu preguiça. Mas é beeeem bacana. Um DJ animadão, uma negona cantando com um chocalho, seção de metais... "É som de preto, de favelado...". Só não pulei mais porque tava me preservando pro resto.
Ponto alto: Kid Koala. Não é que foi difícil o cara me ganhar: tocou músicas dos dois artistas que eu mais venero. Entrando na pista, ele terminou Boys Don't Cry e emendou Bachelorette, úma música épica, ultra-dramática e sensacional da Björk. Passei mal e saí correndo, derramando chopp na mão. O solo de scracth sobre Louis Armstrong foi lindo. Mas precisei correr pro banheiro, e ele tocou Idiothèque, do Radiohead, quando eu tava na fila (foi o grande não-momento da balada). Eu pensava, "droga, eu que sempre quis tocar isso na balada".
A maior decepção foi o Patife, anunciado pra tocar com Trio Mocotó. Esperei até quando pude pra ver a combinação, que me parecia muito bacana, mas enchi o saco do drum & bass mala e e fui terminar a noite no Laurent Garnier.
Que foi demais. Por Out of Space, do Prodigy, uma das minhas atuais all-time favorites. Pelos peguinhas de felicidade que eu dei na pista. Pela galera que eu achei (sempre bom ter um monte de gente pra pular junto). O cara é realmente bom, e eu com os pés já estourados, louco pra ver como aquilo ia terminar, mas às 8h não deu mais e fomos embora. Eu mal conseguia andar, o taxista praticamente me rolou pra fora do carro. Só deu pra comer umas bisnaguinhas com requeijão e zzzz....
Temporada prejuízo
Vou torrar todo o dinheiro que eu não tenho em shows este ano: já começou com o Sonar, em outubro tem David Byrne imperdível, depois vem TIM Festival e Chemical Brothers. Preciso de linha de crédito especial para shows. Pra completar, tem show do Moby (aaah) no Rio, mas é numa festa fechada, então nem adianta me preocupar.
Lombriga feliz
Passei muito bem esse final de semana. Começou com um cozidão de frango com legumes e cuscus marroquino na casa da minha mãe. Pra comer de joelhos pedindo perdão a deus. E ela ainda veio com o sorvete de amoras catadas ali mesmo. Acho que vou babar. De noite, Erikinha providenciou homus, arroz com castanhas e saladinha do Almanara, amo ela pra sempre. Almoço do domingo no Acrópoles, moussaka e lula perfeitos. Jantar em casa de noite: macarrão com o molho de tomate gostosinho que a Jose deixou congelado. Depois dessa sequência fenomenal, posso passar a semana toda comendo hamburguer com catchup e arroz sem reclamar.
sexta-feira, setembro 10
Bjorg-mania
Minha idéia super original de dar um CD fresquinho da Björk de presente... não foi tão original. Pelo menos acho que meu CD é mais original: depois de baixar todas as músicas, descobri que tinha várias versões diferentes de cada uma. Coisa irritante quando você baixa músicas da internet e elas não são na verdade o que realmente está no disco. Não tenho a menor idéia se aquelas músicas são as 14 do CD, provavelmente não são. Só sei que são todas dela (a voz é meio inconfundível). A contra-prova chega amanhã. E-mail do meu pai: "Ju, comprei o CD da Bjorg (Medulla, limited edition, includes exclusive poster)". Ueba!
***
Agora estou me divertindo pra montar um best of pedagógico da Björk. Na primeira tentativa, já coloquei umas cinco músicas do primeiro disco e parei por aí mesmo. Desse jeito vou partir logo pra lançar a obra completa, uma caixa histórica, com depoimentos, gravações raras... Em formato de cubo de gelo. Ou iglu. Tá, parei. Mas vou tentar de novo.
Koalas e outros animais
Depois de decidir definitivamente não ir no Sonar, uma amiga ganhou um ingresso e eu resolvi acompanhar. Raciocínio de um amigo: "só vai ter mina gata, porque é muito caro". Bom, eu sou estudante, pago R$ 50. E "mina gata" é um conceito relativo. Do line-up, eu acho que conheço mesmo só o Trio Mocotó. Já ouvi que o Laurent Garnier (6h da manhã!!) é muito bom. E baixei um disco de um cara chamado Kid Koala. Que é, olha, bacana meeeishmo. Lembra Proppellerheads, sonzinhos meio R&B sob uma colagem de frases que parecem tiradas de filmes americanos dos anos 50. Escaldado da fila sem noção do Skol Beats,
acho que vou chegar no comecinho da noite, nem que seja pra ficar dormindo em algum lugar até mais tarde. Boa sorte pra mim.
Ah, vocêêê...
Menção especial à volta de Carlos Vereeeza, o homem que é uma voz. "Ah, Chiquiiiita..."
PS: Semana de posts musicais. Os gastronômicos voltam semana que vem.
Agora estou me divertindo pra montar um best of pedagógico da Björk. Na primeira tentativa, já coloquei umas cinco músicas do primeiro disco e parei por aí mesmo. Desse jeito vou partir logo pra lançar a obra completa, uma caixa histórica, com depoimentos, gravações raras... Em formato de cubo de gelo. Ou iglu. Tá, parei. Mas vou tentar de novo.
Koalas e outros animais
Depois de decidir definitivamente não ir no Sonar, uma amiga ganhou um ingresso e eu resolvi acompanhar. Raciocínio de um amigo: "só vai ter mina gata, porque é muito caro". Bom, eu sou estudante, pago R$ 50. E "mina gata" é um conceito relativo. Do line-up, eu acho que conheço mesmo só o Trio Mocotó. Já ouvi que o Laurent Garnier (6h da manhã!!) é muito bom. E baixei um disco de um cara chamado Kid Koala. Que é, olha, bacana meeeishmo. Lembra Proppellerheads, sonzinhos meio R&B sob uma colagem de frases que parecem tiradas de filmes americanos dos anos 50. Escaldado da fila sem noção do Skol Beats,

Ah, vocêêê...
Menção especial à volta de Carlos Vereeeza, o homem que é uma voz. "Ah, Chiquiiiita..."
PS: Semana de posts musicais. Os gastronômicos voltam semana que vem.
quinta-feira, setembro 9
State of emergency 2
Só não tive um pequeno treco porque estava em plena redação: tem disco novo da Björk. Lançou no dia 30/8, chama-se Medúlla, já está metade baixado aqui no meu computador, e um novinho chega de Londres no sábado. Sorte do Mau (a única pessoa que eu conheço que gosta tanto de Björk quanto eu) que marcou festinha de aniversário pra hoje e vai ganhar de presente um disco fresquinho. Críticas, resenhas, aguardem.
quarta-feira, setembro 8
Down by the sea
Depois de oito meses longe, a volta pra casa da praia podia ter sido com chuva de granizo e miojo, que eu já ia adorar, mas não foi: teve muito sol, quilos de churrasco e prolongados momentos de interação familiar. Tinha quase esquecido o quanto é bom (e viciante) jogar Imagem & Ação com os meus irmãos. Nível profissional, ninguém estava pra brincadeira. Teve até caminhada nas pedras pra prainha escondida (existe sim! ;-)), mas a recompensa no final foi uma aguinha bem gelada mesmo, que a dor de cabeça da ressaca estava pegando demais pra uma cervejinha. Com direito a quase me esborrachar nas pedras, e quase ficar entalado também. Está combinado que nunca mais fico tanto tempo sem ir, e que a gente compensa as ausências no sítio da minha mãe com um almoço na volta da praia. Desde que não seja churrasco de novo!
Segredos de liquidificador
No domingo, a cerveja começou a sair ao meio-dia de um isopor na areia. E não parou até 5 da manhã, na última revanche do dia no Imagem & Ação. E quando a gente foi buscar mais porque tinha acabado, trouxemos também uma garrafinha de vodka e uns limões. Que perigo! O resultado foi uma dor de cabeça mala a segunda-feira toda. No final do dia, decidi que ia fazer um sucão de limão com cidreira e não tomar cerveja enquanto a dor de cabeça não passasse de vez. Quando fui tirar o suco prontinho do liquidificador, a parte de baixo abriu e foi uma enxurrada de suco de limão pia abaixo. Perda total, tragédia. Fui obrigado a tomar cerveja. Até acabar. E tomar caipiroska também. Até dormir. A dor de cabeça? Acho que foi pelo ralo também.
Cerveja no frango
Foi o Rodrigão que deu a idéia, eu falei pra minha mãe, que fez e levou um potinho pra mim: frango com molho de Caracu e sopa de cebola. Por esdrúxulo que possa parecer, é muito gostoso. E o melhor: simples demais de fazer. Tempera o frango do jeito que preferir, depois dá uma rápida fritadinha nele na panela e joga a cerveja (uma latinha tá bom) e um pacote de pózinho pra sopa de cebola. Fica muito bom. Tudo bem que ajudou o fato de eu chegar em casa na quarta-feira e encontrar esse frango na geladeira e mais um monte de potinhos de molho de tomate, e uns legumes, e um macarrãozinho... Morar sozinho é muito bom, mas quando a minha mãe e a Jose fazem comidinhas, é bem melhor.
Put you down for a while
Descobri, 35 anos depois, o primeiro disco do Led Zeppelin. Um amigo foi o responsável, como disse meu irmão, pela minha "iluminação". A lembrança que eu tinha de Led era aquela adolescente, roquenrou, muito loco, véi. Tinha uma certa preguiça, assim como tenho de Bob Marley e The Doors. Não achei que fosse esse blues bacana, guitarrinhas geniais. Dá até pra agüentar os gritinhos do Roberto Plant. "I Can't Quit You Baby" é campeã do headphone no momento.
State of emergency
Quando ouvi Homogenic, da Björk, pela primeira vez, além de ficar totalmente passado com aquela profusão de cordas e sofrimento, pensei na hora: "imagine esse disco ao vivo". Eu tinha visto ela no Free Jazz (1996), e virado fã obcecado. E meu pensamento virou premonição: ela voltou em 1998, e eu comprei o ingresso correndo. No dia do show, de plantão, vi no UOL a foto do palco entortado. O show foi cancelado, e eu nem fui buscar o dinheiro, de raiva. Nem sei como perdi esse disco depois, mas agora recuperei na net e ouço umas cinco vezes por dia. "Joga" e "Bachelorette" são épicas, clássicas. E o resto é muito bom também.
PS musical
Enfiei lá o CD best of do Morcheeba, mas as primeiras músicas eram todas do disco que eu comprei em 1999 apaixonado por uma menina que falou que era muito bom. Era mesmo, e eu fiquei um bom tempo ouvindo, sonhando com a menina. Claro que depois tudo mudou, a vida se encarregou de dar um sumiço nessa paixão. Mas ainda é muito gostoso sentir uma época inteira voltar só ouvindo essas músicas. Em geral sou contra letra de música no blog, mas esta acho que vale:
Fear And Love
We always have a choice
Or at least I think we do
We can always use our voice
I thought this to be true
We can live in fear
Extend ourselves to love
We can fall below
Or lift ourselves above
Fear can stop you loving
Love can stop your fear
Fear can stop you loving
But it's not always that clear
I always try so hard
To share my self around
But now I'm closing up again
Drilling through the ground
Fear can stop you loving (repete...)
I'd love to give my self away
But I find it hard to trust
I've got no map to find my way
Amongst these clouds of dust
(Repete várias vezes...)
Segredos de liquidificador
No domingo, a cerveja começou a sair ao meio-dia de um isopor na areia. E não parou até 5 da manhã, na última revanche do dia no Imagem & Ação. E quando a gente foi buscar mais porque tinha acabado, trouxemos também uma garrafinha de vodka e uns limões. Que perigo! O resultado foi uma dor de cabeça mala a segunda-feira toda. No final do dia, decidi que ia fazer um sucão de limão com cidreira e não tomar cerveja enquanto a dor de cabeça não passasse de vez. Quando fui tirar o suco prontinho do liquidificador, a parte de baixo abriu e foi uma enxurrada de suco de limão pia abaixo. Perda total, tragédia. Fui obrigado a tomar cerveja. Até acabar. E tomar caipiroska também. Até dormir. A dor de cabeça? Acho que foi pelo ralo também.
Cerveja no frango
Foi o Rodrigão que deu a idéia, eu falei pra minha mãe, que fez e levou um potinho pra mim: frango com molho de Caracu e sopa de cebola. Por esdrúxulo que possa parecer, é muito gostoso. E o melhor: simples demais de fazer. Tempera o frango do jeito que preferir, depois dá uma rápida fritadinha nele na panela e joga a cerveja (uma latinha tá bom) e um pacote de pózinho pra sopa de cebola. Fica muito bom. Tudo bem que ajudou o fato de eu chegar em casa na quarta-feira e encontrar esse frango na geladeira e mais um monte de potinhos de molho de tomate, e uns legumes, e um macarrãozinho... Morar sozinho é muito bom, mas quando a minha mãe e a Jose fazem comidinhas, é bem melhor.
Put you down for a while
Descobri, 35 anos depois, o primeiro disco do Led Zeppelin. Um amigo foi o responsável, como disse meu irmão, pela minha "iluminação". A lembrança que eu tinha de Led era aquela adolescente, roquenrou, muito loco, véi. Tinha uma certa preguiça, assim como tenho de Bob Marley e The Doors. Não achei que fosse esse blues bacana, guitarrinhas geniais. Dá até pra agüentar os gritinhos do Roberto Plant. "I Can't Quit You Baby" é campeã do headphone no momento.
State of emergency
Quando ouvi Homogenic, da Björk, pela primeira vez, além de ficar totalmente passado com aquela profusão de cordas e sofrimento, pensei na hora: "imagine esse disco ao vivo". Eu tinha visto ela no Free Jazz (1996), e virado fã obcecado. E meu pensamento virou premonição: ela voltou em 1998, e eu comprei o ingresso correndo. No dia do show, de plantão, vi no UOL a foto do palco entortado. O show foi cancelado, e eu nem fui buscar o dinheiro, de raiva. Nem sei como perdi esse disco depois, mas agora recuperei na net e ouço umas cinco vezes por dia. "Joga" e "Bachelorette" são épicas, clássicas. E o resto é muito bom também.
PS musical
Enfiei lá o CD best of do Morcheeba, mas as primeiras músicas eram todas do disco que eu comprei em 1999 apaixonado por uma menina que falou que era muito bom. Era mesmo, e eu fiquei um bom tempo ouvindo, sonhando com a menina. Claro que depois tudo mudou, a vida se encarregou de dar um sumiço nessa paixão. Mas ainda é muito gostoso sentir uma época inteira voltar só ouvindo essas músicas. Em geral sou contra letra de música no blog, mas esta acho que vale:
Fear And Love
We always have a choice
Or at least I think we do
We can always use our voice
I thought this to be true
We can live in fear
Extend ourselves to love
We can fall below
Or lift ourselves above
Fear can stop you loving
Love can stop your fear
Fear can stop you loving
But it's not always that clear
I always try so hard
To share my self around
But now I'm closing up again
Drilling through the ground
Fear can stop you loving (repete...)
I'd love to give my self away
But I find it hard to trust
I've got no map to find my way
Amongst these clouds of dust
(Repete várias vezes...)
sexta-feira, agosto 27
Gastronomia pedestre paulistana
O cardápio das calçadas de São Paulo tem muito mais que churrasquinho grego, pipoca e dogão dois-reau-com-suco. Entre o trabalho, a faculdade e o boteco, andei degustando umas coisas, às vezes por falta de tempo, outras porque só tinha dois reais no bolso. Essas são algumas das minhas obsessões mais recentes:
Churrasquinhos Angorá
Se eu vendesse churrasquinho na rua, esse seria o nome da banquinha. Aqui perto do trabalho, virei freguês da Quero Mais. Que teve uma idéia sensacional: botou o churrasquinho na frente de um açougue. Atestado de qualidade! Não que eu imagine mesmo que a mocinha compre a carne ali, mas achei uma bela sacada de marketing. Passo na frente indo pra PUC, começo da noite, bem naquela hora que a fome está me impedindo de raciocinar. Tem de carne, lingüiça, coração e misto. E de queijo de coalho também, mas aí acho que já é arriscar demais. Sempre com farinha, claro. Já está marcado, quando esquentar de vez e não tiver mais aula na sexta, sentar no boteco que fica na esquina em frente e encher a cara de cerveja e churrasquinho.
R$ 1,50
Yakisoba
Típico de São Paulo: uma coisa vira moda de repente, e parece que você passou o último ano morando na Índia. De onde surgiram todos esses tiozinhos chineses em aventais azuis fazendo yakisoba na rua? Acho que o povão tá sem grana até pra pedir China in Box, então os caras fizeram uma demissão em massa e, de uma hora pra outra, vários "yakisobistas" tiveram que se virar. Só pode ser. Ontem eu provei pela primeira vez, lá na PUC. O carrinho tem um buraco com o fogo onde se encaixa o wok (aquela panela côncava), e os tupperwares com os ingredientes. Óleo, frita um pouco a cebola, frango, repolho, shoyu, e o macarrão no final. Tudo isso com movimentos na panela que quando eu tento fazer em casa suja até o teto. Não era certamente o melhor yakisoba que eu comi na vida, mas pelo preço e praticidade, adorei. Bem melhor que o pastel ou o dogão que eu comi outros dias na saída da aula.
R$ 2,50 (pequeno)
Frutas
Em todo canto tem um cara com carrinho vendendo 6, 7, até 8 mexericas por um real. É muito barato pra passar a tarde se empanturrando de uma coisa natural. Coitadas das pessoas que trabalham com você, porque a sala fica empesteada com o cheiro. Mas tudo bem. Logo passa a temporada, e muda a fruta. É sempre uma opção melhor de snack do que um pacote de salgadinhos Torcida ou um monte de pão.
Sobremesa
Aqui na Brigadeiro tem um tiozinho que vende balinhas por 5 centavos. Qualquer moeda no bolsa vira uns dois ou três Dadinhos (da Dizioli!), ou balinhas toscas de erva cidreira. Perfect.
Churrasquinhos Angorá
Se eu vendesse churrasquinho na rua, esse seria o nome da banquinha. Aqui perto do trabalho, virei freguês da Quero Mais. Que teve uma idéia sensacional: botou o churrasquinho na frente de um açougue. Atestado de qualidade! Não que eu imagine mesmo que a mocinha compre a carne ali, mas achei uma bela sacada de marketing. Passo na frente indo pra PUC, começo da noite, bem naquela hora que a fome está me impedindo de raciocinar. Tem de carne, lingüiça, coração e misto. E de queijo de coalho também, mas aí acho que já é arriscar demais. Sempre com farinha, claro. Já está marcado, quando esquentar de vez e não tiver mais aula na sexta, sentar no boteco que fica na esquina em frente e encher a cara de cerveja e churrasquinho.
R$ 1,50
Yakisoba
Típico de São Paulo: uma coisa vira moda de repente, e parece que você passou o último ano morando na Índia. De onde surgiram todos esses tiozinhos chineses em aventais azuis fazendo yakisoba na rua? Acho que o povão tá sem grana até pra pedir China in Box, então os caras fizeram uma demissão em massa e, de uma hora pra outra, vários "yakisobistas" tiveram que se virar. Só pode ser. Ontem eu provei pela primeira vez, lá na PUC. O carrinho tem um buraco com o fogo onde se encaixa o wok (aquela panela côncava), e os tupperwares com os ingredientes. Óleo, frita um pouco a cebola, frango, repolho, shoyu, e o macarrão no final. Tudo isso com movimentos na panela que quando eu tento fazer em casa suja até o teto. Não era certamente o melhor yakisoba que eu comi na vida, mas pelo preço e praticidade, adorei. Bem melhor que o pastel ou o dogão que eu comi outros dias na saída da aula.
R$ 2,50 (pequeno)
Frutas
Em todo canto tem um cara com carrinho vendendo 6, 7, até 8 mexericas por um real. É muito barato pra passar a tarde se empanturrando de uma coisa natural. Coitadas das pessoas que trabalham com você, porque a sala fica empesteada com o cheiro. Mas tudo bem. Logo passa a temporada, e muda a fruta. É sempre uma opção melhor de snack do que um pacote de salgadinhos Torcida ou um monte de pão.
Sobremesa
Aqui na Brigadeiro tem um tiozinho que vende balinhas por 5 centavos. Qualquer moeda no bolsa vira uns dois ou três Dadinhos (da Dizioli!), ou balinhas toscas de erva cidreira. Perfect.
segunda-feira, agosto 23
Resoluções de meio de ano
Ok, são só resoluções de um final de semana. Mas tá no meio do ano, quer dizer, em agosto, mais ou menos perto... ok, só resoluções:
1. A dog
Não bastasse a esquisitisse de passar a gostar de cachorro e até ficar com saudades deles, agora quero ter um. Conversando com mamis na rede hoje, imaginamos que a Dona (Donna? nunca sei), labrador preta fuefa que mora no sítio, deve ter seus primeiros pequenos em um ano. Perfeito. Até lá, já sei (ou espero saber) se tô morando no mesmo apê, na mesma cidade (país?), no mesmo emprego... Anyway, tenho a sensação que as possibilidades estão tão abertas para depois que eu me formar (faltam três meses!), depois de nove anos, que até ter um cachorro parece se encaixar na história. Tanto quanto morar em Londres ou Brasília, tanto quanto deixar de ser jornalista ou ficar por aqui mesmo quietinho.
2. A bottle
Meu irmão perguntou do Australia Festival e eu lembrei que no ano passado eu comprei uma garrafa de um vinho australiano (dã) chamado Oxford Landing por R$ 51, achando super caro até ver o mesmo vinho por R$ 85 no PDA. E tá no meu bar, Miolo vem, Concha y Toro vai, e ele fica lá. Não dá pra tomar vendo Monk no domingão à noite, por mais que a bruschetta esteja ótima (calma, tem receita depois). Pois depois de caçar ocasião pra mandar ver no danado, decidi hoje que vai ser meu vinho de formatura. Em algum momento entre o desfile em carro aberto e a rave de 72 horas, vou comemorar tomando esse vinho. Com seleta listinha de convidados. Ou não, encho a cara de vinho bom sozinho.
PS gastronômico: bruschetta
Sim, eu vou resistir ao trocadilho. Façam piadas mentalmente. Bem na hora que eu fui pegar o cardápio pra pedir uma mega-fat-cheese-salada no (na) Chapa, lembrei dos tomates na geladeira, linkei com o pão velho (ainda está para surgir coisa mais versátil que pão velho) e com uma receita guardada no fundo da minha cabeça oca...
É assim: corta os tomates (usei 2) em cubinhos, depois joga um monte de azeite, alho picado (foi a estréia do meu potinho de alho picado, a felicidade existe!), pimentinha calabresa, sal, orégano. Deixa um tempo (quanto der), depois é só meter o pão uns 5 minutos no forno com um pouco de manteiga. Como o Monk já tava começando, resolvi levar pão e pote de tomate pra montar tudo na cama, na frente da TV. O que era improviso me pareceu mais bacana do que servir montado. Faltaram (muito) as folhinhas de manjericão fresco. E claro, o pão italiano. Mas ficou sensacional assim mesmo. Nada como uma deliciosa bruschetta antes de dormir no domingo.
1. A dog
Não bastasse a esquisitisse de passar a gostar de cachorro e até ficar com saudades deles, agora quero ter um. Conversando com mamis na rede hoje, imaginamos que a Dona (Donna? nunca sei), labrador preta fuefa que mora no sítio, deve ter seus primeiros pequenos em um ano. Perfeito. Até lá, já sei (ou espero saber) se tô morando no mesmo apê, na mesma cidade (país?), no mesmo emprego... Anyway, tenho a sensação que as possibilidades estão tão abertas para depois que eu me formar (faltam três meses!), depois de nove anos, que até ter um cachorro parece se encaixar na história. Tanto quanto morar em Londres ou Brasília, tanto quanto deixar de ser jornalista ou ficar por aqui mesmo quietinho.
2. A bottle
Meu irmão perguntou do Australia Festival e eu lembrei que no ano passado eu comprei uma garrafa de um vinho australiano (dã) chamado Oxford Landing por R$ 51, achando super caro até ver o mesmo vinho por R$ 85 no PDA. E tá no meu bar, Miolo vem, Concha y Toro vai, e ele fica lá. Não dá pra tomar vendo Monk no domingão à noite, por mais que a bruschetta esteja ótima (calma, tem receita depois). Pois depois de caçar ocasião pra mandar ver no danado, decidi hoje que vai ser meu vinho de formatura. Em algum momento entre o desfile em carro aberto e a rave de 72 horas, vou comemorar tomando esse vinho. Com seleta listinha de convidados. Ou não, encho a cara de vinho bom sozinho.
PS gastronômico: bruschetta
Sim, eu vou resistir ao trocadilho. Façam piadas mentalmente. Bem na hora que eu fui pegar o cardápio pra pedir uma mega-fat-cheese-salada no (na) Chapa, lembrei dos tomates na geladeira, linkei com o pão velho (ainda está para surgir coisa mais versátil que pão velho) e com uma receita guardada no fundo da minha cabeça oca...
É assim: corta os tomates (usei 2) em cubinhos, depois joga um monte de azeite, alho picado (foi a estréia do meu potinho de alho picado, a felicidade existe!), pimentinha calabresa, sal, orégano. Deixa um tempo (quanto der), depois é só meter o pão uns 5 minutos no forno com um pouco de manteiga. Como o Monk já tava começando, resolvi levar pão e pote de tomate pra montar tudo na cama, na frente da TV. O que era improviso me pareceu mais bacana do que servir montado. Faltaram (muito) as folhinhas de manjericão fresco. E claro, o pão italiano. Mas ficou sensacional assim mesmo. Nada como uma deliciosa bruschetta antes de dormir no domingo.
domingo, agosto 15
Versão formando 04
Divisão de tempo:
35%: Trabalho
25%: Faculdade
25%: Sono
10%: Comer
3%: Filial
2%: tá querendo saber demais...
Resultado:
0%: Escrever no blog
35%: Trabalho
25%: Faculdade
25%: Sono
10%: Comer
3%: Filial
2%: tá querendo saber demais...
Resultado:
0%: Escrever no blog
segunda-feira, agosto 9
"Seu bicha!"
Daqui a pouco me acusam de fazer o blog do ônibus, mas essa é minha realidade hoje. Realidade fisica, quero dizer, não essa realidade maior, além dos homens, a luz... Ai, desculpa, muito Platão na cabeça pra poder se formar na PUC.
Foi justamente indo da PUC pro Filial, sexta à noite. Cinco menininhas indo pra balada descem no cruzamento da Cardeal com a Henrique Schaumann. Dois caras mexem com elas, a porta do ônibus fecha, e ela começam a xingar a duplinha de panacas. E os dois xingam de volta. Gritam, numa altura que dava pro ônibus da frente ouvir, frases singeles como "Suas vagabudas!" e "Vem aqui fazer uma chu[piiii, censurado]".
Eu, que tava indo encher a cara de chopp, não sou obrigado a aguentar esse tipo de orangotango no meu busão, certo? Quanto mais os tiozinhos e tiazinhas trabalhadores, que estavam certamente indo pro Largo da Batata pegar outro ônibus pra Carapicuíba ou Cotia ou mais longe. Revoltante.
Duas quadras depois, um carro da polícia fecha o ônibus, e dois PMs chegam na porta de tràs. Um dos caras, de bigode e cabelo comprido, foi mais fácil reconhecer e saiu logo arrastado, abre as pernas, mão na parede... O policial careca sobe no ônibus procurando o outro. "Ninguém aqui viu nada, né?" Todo mundo com cara de "num vi nada não senhor". Mas alguém entregou e o outro zé desceu (foi descido) do ônibus também.
O povão no ônibus urrava. "Desce a borracha neles!" "É isso aí, quem mandou mexer com mulher..." "Senta a bordoada nesses caras!" Juro que ouvi todas essas. As pessoas ficaram, e até eu fiquei, com aquele sentimento de que, ao menos de vez em quando, esse tipo de babaca não passa impune. Provalvemente vai fazer a mesma coisa no mesmo busão na sexta que vem, mas ainda assim foi sensacional.
Até uma senhora, sentada mais pra frente, com uma cara bem série e respeitosa, levantou da cadeira, pôs a cabecinha pra fora e não gritou, falou: "Seu bicha!".
Foi justamente indo da PUC pro Filial, sexta à noite. Cinco menininhas indo pra balada descem no cruzamento da Cardeal com a Henrique Schaumann. Dois caras mexem com elas, a porta do ônibus fecha, e ela começam a xingar a duplinha de panacas. E os dois xingam de volta. Gritam, numa altura que dava pro ônibus da frente ouvir, frases singeles como "Suas vagabudas!" e "Vem aqui fazer uma chu[piiii, censurado]".
Eu, que tava indo encher a cara de chopp, não sou obrigado a aguentar esse tipo de orangotango no meu busão, certo? Quanto mais os tiozinhos e tiazinhas trabalhadores, que estavam certamente indo pro Largo da Batata pegar outro ônibus pra Carapicuíba ou Cotia ou mais longe. Revoltante.
Duas quadras depois, um carro da polícia fecha o ônibus, e dois PMs chegam na porta de tràs. Um dos caras, de bigode e cabelo comprido, foi mais fácil reconhecer e saiu logo arrastado, abre as pernas, mão na parede... O policial careca sobe no ônibus procurando o outro. "Ninguém aqui viu nada, né?" Todo mundo com cara de "num vi nada não senhor". Mas alguém entregou e o outro zé desceu (foi descido) do ônibus também.
O povão no ônibus urrava. "Desce a borracha neles!" "É isso aí, quem mandou mexer com mulher..." "Senta a bordoada nesses caras!" Juro que ouvi todas essas. As pessoas ficaram, e até eu fiquei, com aquele sentimento de que, ao menos de vez em quando, esse tipo de babaca não passa impune. Provalvemente vai fazer a mesma coisa no mesmo busão na sexta que vem, mas ainda assim foi sensacional.
Até uma senhora, sentada mais pra frente, com uma cara bem série e respeitosa, levantou da cadeira, pôs a cabecinha pra fora e não gritou, falou: "Seu bicha!".
sexta-feira, agosto 6
O maluco do BU
Estou virando um obcecado por bilhete único e as vantagens da tarifa integração (pra quem não anda de busão: você pode subir e descer de quantos ônibus quiser no período de duas horas, pagando uma passagem só). A minha preferida hoje é ir no super. Tem dois PDAs no caminho dô ônibus da PUC e do trabalho pra casa. Você desce, corre no super, e logo depois sobe no ônibus de novo sem pagar nada. Nunca achei que fosse fazer compras de busão.
Hoje acho que me superei: saí do trabalho, passei no super, fui em casa, almocei gostosinho, tomei banho e voltei pro escritório, tudo numa passagem só. Um dos meus momentos mais muquiranas, acho que só perde pro dia que comi um dogão na rua pra poder gastar dinheiro só com chopp no Filial.
Geladeira cheia
O cardápio foi mais uma vez o hit do momento lá de casa: franguinho temperado, abobrinha refogada no azeite e arroz (que já tinha feito na quarta). Depois aproveitei pra escrever na lousa branca um menu, que basicamente é pra não gastar dinheiro no super antes de comer o que tem em casa. Esses dias joguei fora uma sopa e um pacote de chá que venceram em 2002... Não quero que o mesmo aconteça com as batatinhas congeladas.
Pelas combinações de ingredientes, tem spaghetti com almôndega ou calabrasa, ou calabresa acebolada com cerveja, ou frango no molho de tomate com arroz... e quase um ano depois, voltou a ter brownie coma-ajoelhado-pedindo-perdão do PDA em casa. 20 segundos no microondas, um bola de sorvete de creme e... até daqui a pouco. Hmmmm...
PS musical
Inteiro baixado no meu computador e gravado: When It Falls (Zero 7). Quando escreveram que eles eram o Air inglês, comprei o primeiro disco de olho fechado. E agora estou quase (quase, calma) gostando mais que do próprio Air. Música pra ouvir de luz apagada e vela acesa. E nunca saber qual música mesmo está tocando, porque parece uma só o disco todo.
Hoje acho que me superei: saí do trabalho, passei no super, fui em casa, almocei gostosinho, tomei banho e voltei pro escritório, tudo numa passagem só. Um dos meus momentos mais muquiranas, acho que só perde pro dia que comi um dogão na rua pra poder gastar dinheiro só com chopp no Filial.
Geladeira cheia
O cardápio foi mais uma vez o hit do momento lá de casa: franguinho temperado, abobrinha refogada no azeite e arroz (que já tinha feito na quarta). Depois aproveitei pra escrever na lousa branca um menu, que basicamente é pra não gastar dinheiro no super antes de comer o que tem em casa. Esses dias joguei fora uma sopa e um pacote de chá que venceram em 2002... Não quero que o mesmo aconteça com as batatinhas congeladas.
Pelas combinações de ingredientes, tem spaghetti com almôndega ou calabrasa, ou calabresa acebolada com cerveja, ou frango no molho de tomate com arroz... e quase um ano depois, voltou a ter brownie coma-ajoelhado-pedindo-perdão do PDA em casa. 20 segundos no microondas, um bola de sorvete de creme e... até daqui a pouco. Hmmmm...
PS musical
Inteiro baixado no meu computador e gravado: When It Falls (Zero 7). Quando escreveram que eles eram o Air inglês, comprei o primeiro disco de olho fechado. E agora estou quase (quase, calma) gostando mais que do próprio Air. Música pra ouvir de luz apagada e vela acesa. E nunca saber qual música mesmo está tocando, porque parece uma só o disco todo.
quinta-feira, julho 29
Kronenfilial
72 horas... 72 horas...
O Moacir, ex-estagiário gente fina do Filial que virou garçom, trouxe o suco de laranja, procurando a mocinha que tinha pedido. Fez cara de incrédulo quando eu levantei a mão, fez cena, quis levar embora. Mas eu tomei. E depois peguei pesado: Pepsi, gelo e limão. Chegou uma hora que eu achei até que aquela água com gás dava dando um baratinho. Ou então era a overdose de cigarro, que resistir a dois vícios de uma vez não dá.
Mas durou, e as pessoas começaram a falar enrolado, começaram a rir bem mais do que eu, e ir bem mais no banheiro do que eu (se bem que fui bastante, porque tamava aquela Pepsi compulsivamente). Resultado da noite: conta 50% menor, ressaca 100% menor, satisfação pessoal 100% maior. E todo mundo "menino, que orgulho!". Mesma coisa ontem, latinhas de Skol na minha frente, e eu agarrado na garrafa de Coca.
Hoje é a última noite, amanhã os exames. Fica rico quem abrir um boteco do lado desses laboratórios. Brinquei que meu plano era sair de lá, 7h de manhã e tudo, e pedir um Dreher, uma Skol e um rabo de galo. Mas era só brincadeira. Parece que tem fase pra tudo na vida, e essa, au acho, é uma que está passando. Outras também.
Minha história do Orkut
Todo mundo tem a sua, eu me permito: uma menina disse que tinha estudado comigo na primeira série, eu num lembrava (claro) e coloquei lá no álbum uma foto da turma do prezinho pra ver se ela se achava. E dois caras que eu desconheço totalmente já me disseram "ei, eu tô nessa foto, sou o X da esquerda pra direita". Surreal.
O Moacir, ex-estagiário gente fina do Filial que virou garçom, trouxe o suco de laranja, procurando a mocinha que tinha pedido. Fez cara de incrédulo quando eu levantei a mão, fez cena, quis levar embora. Mas eu tomei. E depois peguei pesado: Pepsi, gelo e limão. Chegou uma hora que eu achei até que aquela água com gás dava dando um baratinho. Ou então era a overdose de cigarro, que resistir a dois vícios de uma vez não dá.
Mas durou, e as pessoas começaram a falar enrolado, começaram a rir bem mais do que eu, e ir bem mais no banheiro do que eu (se bem que fui bastante, porque tamava aquela Pepsi compulsivamente). Resultado da noite: conta 50% menor, ressaca 100% menor, satisfação pessoal 100% maior. E todo mundo "menino, que orgulho!". Mesma coisa ontem, latinhas de Skol na minha frente, e eu agarrado na garrafa de Coca.
Hoje é a última noite, amanhã os exames. Fica rico quem abrir um boteco do lado desses laboratórios. Brinquei que meu plano era sair de lá, 7h de manhã e tudo, e pedir um Dreher, uma Skol e um rabo de galo. Mas era só brincadeira. Parece que tem fase pra tudo na vida, e essa, au acho, é uma que está passando. Outras também.
Minha história do Orkut
Todo mundo tem a sua, eu me permito: uma menina disse que tinha estudado comigo na primeira série, eu num lembrava (claro) e coloquei lá no álbum uma foto da turma do prezinho pra ver se ela se achava. E dois caras que eu desconheço totalmente já me disseram "ei, eu tô nessa foto, sou o X da esquerda pra direita". Surreal.
segunda-feira, julho 26
Onde isso vai parar?
Novidade velha e que só agora faz parte do minha rotininha diária: mensagens de texto. Finalmente, a TIM aboliu sua política isolacionista, ficou amiga das outras operadoras e agora posso trocar torpedos (péssimo esse nome) com todo mundo que conheço.
Você vai aos poucos identificando as pessoas que realmente lêem isso, pras outras nem adianta mandar. E o que antes servia só pra mandar um recado engraçado por baixo da mesa pro amigo que também tem celular TIM virou uma espécie de MSN portátil, um jeito bacana de dizer coisas sem precisar ligar e dizer mesmo. Ideal pra dizer "kd vc?" no meio da pista lotada, ou pra dizer "dorme bem" no final da noite.
Na Austrália (acho que ninguém mais aguenta frases minhas que começam com "na Austrália"), é mania, todo mundo usa o tempo todo, especialmente quem tem pré-pago (como eu), porque sai bem mais baratinho.
E quando você tá falando com a pessoa, precisa anotar um endereço, e tá no trânsito ou qualquer outro lugar em que não dá pra pegar uma canetinha um bloco? Pede pra te mandar o endereço por SMS. Genial. E dá pra mandar mensagens internacionais, pelo mesmo preço, o que é bem divertido (amigos residentes no estrangeiro, mandem seus telefones). Fantastic.
Traaaaaagédia
Tem que fazer trocentos exames no Fleury. Eu ouvindo as recomendações no telefone:
- 12 horas de jejum...
- Hm.
- Anotar os medicamentos que tomou nos últimos 30 dias...
- Hm.
- Não ter feito exame neuro%#$*&-alguma coisa...
- Hm.
- E não beber nada alcóolico 72 horas antes.
- ...
- Sr. Rapaz? Alô? Alô? Sr.? [tu tu tu tu]
Você vai aos poucos identificando as pessoas que realmente lêem isso, pras outras nem adianta mandar. E o que antes servia só pra mandar um recado engraçado por baixo da mesa pro amigo que também tem celular TIM virou uma espécie de MSN portátil, um jeito bacana de dizer coisas sem precisar ligar e dizer mesmo. Ideal pra dizer "kd vc?" no meio da pista lotada, ou pra dizer "dorme bem" no final da noite.
Na Austrália (acho que ninguém mais aguenta frases minhas que começam com "na Austrália"), é mania, todo mundo usa o tempo todo, especialmente quem tem pré-pago (como eu), porque sai bem mais baratinho.
E quando você tá falando com a pessoa, precisa anotar um endereço, e tá no trânsito ou qualquer outro lugar em que não dá pra pegar uma canetinha um bloco? Pede pra te mandar o endereço por SMS. Genial. E dá pra mandar mensagens internacionais, pelo mesmo preço, o que é bem divertido (amigos residentes no estrangeiro, mandem seus telefones). Fantastic.
Traaaaaagédia
Tem que fazer trocentos exames no Fleury. Eu ouvindo as recomendações no telefone:
- 12 horas de jejum...
- Hm.
- Anotar os medicamentos que tomou nos últimos 30 dias...
- Hm.
- Não ter feito exame neuro%#$*&-alguma coisa...
- Hm.
- E não beber nada alcóolico 72 horas antes.
- ...
- Sr. Rapaz? Alô? Alô? Sr.? [tu tu tu tu]
domingo, julho 25
Sonoterapia
Até no sonho sou um glutão. Como não fazia há uns 26 anos, dormi mais de oito horas duas noites seguidas. Dormi tanto que sonhei pra burro e lembrei. Nessa noite, primeiro eu estava num set de filmagem, e alguém me botava pra operar a câmera. Ela andava naqueles trilhozinhos de cinema, atravessava uma rodovia, era uma cena de sertão seco. Mas dava errado e tinha que fazer de novo outra hora. Aí já estava de noite, e toda a equipe da filmagem estava lá dessa vez, e quando eu fui, todo pimpão, sentar no carrinho da câmera, um cara deu uma risadinha como quem diz "você não acha que vai fazer isso, né?". Sorri amarelo, saí todo constrangido. E já não era mais sertão, era deserto. Cortou a cena e eu estava num mesa abarrotada de chocolates, e a Nestlé (resquícios da conversa do jantar) patrocinava o filme. Tinha chocolate à vontade, inclusive um novo, que era tipo uma barrinha de cereal com chocolate em volta. Tinha bebidas também, e como nos sonhos as coisas são (em geral) perfeitas, Yakult era da Nestlé. Acordei uns três quilos mais gordo.
Foi o segundo final de semana sem sítio, e já estou arquitetando uma folga na sexta pra compensar. Mas valeu pelas horas de sono sem despertador, pelas comidinhas, pelo cinema, pelas festas. E ainda vai valer pela comida sensacional que vou comer no Acrópoles daqui a pouco (isso que eu prometi nunca voltar lá aos domingos). Homenagem à Olimpíada, digamos assim. Vou fazer uma maratona gastronômica. Hohoho.
PS humorístico
Me disseram essa semana: "Uberlândia inteira já conhece a piada do siri". Que orgulho! De Uberlândia para o mundo!
Foi o segundo final de semana sem sítio, e já estou arquitetando uma folga na sexta pra compensar. Mas valeu pelas horas de sono sem despertador, pelas comidinhas, pelo cinema, pelas festas. E ainda vai valer pela comida sensacional que vou comer no Acrópoles daqui a pouco (isso que eu prometi nunca voltar lá aos domingos). Homenagem à Olimpíada, digamos assim. Vou fazer uma maratona gastronômica. Hohoho.
PS humorístico
Me disseram essa semana: "Uberlândia inteira já conhece a piada do siri". Que orgulho! De Uberlândia para o mundo!
quinta-feira, julho 22
Vida bem ordinária
Tava tocando Deadweight, do Beck, e eu achei legal a rádio tocar esse som. Só quando entrou a música dois é que me dei conta que era meu CD da trilha sonora de A Life Less Ordinary, que eu esqueci no firma-móvel há duas semanas. Era perfeito demais. Entrando na República do Líbano, pulando pra música três, música de zigue-zaguear no trânsito berrando o refrão.
Quando me dei conta, estava na última faixa da direita, obviamente precisando estar na última da esquerda. Corta todo mundo, buzina, freada, parei com mãozinhas levantadas pedindo desculpas, e fiquei ali, mentalmente ouvindo o carro do lado me xingar. O motorista, quero dizer. Esse mesmo que em seguida abriu o vidro, e eu achei que ia mandar um "puta que pariu, folgado do caralho". Só virei quando ele chamou pela segunda vez:
"Por favor, a Brigadeiro, como faz?"
Meu cérebro respirou fundo e sorriu, e subi a Brigadeiro voltando a música várias vezes pra ver se a letra, que eu nunca presto atenção, tinha alguma coisa a ver com aquilo, com Strattera, com almoços de sexta-feira. Só pra dizer "nuossa, que coisa, que coincidência!". Não entendi uma palavra, e só agora cheguei aqui e vi que é a música (por sinal, A Life Less Ordinary, do Ash) é uma viagem do cara, dizendo ora que a mina é uma Deusa branca, depois a estrela mais linda do mundo, na língua (mesmo) dele. Mas o refrãozinho, que era única parte que eu entendia, pode até se encaixar em algum lugar, com um desconto e umas caipirinhas:
Take me in your arms again
Lead me in my dreams again
So, what is it worth?
I'll sell my soul
What is it worth?
Only you know
PS musical
O CD desse filme é um dos muitos preferidos. Nem sei por qual música comprei, acho que não conhecia nenhuma, hoje gosto de tudo. Consegue ter essa música do Ash que está no top 10 "angústia eufórica" (junto com Australia, do Manics), e logo depois ter Beyond The Sea, que é da catiguria "sai dançando pela sala de toalha", sabe? Pulando no sofá, fazendo dancinha... Tem ainda uma que chama Peace In The Valley, que é um country feliz com refrão felizão.
Quando me dei conta, estava na última faixa da direita, obviamente precisando estar na última da esquerda. Corta todo mundo, buzina, freada, parei com mãozinhas levantadas pedindo desculpas, e fiquei ali, mentalmente ouvindo o carro do lado me xingar. O motorista, quero dizer. Esse mesmo que em seguida abriu o vidro, e eu achei que ia mandar um "puta que pariu, folgado do caralho". Só virei quando ele chamou pela segunda vez:
"Por favor, a Brigadeiro, como faz?"
Meu cérebro respirou fundo e sorriu, e subi a Brigadeiro voltando a música várias vezes pra ver se a letra, que eu nunca presto atenção, tinha alguma coisa a ver com aquilo, com Strattera, com almoços de sexta-feira. Só pra dizer "nuossa, que coisa, que coincidência!". Não entendi uma palavra, e só agora cheguei aqui e vi que é a música (por sinal, A Life Less Ordinary, do Ash) é uma viagem do cara, dizendo ora que a mina é uma Deusa branca, depois a estrela mais linda do mundo, na língua (mesmo) dele. Mas o refrãozinho, que era única parte que eu entendia, pode até se encaixar em algum lugar, com um desconto e umas caipirinhas:
Take me in your arms again
Lead me in my dreams again
So, what is it worth?
I'll sell my soul
What is it worth?
Only you know
PS musical
O CD desse filme é um dos muitos preferidos. Nem sei por qual música comprei, acho que não conhecia nenhuma, hoje gosto de tudo. Consegue ter essa música do Ash que está no top 10 "angústia eufórica" (junto com Australia, do Manics), e logo depois ter Beyond The Sea, que é da catiguria "sai dançando pela sala de toalha", sabe? Pulando no sofá, fazendo dancinha... Tem ainda uma que chama Peace In The Valley, que é um country feliz com refrão felizão.
terça-feira, julho 20
Pés gelados
Alguém desliga o ar condicionado do mundo? Máxima de 16ºC não está ajudando em nada. Pelo menos hoje não está chovendo, ontem me molhei pelo centro inteiro, mostrando o que deu para umas primas do meu já tradicional Roteiro Turístico Básico Histórico (cobro barato).
Quando achei que minhas pernas iam tremer embaixo da mesa o dia todo, o MSN piscou com uma xícara de chá mate na copa. E nem era chá de erva cidreira, meu preferido de todos os tempos. Tudo bem, se fosse, eu já estava babando no teclado. Tentei imaginar alguma metáfora besta sobre chás e resultados de exames, mas desisti logo.
Só sei que estou sentindo meus pés agora, e parece que é a água quente do chuveiro queimando a pele gelada no banho de manhã de inverno. Disseram que ia abrir sol até o final da semana. Se o David Byrne continuar cantando no meu ouvido, acho que consigo chegar inteiro até o trem de Mogi no sábado.
PS musical
Embora seja mesmo o David Byrne que esteja cantando no meu ouvido, a novidade sensacional da semana na pasta Minhas Músicas é o último CD do Prince. "Musicology" é tipo James Brown, ou seja, tipo muito bom.
Quando achei que minhas pernas iam tremer embaixo da mesa o dia todo, o MSN piscou com uma xícara de chá mate na copa. E nem era chá de erva cidreira, meu preferido de todos os tempos. Tudo bem, se fosse, eu já estava babando no teclado. Tentei imaginar alguma metáfora besta sobre chás e resultados de exames, mas desisti logo.
Só sei que estou sentindo meus pés agora, e parece que é a água quente do chuveiro queimando a pele gelada no banho de manhã de inverno. Disseram que ia abrir sol até o final da semana. Se o David Byrne continuar cantando no meu ouvido, acho que consigo chegar inteiro até o trem de Mogi no sábado.
PS musical
Embora seja mesmo o David Byrne que esteja cantando no meu ouvido, a novidade sensacional da semana na pasta Minhas Músicas é o último CD do Prince. "Musicology" é tipo James Brown, ou seja, tipo muito bom.
sexta-feira, julho 16
Bom dia, jornal
Entrei no azul. Ainda pagando todas as dívidas da viagem pra Austrália, mas sem ninguém no meu cangote. E melhor do que o alívio de ver minha conta bancária positiva, e ter dinheiro pra comprar pãozinho no café da manhã, é retomar meu encontro diário com o jornal.
Quando fiquei desempregado, sem carro e solteiro, tudo ao mesmo tempo, ele (o jornal) virou uma putza companheiro. Uma amiga disse no primeiro ano de faculdade que gostava tanto de jornal que, se pudesse, dormia com ele. Acho que ela não pensa o mesmo hoje, nem eu, mas praticamente faço isso.
Nessa noite, quando cheguei às 4h da manhã, ele já tinha chegado. Putz, fiquei muito feliz. Fiz como sempre fazia, fui no elevador tentando ler a primeira página sem tirar do saquinho azul. Depois li mais alguma coisa antes de capotar.
E hoje de manhã, fiz meu café ansioso pra sentar na mesa com ele. Ler Dora Kramer. Ler horóscopo. Escolher um monte de restaurante pro final de semana e não ir em nenhum. Saber que filme está saindo. Ler política pra ter assunto. Ler economia por vício mesmo. Empestear a mão de tinta (e a casa inteira). Espalhar cadernos pela casa. Reconstituir o jornal, meter no saquinho, e levar no busão debaixo do braço. Recortar tirinhas do Calvin e pregar na geladeira...
Já achei que isso era símbolo de como trabalhar em casa era um saco, e solitário. Mas hoje foi uma delícia, e um alívio, dizer "bom dia, jornal".
Quando fiquei desempregado, sem carro e solteiro, tudo ao mesmo tempo, ele (o jornal) virou uma putza companheiro. Uma amiga disse no primeiro ano de faculdade que gostava tanto de jornal que, se pudesse, dormia com ele. Acho que ela não pensa o mesmo hoje, nem eu, mas praticamente faço isso.
Nessa noite, quando cheguei às 4h da manhã, ele já tinha chegado. Putz, fiquei muito feliz. Fiz como sempre fazia, fui no elevador tentando ler a primeira página sem tirar do saquinho azul. Depois li mais alguma coisa antes de capotar.
E hoje de manhã, fiz meu café ansioso pra sentar na mesa com ele. Ler Dora Kramer. Ler horóscopo. Escolher um monte de restaurante pro final de semana e não ir em nenhum. Saber que filme está saindo. Ler política pra ter assunto. Ler economia por vício mesmo. Empestear a mão de tinta (e a casa inteira). Espalhar cadernos pela casa. Reconstituir o jornal, meter no saquinho, e levar no busão debaixo do braço. Recortar tirinhas do Calvin e pregar na geladeira...
Já achei que isso era símbolo de como trabalhar em casa era um saco, e solitário. Mas hoje foi uma delícia, e um alívio, dizer "bom dia, jornal".
quinta-feira, julho 15
Dog days
Do you remember when we used to sing?
Sha la la la la la...
My brown eyed girl...
Van Morisson, tocando agora na Virgin
Achei que passar a gostar de cachorro, e até deixar eles subirem em mim e morderem minha mão, já era transformação suficiente. Mas ficar com saudade, achei um pouco demais. A principal culpada é a Dona (Donna?), a labrador de cinco meses que mora no sítio da minha mãe. Ela é bem levada, faz número 1 e número 2 onde não deve, rói ponta de mesa. Mas corta meu coração quando fica chorando depois que a gente tranca ela no canil. E me deixa bobão quando deita no sofazinho e fica vendo TV comigo.
Me ofereceram um sheep dog de 12 dias, de graça. Ainda bem que a Nana disse que é um cachorro super mala, porque eu já tava querendo alugar meu apartamento e morar num sobrado pra ter cachorro me esperando todo dia.
Se eu quisesse ganhar uns trocos fazendo análise de boteco, ia juntar isso com o fato de minha vida de solteiro estar completando aniversário e dizer que era pra preencher um vazio. Ainda bem que não sou terapeuta.
Sha la la la la la...
My brown eyed girl...
Van Morisson, tocando agora na Virgin
Achei que passar a gostar de cachorro, e até deixar eles subirem em mim e morderem minha mão, já era transformação suficiente. Mas ficar com saudade, achei um pouco demais. A principal culpada é a Dona (Donna?), a labrador de cinco meses que mora no sítio da minha mãe. Ela é bem levada, faz número 1 e número 2 onde não deve, rói ponta de mesa. Mas corta meu coração quando fica chorando depois que a gente tranca ela no canil. E me deixa bobão quando deita no sofazinho e fica vendo TV comigo.
Me ofereceram um sheep dog de 12 dias, de graça. Ainda bem que a Nana disse que é um cachorro super mala, porque eu já tava querendo alugar meu apartamento e morar num sobrado pra ter cachorro me esperando todo dia.
Se eu quisesse ganhar uns trocos fazendo análise de boteco, ia juntar isso com o fato de minha vida de solteiro estar completando aniversário e dizer que era pra preencher um vazio. Ainda bem que não sou terapeuta.
segunda-feira, julho 12
Fuera diablo!
Bizarrices religiosas da semana:
saindo de casa correndo (literalmente) pra festinha de quarta no Copan, arremesso a porta do elevador e... *&%#@!!! Me esborracho no chão! Na próxima fração de segundo, estou deitado em cima do porteiro, apavorado (eu mais que ele). Depois o esquisitão me explicou que, de madrugada, ele deita ali naquele tapetinho com sua mini-bíblia pra fazer a oração. E que eu saí rápido demais do elevador, só deu tempo de ele se proteger. Extremamente bizarro.
sábado pra domingo, voltando de Campos do Jordão pra Guararema, 4h da manhã, o CD pulando na estrada de terra, e só pegava rádio evangélica. E era um cara pregando em portunhol mal falado. E sem menor noção do plural: "Gracias, senhor! Ó, senhor misericordiosso, dios todo poderosso, abençoa toda as carta aqui sobre messa! Abençoa todo o pueblo de la tierra! Fuera diablo! Fuera diablo!". O cara gritava tanto que a gente ficou com dor de garganta só de imitar. E depois de mais uns copinhos de cachaça, a programação dominical da Rede Vida virou programa humorístico.
Aleluia!
Aleluia!
sexta-feira, julho 9
Para minhas lindas inspirações (agradecimento)
Depois de um torpedo de boteco, a gente começou a brincar de inventar poemas, pra tirar um sarro. E me fez lembrar que uns 10 ou mais anos antes eu passava o tempo na aula de portugês fazendo poeminhas, inventando sonetos decassílabos. Numa malandragem insconsciente, fazia livrinhos no Word e distribuía pras mocinhas do colegial do Dante, que ficavam encantadas.
Bebum, subi no banquinho e catei os livrinhos na pasta em cima da prateleira do depósito. Li um por um. Dei uma sorte muito grande que resolvi escrever a data de cada poema no pé. Fazendo umas contas, consegui lembrar de quase todas as meninas que ganhavam poemas. Lembrei também que teve muitos que fiz num parnasianismo besta só pra passar os 45 minutos da aula. Teve um que foi redação, e tirou 10. Achei tudo meio brega, sem graça e abarrotado de clichês. Cheio de frases de efeito, palavra, ponto final, rimas que chegam a ser engraçadas hoje. Mas me fiz lembrar que tinha de 14 pra 16 anos, e que pra uma criança (que não deixei de ser) daquela época, achei, modéstia às favas, muito bacana.
Os que eu curti mais relendo, pelas minhas contas, eu fiz pensando na Tati, minha namoradinha surreal e inacreditavelmente linda da oitava série. Que reapareceu no Orkut de tanto que eu procurei. Thanks. Pelo jeitinho que me deu um sofrimento capaz de produzir a parte mais bacana desse livrinho.
É claro que o objetivo inicial desse post era reproduzir o livro, então não vou demorar mais. Vale rir.
Começava com uma dedicatória, escrita assim mesmo:
Para
Minhas lindas inspirações
Me fazendo sorrir
Me fazendo chorar
Mas sempre vivas em meu coração.
Depois tinha índice e tudo, e vinha um primeiro poema que eu não curti tanto, nem sei pra quem foi feito. Pula. O seguinte é certamente pra Tati, no começo do sofrimento.
Desespero
NÃO, NÃO, NÃO!
Não posso mais
Ver como ele te satisfaz
Vê-lo ao teu lado
Me mantendo calado
Com este amor guardado.
Meu coração pulsa aflito
Querendo expelir este amor infinito
Não posso mais agüentar
Sem te confessar
O quanto te amo.
Enquanto isso, nada faço
Quieto fico, não demonstro um traço
Que denuncie meu amor
Que só me causa sofrimento e dor.
Prolongando a minha espera
Te esperando, ah! quem me dera
Quem me dera te beijar
Teu coração possuir
E o meu sossegar.
Porém não adianta se iludir
Enfrentarei todos os obstáculos para chegar a ti
Tocar a tua face
Não mais estar sozinho
Ah! se ao menos me notasses
Notasses como transbordo de carinho.
Mas não te culpo, não é direito
Não se controlam emoções
Que o destino faça o que deve ser feito
Torço eu para que una nossos corações
Outubro de 1991
Desculpa, é absurdamente brega. "Transbordo de carinho"?!? Ugh! Vou pular um, passo pra outro que era um dos meus preferidos na época. Deve ser pra Tati ainda.
O Apocalipse
segundo um poeta apaixonado
Um coração agora vazio
Procura um motivo, uma esperança
E enquanto isso espera, frio
Recordações, velhos momentos, lembranças...
De repente, a descoberta
Um lindo amor até então contido
O coração da ingenuidade desperta
E basta um olhar para estar seduzido.
Com o tempo, vem o fantástico
Uma mistura de prazer e espanto
Num momento, o beijo mágico
A união é pura, transforma-se em encanto.
Estão entregues um ao outro, enfeitiçados
Experimentando o amor com inocência
Deixando-se levar pelo inesperado
Ecantadora sensação da nova experiência.
Se amam e se querem intensamente
Muito tempo juntos pela frente
Mas a fragilidade é aparente
E tudo acaba, de repente...
Ao acaso de olhar de sedução
Aquele amor que jamais acabaria
Vê seu fim num momento de traição
E acaba tudo. Toda fantasia, toda a poesia.
Só restam lembranças
Talvez uma esperança
Não mais o quer agora
Seu coração partido chora
Por alguém que ainda ama
Por um momento...
ah! momentos.
Às vezes tão pouco tempo
Causa tanto sofrimento
Num coração apaixonado
Que espera
Que sofre
Só por ti
A quem eu ainda amo
Apesar da negação
Depois de uma revelação
De uma decepção
Continuas sendo minha doce inspiração
Minha eterna paixão.
Dezembro de 1991
E segue a saga brega... (pode pular).
Condenação
Que fará um homem
Que do seu coração fizer vazio
Frio, só?
Sem amor não há vida.
Só há vida para o amor.
Amor de poucos que o tem
E de outros que o buscam
Sem jamais tê-lo.
Injustiçados.
Será injustiça
Se amor não há para um homem
Que vive somente para quem ama
Ama e sofre
Condenado à solidão
De um coração vazio.
Um homem perde a sua vida
Na busca vã da razão.
Da causa vital, a paixão fatal
Que justifique estar vivo.
Vivo somente para amá-la.
A lua caminhará para satisfazê-la
Para no retorno não encontrá-la.
Encontrar apenas o silêncio
De um amor que se calou
Condenado à solidão.
Lágrimas lhe restam
Por um amor que não mais tem
Perdeu na falta de argumento
No instante em que partiu
A sua razão para viver.
Seu amor hoje é de outro
Que vem, e sem piedade
Leva embora a felicidade
Que jamais tivera
Quando a tem, não há tempo
De prová-la, de senti-la
Vê sua vida se perder sem deixar vestígios
Só lembranças de momentos curtos
Tão curtos que se foram
Para nunca mais voltarem
Deixando um coração batendo fraco.
Sem vida
Pois a vida vem do amor
E o amor se foi
Acabou num instante
Amargo destino
Condenado à solidão.
Eterna.
Janeiro de 1992
Afe, essa dava um belo pagode, eu acho. Como sofre um adolescente. Pulando outros, teve mais uns para ela, outro pra uma mina que eu só olhava no pátio, de repente tem um que se chama "Uma Leve... Sensação De Amor". Acho que alguém me fisgou, e eu curti. Vem alguns por umas moças que eu até lembro que são. E dois anos depois vem esse:
Infinito desejo
Nem hoje, nem jamais
Serei capaz
Meu amor não se desfaz
Teu rosto ainda traz
Meu coração
E o pranto então.
Já tarda aquele inverno
Mas é o mesmo momento frio
Que se foi quando se uniu
Meu lábio ao teu num beijo.
Ele amou, ela sonhou
E ao fim daquele mês
A fantasia se desfez
O silêncio tem sua vez.
Sobre a mesma cama
Uma lágrima (ainda a ama)
Sua paixão, talvez insana
Eternamente inesquecível... Tatiana.
Julho de 1993
Acho que foi a primeira vez que tive coragem de por um nome num poema. E foi mesmo num inverno, durante um mês, na minha caminha de solteiro, que a gente curtiu o namorico. Tem até erro de português, mas é muito bacana lembrar.
Depois, estudando sei lá que movimento literário, deu na telha de fazer sonetos, tinha até título com numeral romano, e fiz um pedaço separado no livrinho. É lá que tá esse, que é o último que eu tenho a manha de mostrar e paciência de digitar:
Para Louise
Se a tristeza resistisse
E a luz não mais eu visse
Talvez a vida se esvaísse
Mas haveria sempre Louise.
Teu sorriso é a alvorada
Teu encanto te faz sonhada
Por quem a alegria procura
E a encontra na tua doçura.
E se por amor te vi chorar
Senti meu peito se apertar
Por cada lágrima que caísse
Dos teus olhos, e se já não o disse
Se algum dia deste amigo precise
Para o que for te acolherei, Louise.
Novembro de 1993
E um dia ela me falou esse poema de cor. Putz, era tudo muito brega e quase copíado do livro de literatura. Mas fiquei muito feliz que minha desorganização não deixou que esses livrinhos sumissem. Aceito encomendas.
Bebum, subi no banquinho e catei os livrinhos na pasta em cima da prateleira do depósito. Li um por um. Dei uma sorte muito grande que resolvi escrever a data de cada poema no pé. Fazendo umas contas, consegui lembrar de quase todas as meninas que ganhavam poemas. Lembrei também que teve muitos que fiz num parnasianismo besta só pra passar os 45 minutos da aula. Teve um que foi redação, e tirou 10. Achei tudo meio brega, sem graça e abarrotado de clichês. Cheio de frases de efeito, palavra, ponto final, rimas que chegam a ser engraçadas hoje. Mas me fiz lembrar que tinha de 14 pra 16 anos, e que pra uma criança (que não deixei de ser) daquela época, achei, modéstia às favas, muito bacana.
Os que eu curti mais relendo, pelas minhas contas, eu fiz pensando na Tati, minha namoradinha surreal e inacreditavelmente linda da oitava série. Que reapareceu no Orkut de tanto que eu procurei. Thanks. Pelo jeitinho que me deu um sofrimento capaz de produzir a parte mais bacana desse livrinho.
É claro que o objetivo inicial desse post era reproduzir o livro, então não vou demorar mais. Vale rir.
Começava com uma dedicatória, escrita assim mesmo:
Para
Minhas lindas inspirações
Me fazendo sorrir
Me fazendo chorar
Mas sempre vivas em meu coração.
Depois tinha índice e tudo, e vinha um primeiro poema que eu não curti tanto, nem sei pra quem foi feito. Pula. O seguinte é certamente pra Tati, no começo do sofrimento.
Desespero
NÃO, NÃO, NÃO!
Não posso mais
Ver como ele te satisfaz
Vê-lo ao teu lado
Me mantendo calado
Com este amor guardado.
Meu coração pulsa aflito
Querendo expelir este amor infinito
Não posso mais agüentar
Sem te confessar
O quanto te amo.
Enquanto isso, nada faço
Quieto fico, não demonstro um traço
Que denuncie meu amor
Que só me causa sofrimento e dor.
Prolongando a minha espera
Te esperando, ah! quem me dera
Quem me dera te beijar
Teu coração possuir
E o meu sossegar.
Porém não adianta se iludir
Enfrentarei todos os obstáculos para chegar a ti
Tocar a tua face
Não mais estar sozinho
Ah! se ao menos me notasses
Notasses como transbordo de carinho.
Mas não te culpo, não é direito
Não se controlam emoções
Que o destino faça o que deve ser feito
Torço eu para que una nossos corações
Outubro de 1991
Desculpa, é absurdamente brega. "Transbordo de carinho"?!? Ugh! Vou pular um, passo pra outro que era um dos meus preferidos na época. Deve ser pra Tati ainda.
O Apocalipse
segundo um poeta apaixonado
Um coração agora vazio
Procura um motivo, uma esperança
E enquanto isso espera, frio
Recordações, velhos momentos, lembranças...
De repente, a descoberta
Um lindo amor até então contido
O coração da ingenuidade desperta
E basta um olhar para estar seduzido.
Com o tempo, vem o fantástico
Uma mistura de prazer e espanto
Num momento, o beijo mágico
A união é pura, transforma-se em encanto.
Estão entregues um ao outro, enfeitiçados
Experimentando o amor com inocência
Deixando-se levar pelo inesperado
Ecantadora sensação da nova experiência.
Se amam e se querem intensamente
Muito tempo juntos pela frente
Mas a fragilidade é aparente
E tudo acaba, de repente...
Ao acaso de olhar de sedução
Aquele amor que jamais acabaria
Vê seu fim num momento de traição
E acaba tudo. Toda fantasia, toda a poesia.
Só restam lembranças
Talvez uma esperança
Não mais o quer agora
Seu coração partido chora
Por alguém que ainda ama
Por um momento...
ah! momentos.
Às vezes tão pouco tempo
Causa tanto sofrimento
Num coração apaixonado
Que espera
Que sofre
Só por ti
A quem eu ainda amo
Apesar da negação
Depois de uma revelação
De uma decepção
Continuas sendo minha doce inspiração
Minha eterna paixão.
Dezembro de 1991
E segue a saga brega... (pode pular).
Condenação
Que fará um homem
Que do seu coração fizer vazio
Frio, só?
Sem amor não há vida.
Só há vida para o amor.
Amor de poucos que o tem
E de outros que o buscam
Sem jamais tê-lo.
Injustiçados.
Será injustiça
Se amor não há para um homem
Que vive somente para quem ama
Ama e sofre
Condenado à solidão
De um coração vazio.
Um homem perde a sua vida
Na busca vã da razão.
Da causa vital, a paixão fatal
Que justifique estar vivo.
Vivo somente para amá-la.
A lua caminhará para satisfazê-la
Para no retorno não encontrá-la.
Encontrar apenas o silêncio
De um amor que se calou
Condenado à solidão.
Lágrimas lhe restam
Por um amor que não mais tem
Perdeu na falta de argumento
No instante em que partiu
A sua razão para viver.
Seu amor hoje é de outro
Que vem, e sem piedade
Leva embora a felicidade
Que jamais tivera
Quando a tem, não há tempo
De prová-la, de senti-la
Vê sua vida se perder sem deixar vestígios
Só lembranças de momentos curtos
Tão curtos que se foram
Para nunca mais voltarem
Deixando um coração batendo fraco.
Sem vida
Pois a vida vem do amor
E o amor se foi
Acabou num instante
Amargo destino
Condenado à solidão.
Eterna.
Janeiro de 1992
Afe, essa dava um belo pagode, eu acho. Como sofre um adolescente. Pulando outros, teve mais uns para ela, outro pra uma mina que eu só olhava no pátio, de repente tem um que se chama "Uma Leve... Sensação De Amor". Acho que alguém me fisgou, e eu curti. Vem alguns por umas moças que eu até lembro que são. E dois anos depois vem esse:
Infinito desejo
Nem hoje, nem jamais
Serei capaz
Meu amor não se desfaz
Teu rosto ainda traz
Meu coração
E o pranto então.
Já tarda aquele inverno
Mas é o mesmo momento frio
Que se foi quando se uniu
Meu lábio ao teu num beijo.
Ele amou, ela sonhou
E ao fim daquele mês
A fantasia se desfez
O silêncio tem sua vez.
Sobre a mesma cama
Uma lágrima (ainda a ama)
Sua paixão, talvez insana
Eternamente inesquecível... Tatiana.
Julho de 1993
Acho que foi a primeira vez que tive coragem de por um nome num poema. E foi mesmo num inverno, durante um mês, na minha caminha de solteiro, que a gente curtiu o namorico. Tem até erro de português, mas é muito bacana lembrar.
Depois, estudando sei lá que movimento literário, deu na telha de fazer sonetos, tinha até título com numeral romano, e fiz um pedaço separado no livrinho. É lá que tá esse, que é o último que eu tenho a manha de mostrar e paciência de digitar:
Para Louise
Se a tristeza resistisse
E a luz não mais eu visse
Talvez a vida se esvaísse
Mas haveria sempre Louise.
Teu sorriso é a alvorada
Teu encanto te faz sonhada
Por quem a alegria procura
E a encontra na tua doçura.
E se por amor te vi chorar
Senti meu peito se apertar
Por cada lágrima que caísse
Dos teus olhos, e se já não o disse
Se algum dia deste amigo precise
Para o que for te acolherei, Louise.
Novembro de 1993
E um dia ela me falou esse poema de cor. Putz, era tudo muito brega e quase copíado do livro de literatura. Mas fiquei muito feliz que minha desorganização não deixou que esses livrinhos sumissem. Aceito encomendas.
domingo, julho 4
Eu quero uma casa no campo
Cada dia faz menos sentido passar o final de semana em São Paulo. Agora tenho múltiplo de 10 da CPTM, e já descobri que na Luz a conexão Metrô-trem não é de graça, tem que ser no Brás.
Pela primeira vez desde que minha mãe mudou pra Guararema, vou dormir aqui duas noites seguidas. Claro que ter internet ajudou bastante. Mas me dá mais e mais uma sensação de querer ficar por aqui, apesar das promessas não cumpridas de acordar cedo e caminhar.
Se fosse só a grana, já valia. Ia vir na sexta, acabei vindo no sábado de manhã, e nesse pequeno lapso de horas em São Paulo gastei mais de R$ 50. Com praticamente nada.
É claro que não é grana. É o espaço, a vista, o cheiro de mato, o silêncio, a comida (a comida, a comiiiiida...). A comida da minha mãe e do vizinho, o suco na cama ao acordar, o cuscuz no café da manhã, o doce de leite caseiro, o chá de erva cidreira colhida na hora pra dormirzzzz...
No feriado venho passar os três dias. Uma amiga me disse: "como você, tão baladeiro, aguenta ficar aí tanto tempo sem fazer nada?". Pensando agora, não é tão estranho assim. Quantas horas eu perdi no meu computador, no meu apartamento, no escritório, não fazendo absolutamente nada? Se é pra não fazer nada, melhor não fazer nada aqui, na frente da lareira. No mínimo, é mais barato.
Malditos vietcongues!
Na emoção de pegar meu segundo DVD na locadora, acabei na prateleira de filmes velhos com Platoon na mão (adoooro filme de guerra). E tive uma idéia mirabolante: Festival Vietnã, três momentos.
Tive a lucidez de ver primeiro Fomos Heróis, com o Mel Gibson. Não é tão ruim como eu tinha imaginado. Como muito filme americano, não precisava daquele final.
Ontem à noite, nem com a dose cavalar de erva cidreira consegui dormir nas três horas do Apocalypse Now. Não sei bem como, mas não conhecia nem o básico do roteiro. Achei um putza filme, tive pesadelo e tudo. Acho que vou comprar, só pra ver várias vezes a primeira cena. E juro que foi sem querer que aluguei um filme com o Marlon Brando.
Hoje à noite tem Platoon. Diabos, quantos helicópteros!
PS linguístico
Conversa no MSN com uma amiga chilena:
Yo: Mi mama vive ahora en una casa... como se dice... fuera de la ciudad?
Ella: Campo?
Pela primeira vez desde que minha mãe mudou pra Guararema, vou dormir aqui duas noites seguidas. Claro que ter internet ajudou bastante. Mas me dá mais e mais uma sensação de querer ficar por aqui, apesar das promessas não cumpridas de acordar cedo e caminhar.
Se fosse só a grana, já valia. Ia vir na sexta, acabei vindo no sábado de manhã, e nesse pequeno lapso de horas em São Paulo gastei mais de R$ 50. Com praticamente nada.
É claro que não é grana. É o espaço, a vista, o cheiro de mato, o silêncio, a comida (a comida, a comiiiiida...). A comida da minha mãe e do vizinho, o suco na cama ao acordar, o cuscuz no café da manhã, o doce de leite caseiro, o chá de erva cidreira colhida na hora pra dormirzzzz...
No feriado venho passar os três dias. Uma amiga me disse: "como você, tão baladeiro, aguenta ficar aí tanto tempo sem fazer nada?". Pensando agora, não é tão estranho assim. Quantas horas eu perdi no meu computador, no meu apartamento, no escritório, não fazendo absolutamente nada? Se é pra não fazer nada, melhor não fazer nada aqui, na frente da lareira. No mínimo, é mais barato.
Malditos vietcongues!
Na emoção de pegar meu segundo DVD na locadora, acabei na prateleira de filmes velhos com Platoon na mão (adoooro filme de guerra). E tive uma idéia mirabolante: Festival Vietnã, três momentos.
Tive a lucidez de ver primeiro Fomos Heróis, com o Mel Gibson. Não é tão ruim como eu tinha imaginado. Como muito filme americano, não precisava daquele final.
Ontem à noite, nem com a dose cavalar de erva cidreira consegui dormir nas três horas do Apocalypse Now. Não sei bem como, mas não conhecia nem o básico do roteiro. Achei um putza filme, tive pesadelo e tudo. Acho que vou comprar, só pra ver várias vezes a primeira cena. E juro que foi sem querer que aluguei um filme com o Marlon Brando.
Hoje à noite tem Platoon. Diabos, quantos helicópteros!
PS linguístico
Conversa no MSN com uma amiga chilena:
Yo: Mi mama vive ahora en una casa... como se dice... fuera de la ciudad?
Ella: Campo?
quinta-feira, julho 1
Fantasma
Sonhar que eu voltava a trabalhar no Agora é sonho ou pesadelo? Mais engraçado foi lembrar assim do nada, na calçada, de havaiana, indo comprar pão pro café.
Dever legal
Tá na lei: no casamento e na união estável (seu namorinho de poucos meses, por exemplo), não precisa amar, mas precisa ser fiel. É o que diz o Código Civil, e o que eu tenho aprendido nas colunas semanais da dra. Regina Beatriz, uma das coisas mais divertidas de ler na revista.
"Não existe dever legal de amar", diz ela. Mas existem, no casamento e na união estável, outras responsabilidades definidas em lei. E quem descumpre pode ser condenado a indenizar o outro. Entre esses deveres, não estar amar o outro, mas está ser fiel:
Ah, se as mocinhas começarem a pedir indenização... Vai faltar advogado.
"Não existe dever legal de amar", diz ela. Mas existem, no casamento e na união estável, outras responsabilidades definidas em lei. E quem descumpre pode ser condenado a indenizar o outro. Entre esses deveres, não estar amar o outro, mas está ser fiel:
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:No artigo dessa semana (Infidelidade virtual), ela defende que um cara que fazia sexo virtual, tipo assim no ICQ ou no bate-papo do UOL, descumpriu o tal artigo da lei, e tem que indenizar a mulher. Já pensou se moda pega? Se cuide. Detalhe: não precisa levar a mina pros "finalmente", mas tem que ter outra pessoa na jogada. Ver revista pornô ou olhar site de mulher pelada, tudo bem. Mas ficar falando de sexo com um terceiro é que caracteriza a infidelidade.
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
Ah, se as mocinhas começarem a pedir indenização... Vai faltar advogado.
segunda-feira, junho 28
Pra te sintonizar
Por R$ 10, agora tenho música e notícias no meu tempo de busão e caminhadas. É o meu tosco radinho de pilha, que tenho até vergonha de mostrar de tão breguinha que ele é. Mas é pequeno, pega AM e FM, fica no bolso sem incomodar. Todo mundo sabe o quanto eu adoro rádio, e vir trabalhar hoje ouvindo o Sardenberg na CBN foi quase emocionante. Por R$ 10.
domingo, junho 27
"Mainha? Tô no trem!"
O que para muita gente é o único jeito de ir trabalhar, visitar os parentes ou fazer compras no shopping, pra mim virou uma aventura ferroviária. No meu 15º ano de São Paulo, a falta de carro e uma mãe morando no interior me deram pela primeira vez motivo pra andar de trem.
Pra não correr o risco de amarelar, nem fui em casa. Acordei da baladinha e me meti no metrô. Pra criar melhor o clima, passei no camelô e comprei um radinho de pilha (provável novo companheiro, junto com mochila e jornal), umas pilhas e umas Gillettes baratinhas, porque, além de ir de trem pra Mogi das Cruzes, tinha programado pra esse sábado fazer minha barba de três semanas.
Planejei tudo no começo da semana. Conferi o itinerário na internet. Na estação Brás, foi bem fácil. "Ferrovia" nas placas. Um divisória cravada de espinhos indicava que muito trabalhador deve ter economizado a passagem pulando aquela barreira.
Felizmente, a única muvuca nesse dia era da molecada indo pra Marcha para Jesus. Acho razoável assumir que crente é do bem e que bater carteira no trem é pecado.
Tenho que confessar: estava tremendo com meu medinho de garoto burguês. Medo de muito tempo lendo e escrevendo sobre depredações, assaltos e barbaridades assim.
O trem que vai até Guaianases é o espanhol, bem conservado e confortável. Se fechar o olho, com aquele barulhinho, dá até pra lembrar da Europa. Se abrir o olho, o cenário é a zona leste da cidade, uma paisagem bem baixinha, dominada por tijolo e concreto aparentes.
Em Guaianases, troca pelo trem velho, sujo, rabiscado. Quando eu já estava achando que o clima tinha mudado pra uma coisa interiorana, rolou um corre-corre de seguranças na plataforma, e fiquei tenso de novo.
Mas logo chegou em Mogi, e tava um sol gostoso, e tocando Cidade Negra no alto falante da estação. Esquisito como uma viagem de trem de subúrbio pra Mogi das Cruzes pode ser divertida. Enquanto esperava o ônibus pra Guararema, resolvi que era melhor não voltar de trem à noite.
Pra não correr o risco de amarelar, nem fui em casa. Acordei da baladinha e me meti no metrô. Pra criar melhor o clima, passei no camelô e comprei um radinho de pilha (provável novo companheiro, junto com mochila e jornal), umas pilhas e umas Gillettes baratinhas, porque, além de ir de trem pra Mogi das Cruzes, tinha programado pra esse sábado fazer minha barba de três semanas.
Planejei tudo no começo da semana. Conferi o itinerário na internet. Na estação Brás, foi bem fácil. "Ferrovia" nas placas. Um divisória cravada de espinhos indicava que muito trabalhador deve ter economizado a passagem pulando aquela barreira.
Felizmente, a única muvuca nesse dia era da molecada indo pra Marcha para Jesus. Acho razoável assumir que crente é do bem e que bater carteira no trem é pecado.
Tenho que confessar: estava tremendo com meu medinho de garoto burguês. Medo de muito tempo lendo e escrevendo sobre depredações, assaltos e barbaridades assim.
O trem que vai até Guaianases é o espanhol, bem conservado e confortável. Se fechar o olho, com aquele barulhinho, dá até pra lembrar da Europa. Se abrir o olho, o cenário é a zona leste da cidade, uma paisagem bem baixinha, dominada por tijolo e concreto aparentes.
Em Guaianases, troca pelo trem velho, sujo, rabiscado. Quando eu já estava achando que o clima tinha mudado pra uma coisa interiorana, rolou um corre-corre de seguranças na plataforma, e fiquei tenso de novo.
Mas logo chegou em Mogi, e tava um sol gostoso, e tocando Cidade Negra no alto falante da estação. Esquisito como uma viagem de trem de subúrbio pra Mogi das Cruzes pode ser divertida. Enquanto esperava o ônibus pra Guararema, resolvi que era melhor não voltar de trem à noite.
Top 10 (first try)
Antes mesmo de começar mais uma arrumação de CDs, tinha decidido fazer uma lista dos 10 discos da minha vida. Pra entrar na lista, estabeleci que tinha que preencher todas essas condições:
não ser aquisição recente (o prazo ia ser um ano, mas teve que ser 10 meses por causa do Cartola);
ser bom do começo ao fim;
ter sido ouvido compulsivamente logo após a aquisição;
e de vez em quando reaparecer no CD player e ficar lá algumas semanas.
Ei-la, a lista. Com as historinhas.
Ei-la, a lista. Com as historinhas.
- Everything Must Go (Manic Street Preachers): foi um dos muitos que eu pedi pro meu pai comprar em Londres só porque estava no topo da parada da NME. Amei a música título de cara, e o resto logo depois. Tem uma música pra cada estado de espírito, embora a maior parte sirva mesmo é pra uma daquelas angústias brabas.
- A Night at the Opera (Queen): compra obrigatória depois que virei oficialmente fã do Queen. Tem a clássica das clássicas Bohemian Rhapsody, mas também coisas divertidas como I'm in love with my car e 39, um sonzinho quase country inspirado num conto futurista.
- Série Dois Momentos - vols. 14 e 15 (Tom Zé): Ok, tô roubando aqui porque são, na verdade, quatro discos. Mas a lista é minha e eu faço as regras. São 47 músicas, de 1972 a 1978, uns momentos geniais. Motivo inicial dessa lista, porque fui resgatar Tô, que a Zélia Duncan gravou. É tão bom que eu tenho músicas favoritas diferentes dependendo da época, e consegui "descobrir" duas que agora são as que eu ouço mais.
- Fold Your Hands Child, You Walk Like a Peasant (Belle & Sebastian): Eu sei que não é o disco preferido dos fãs, mas é o meu, por um monte de motivos. Foi o primeiro que eu comprei, e foi trilha sonora de uma época bem difícil. Adoro, e como o do Manics, é melancólico mas tem um momento redentor no final.
- The Man Who (Travis): comprei em Nova York quando eles tinham estourado lá. Tem momentos pop besta (mas bons). Até a música bônus ("Molly", que é daquelas que começam depois de um silêncio de uns três minutos na última música) é sensacional.
- OK Computer (Radiohead): comprei porque o Marcelo falou muito bem. Gravei numa fita que foi a que eu mais ouvi na viagem da Europa. Paranoid Android é das coisas mais angustiantes e bonitas que eu já ouvi. E o resto... putz, é muito bom.
- Chansons Françaises (Notredame): a Vi comentou não lembro bem porque, e eu peguei emprestado, depois achei que tinha perdido, comprei dois pela internet, e achei o dela, e depois consegui perder os outros dois. Um achado genial. E foi trilha sonora de uma das época talvez mais foda, especialmente de uma viagem de volta da praia, sozinho, na Imigrantes.
- Cartola (o da capa em preto e branco): dica da Mari, que eu tenho que agardecer pro resto da vida. Comprei meio sem saber, e depois descobri que nem é o que tem mais hits. Tive Sim é um momento sublime.
- Moon Safari (Air): achei sampleando aqueles foninhos da Virgin de Paris. Tem a música de acordar, e uma balada meio tosca mas ótima.
- Acabou Chorare (Novos Baianos): uma ex sempre falava, mas nunca dei bola. Depois comprei, e me apaixonei. Tem Preta Pretinha (versão comprida) e Besta é Tu, a melhor música pra pedir demissão se a vida fosse um musical.
- Dangerous (Michael Jackson): primeira presença adolescente da lista, não podia ficar sem alguma coisa dele na lista. Ouvi um milhão de vezes, decorei e cantei (gritando) as letras. Ainda vou fazer uma pista dançar com alguma música desse disco.
- Diamonds & Pearls (Prince): segunda presença adolescente. Acho que hoje eu nem acharia sensacional, mas ouvi tanto nos últimos 11 ou 12 anos que não dá mais pra deixar de gostar. Willing and Able é uma das top 10 músicas para ficar feliz num dia triste. Mas essa é outra lista, que eu faço outro dia.
quinta-feira, junho 24
Evolução
Esses dias tem um recado na firma: "a gerente do banco ligou". Já inventando a melhor desculpa pra minha conta estar descoberta, descubro o que ela queria: alguns cheques meus estavam quase voltando por diferença na assinatura. Logo depois mandei reconhecer firma (supra sumo do processo burocrático), e os cartório falou: não rola. Resumo: em uns cinco anos, minha assinatura mudou totalmente.
Claro que se botar uma do lado da outra (a original e a atual), têm semelhanças. Mas não são a mesma.
Essa assinatura eu "inventei" ainda no colégio. Tinha essa obsessão: como ia ser minha assinatura. Ficava aulas inteiras testando modelos, uma só com meu nome, ou com todos os sobrenomes, com (e sem) firulas. Fiz uma pro meu primeiro RG, mas era difícil de reproduzir. Em não sei qual via da identidade, inventei uma que achei sensacional. Era fluida, tinha pompa, dava pra assinar com vontade.
Em tese é a mesma assinatura até hoje, mas ela perdeu uns pedaços, fui simplificando, fazendo cada vez mais rápido. A pontinha final do "a" final do meu último sobrenome virou um traço longo. O "J" inicial passou a descer bastante. Eu gosto dela assim, sabe.
Aposto que minha terapeuta (na verdade, o time de psicólogos que eu consulto hoje em dia) vai adorar e super querer analisar essa evolução de assinatura, de identidade, quase. Ufs.
Claro que se botar uma do lado da outra (a original e a atual), têm semelhanças. Mas não são a mesma.
Essa assinatura eu "inventei" ainda no colégio. Tinha essa obsessão: como ia ser minha assinatura. Ficava aulas inteiras testando modelos, uma só com meu nome, ou com todos os sobrenomes, com (e sem) firulas. Fiz uma pro meu primeiro RG, mas era difícil de reproduzir. Em não sei qual via da identidade, inventei uma que achei sensacional. Era fluida, tinha pompa, dava pra assinar com vontade.
Em tese é a mesma assinatura até hoje, mas ela perdeu uns pedaços, fui simplificando, fazendo cada vez mais rápido. A pontinha final do "a" final do meu último sobrenome virou um traço longo. O "J" inicial passou a descer bastante. Eu gosto dela assim, sabe.
Aposto que minha terapeuta (na verdade, o time de psicólogos que eu consulto hoje em dia) vai adorar e super querer analisar essa evolução de assinatura, de identidade, quase. Ufs.
domingo, junho 20
Ai meu nariz
Começou com uma dorzinha de garganta no sábado. E hoje acordei uma pessoa entupida. E com tosse. Só que dessa vez, além do Resfenol (meu novo amigo), tem cafezinho, suquinho de laranja, tapioca, pãozinho na chapa, "mais alguma coisa?".
Se é pra ficar gripado, melhor que seja na casa de babãe.
PS: É domingo de sol no sítio. Também quero um computador com essa vista!
Se é pra ficar gripado, melhor que seja na casa de babãe.
PS: É domingo de sol no sítio. Também quero um computador com essa vista!
Mangia!
Além do nome verdadeiro de um prédio mais conhecido como Treme-treme (jóias paulistanas), São Vito é também o nome de uma das mais tradicionais festas italianas da cidade. A principal atração, e daí você já pode imaginar porque eu fui, é a comida.
Caí lá meio por acaso, mas me diverti pacas. Comecei com um treco que chama guimirella, um espetinho de fígado. Hmmmm... Bom, tem que gostar de fígado. Adoro. Depois, um pratão de macarrão. Tem coisa melhor que um molhinho de tomate bem feito e bem quente? A maior tristeza foi perder a ficazzella ("na rua aí chamam de fogazza", disse a tiazinha italiana da barraca do fígado). Cheguei tarde, já tinha acabado.
Aposto que uma parcela muito pequena daquelas pessoas fala italiano, e que boa parte das coisas (comidas, costumes) já sofreu um processo de razoável "abrasileiração" desde 1918, ano da primeira festa. Mas fake por fake, a Famiglia Mancini também é super fake, mas custa cinco vezes mais e não é nem de perto tão divertido.
Tinha banda com roupa verde e vermelha, cantando de "funiculi, funiculá" a Rita Pavone. Tinha as mocinhas da comunidade vestidas com trajes típicos. Eu fiquei olhando bem pra elas e pensando "acho que elas têm traços de italianas". Vai saber.
No final a banda pediu licença, as dançarinas trocaram de roupa e começou a tocar axé. Representação italiana na Bahia deve ser muito importante, né? E a tiazinha do antepasto mandou a sobrinha dela me atender porque ela estava fazendo a dancinha naquela hora, não podia parar. Achei genial.
Acho que é um programa imperdível (e barato). A festa da N. Sra. Achiropita é muito mais famosa, mas também muito mais lotada (eu diria abarrotada). Aliás, nunca fui. São Vito, eu pretendo não perder nos próximos anos.
Caí lá meio por acaso, mas me diverti pacas. Comecei com um treco que chama guimirella, um espetinho de fígado. Hmmmm... Bom, tem que gostar de fígado. Adoro. Depois, um pratão de macarrão. Tem coisa melhor que um molhinho de tomate bem feito e bem quente? A maior tristeza foi perder a ficazzella ("na rua aí chamam de fogazza", disse a tiazinha italiana da barraca do fígado). Cheguei tarde, já tinha acabado.
Aposto que uma parcela muito pequena daquelas pessoas fala italiano, e que boa parte das coisas (comidas, costumes) já sofreu um processo de razoável "abrasileiração" desde 1918, ano da primeira festa. Mas fake por fake, a Famiglia Mancini também é super fake, mas custa cinco vezes mais e não é nem de perto tão divertido.
Tinha banda com roupa verde e vermelha, cantando de "funiculi, funiculá" a Rita Pavone. Tinha as mocinhas da comunidade vestidas com trajes típicos. Eu fiquei olhando bem pra elas e pensando "acho que elas têm traços de italianas". Vai saber.
No final a banda pediu licença, as dançarinas trocaram de roupa e começou a tocar axé. Representação italiana na Bahia deve ser muito importante, né? E a tiazinha do antepasto mandou a sobrinha dela me atender porque ela estava fazendo a dancinha naquela hora, não podia parar. Achei genial.
Acho que é um programa imperdível (e barato). A festa da N. Sra. Achiropita é muito mais famosa, mas também muito mais lotada (eu diria abarrotada). Aliás, nunca fui. São Vito, eu pretendo não perder nos próximos anos.
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